Batalha da Inglaterra: entenda a resistência britânica na Segunda Guerra

Você já ouviu falar nos caças Supermarine Spitfire ou Messerschmidt? Talvez não, mas foram eles, junto às cidades inglesas bombardeadas, os protagonistas da Batalha da Inglaterra (Battle of Britain). Um dos embates definidores da Segunda Guerra Mundial.

De um lado, a primeira derrota alemã no teatro de guerra, e de outro, o fortalecimento de Winston Churchill e a consolidação da resistência britânica em um contexto em que a Europa continental já estava em grande parte tomada pelo exército alemão.

Se a história militar do século 20 fosse um filme, além de um dos mais longos já feitos, com certeza teria na Batalha da Inglaterra um dos momentos mais marcantes, daqueles em que seu entusiasmo ressurge com a possível virada no destino da guerra que o resultado da batalha parece indicar.

Foi a primeira grande batalha aérea entre duas potências militares e marcou o início das novas táticas e estratégias de bombardeio que seriam utilizadas a partir dali. Vamos conhecer melhor como se desenrolou essa batalha que dominou os céus de boa parte da Inglaterra, do Canal da Mancha e também de partes da Europa continental.

O que foi a Batalha da Inglaterra

A Batalha da Inglaterra é a designação dada a um conjunto de confrontos aéreos, bombardeios e ataques lançados pelas forças aéreas da Inglaterra e da Alemanha, entre julho e outubro de 1940, no contexto da Segunda Grande Guerra e do avanço nazista sobre os países europeus.

A força aérea britânica – RAF (Royal Air Force), e a força aérea nazista (Luftwaffe) travaram uma série de confrontos nos céus do canal da mancha e foram também protagonistas de bombardeios lançados um contra o outro.

Símbolo da Força Aérea Real é reconhecido em todo o mundo. Foto: Mapa de Londres
Símbolo da Força Aérea Real é reconhecido em todo o mundo. Foto: Mapa de Londres

Os planos de Hitler na operação Leão Marinho

A Batalha da Grã-Bretanha, como também é chamada, foi responsável por impedir a concretização da Operação Leão Marinho, nome dado ao plano elaborado pelo Grande Almirante Erich Raeder, comandante da marinha de guerra alemanha (Kriegsmarine) e encarregado por Hitler de planejar como seria o processo de invasão das Ilhas Britânicas logo após a rendição Francesa.

Do ponto de vista da Alemanha nazista, com a derrota da França, maior potência continental da Europa, em pouco tempo a Inglaterra também iria capitular. No entanto, os britânicos contavam com uma força aérea de respeito (embora em quantidade consideravelmente menor) e uma marinha capaz de fazer frente a Kriegsmarine.

Essas condições fizeram com que a destruição da RAF, a Royal Air Force, fosse um pré-requisito para que as forças anfíbias alemãs pudessem de fato empreender uma invasão da Grã-Bretanha, conforme o planejado na Operação Leão Marinho.

Um dos aviões nazistas no Museu da Força Aérea em Londres. Foto: Mapa de Londres
Um dos aviões nazistas no Museu da Força Aérea em Londres. Foto: Mapa de Londres

Ofensivas da Luftwaffe e início da resistência

A Alemanha deu início à ofensiva aérea nas primeiras semanas de julho, com o plano inicial de alcançar rapidamente a superioridade aérea no sudeste da Inglaterra  por meio de intensos ataques por três dias seguidos

Os ataques começaram focando em formações navais britânicas no Canal da Mancha e infraestruturas costeiras. No entanto, graças aos sistemas de radar e aos caças Supermarine Spitfire, bem armados e com capacidade de manobra capaz de fazer frente às aeronaves alemãs,  a RAF conteve o avanço da Luftwaffe e não cedeu a superioridade aérea sob os céus britânicos.

À época, o Radar era ainda uma inovação e representou uma importante vantagem estratégica para RAF ao permitir a identificação da presença inimiga e envio dos caças Spitfire de forma coordenada e eficaz.

Os bombardeios a Londres e a Berlim

Numa mudança de estratégia, a Luftwaffe decidiu focar seus ataques em bombardeios ao solo, haja visto à forte resistência aérea que a RAF vinha colocando. Nesse sentido, foi lançada a operação “Dia da Águia”, na qual tomaram parte mais de mil bombardeios e setecentos caças germânicos.

A Batalha da Inglaterra entrou numa fase dramática com intensos bombardeios ao solo e a  ofensiva alemã prosseguiu com sucesso, causando fortes perdas em infraestruturas de radar e aeronáutica à RAF.

Durante a operação “Dia da Águia” aconteceu um ataque ao porto de Londres, o primeiro ataque à população civil até então. Mesmo com a justificativa alemã de que o bombardeio a Londres fora acidental, a RAF levou a cabo um Bombardeio a Berlim no dia 25 de agosto como resposta, causando um grande efeito moral para os britânicos e surpreendendo o próprio Hitler.

O fim da Batalha da Inglaterra e a sua importância para a Segunda Grande Guerra

A partir do bombardeio a Berlim, Hitler decidiu atacar de forma intensa várias cidades inglesas, não poupando esforços para destruir infraestruturas civis e tentar arrefecer o espírito de resistência da RAF e de Winston Churchill, o que, segundo os planos da Alemanha, levaria em última instância ao rendimento Inglês devido aos intensos ataques e perdas humanas e materiais.

A mudança de estratégia germânica após o ataque a Berlim, no entanto, não teve os resultados esperados. De setembro a outubro, Hitler obteve êxito em seu plano de causar destruição, mas o fato de ter deixado de focar os ataques nas infraestruturas de radares e aeródromos da RAF para se concentrar em atacar as cidades inglesas deu a oportunidade para que a RAF se recompusesse e conseguisse voltar a causar baixas e impor resistência à Luftwaffe.

Em 31 de outubro, a cúpula do governo Alemão decidiu adiar de forma indefinida os bombardeios em larga escala sobre a Inglaterra. Essa data é considerada o fim da Batalha da Inglaterra.

Embora os bombardeios suspensos tenham sido apenas os diurnos, com os ataques noturnos acontecendo em menor escala até o ano seguinte, o recuo alemão representou uma derrota tática e estratégica da Luftwaffe e coroou a resistência britânica que havia adquirido tons dramáticos com os bombardeios indiscriminados às cidades inglesas.

A derrota alemã nos céus britânicos foi um impulso fundamental para os ingleses, que até a invasão da União Soviética pelos nazistas, na chamada Operação Barbarossa, eram a única potência a fazer frente às forças germânicas. A resistência imposta na batalha da Inglaterra também foi determinante para a abertura do front oriental da guerra, com a invasão da União Soviética. Um fator que trouxe para o teatro de Guerra mais um ator de peso e colocou pressão extra sobre o exército alemão.

Foram só alguns meses de batalha, mas dá pra imaginar o tamanho de um filme para contar cada passo dramático no teatro de operações, não é mesmo? A Batalha da Inglaterra foi um momento definidor para o rumo da Segunda Guerra Mundial, e esperamos que esse texto também tenha marcado o seu interesse no assunto e tenha sido proveitoso.

Bravura dos combatentes britânicos deu moral aos aliados. Foto: Domínio público
Bravura dos combatentes britânicos deu moral aos aliados. Foto: Domínio público

E se você ficou curioso para conhecer mais detalhes sobre esse conflito e sobre a resistência britânica nesse momento da Grande Guerra, vai querer conhecer o museu sobre o qual falamos abaixo. Ele mostra em detalhes por que Churchill disse as seguintes palavras em referência à Força Aérea Real Britânica: “Never in the field of human conflict was so much owed by so many to so few” (algo como “Nunca no campo do conflito humano tanto se deveu por tantos a tão poucos“).

Batalha da Inglaterra no museu da Força Aérea Real

Se você se interessa pela história da Batalha da Inglaterra e outros conflitos bélicos envolvendo a Royal Air Force, então não deixe de visitar o Museu da Força Aérea Real em Londres. O espaço reúne aviões britânicos e nazistas, helicópteros, tanques, armamentos, maquinário e muitas histórias de heroísmo e superação dos pilotos combatentes no conflito.

Confira: Como visitar o Museu da Força Aérea em Londres

O que é a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes no Parlamento do Reino Unido

Em dúvida sobre o que é a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes? Se você tem passagem marcada para Londres e não quer fazer feio ao visitar o Parlamento do Reino Unido, chegou ao lugar certo. E se é apenas um curioso ou apaixonado pela Inglaterra e por all things british, seja bem-vindo as well.

A monarquia parlamentar britânica possui nas suas duas casas representativas os alicerces de seu sistema político. Você já está familiarizado com os termos Câmara de deputados e Senado, usados no Brasil para designar a casa “baixa” e a casa “alta” do congresso. Agora você vai conhecer melhor o que são e qual a importância da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes no contexto do Parlamento do Reino Unido.

As duas casas do parlamento britânico estão localizadas no suntuoso Palácio de Westminster, na capital da Inglaterra, Londres. É lá que desde 1512, mais de 500 anos atrás, as Câmaras do Parlamento britânico, chamadas no idioma local de Houses of Parliament, cumprem o seu papel na vida pública do Reino Unido.

Vamos fazer um breve passeio por pelas Câmaras do Parlamento?

Nossa jornada começa do lado de fora. Veja como é o Palácio de Westminster, que dá guarida ao Parlamento:

London Eye à noite
Câmara dos Comuns e dos Lordes fica no Parlamento, onde está o famoso Big Ben. Foto: Mapa de Londres

Essa foto acima foi tirada da London Eye, do outro lado do Rio Tâmisa. Para chegar ao Palácio de Westminster, basta sair na estação do metrô de Westminster (Jubilee, District e Circle Lines).

Agora, depois de admirar o palácio por fora, que tal entrar um pouquinho e entender como o Parlamento Inglês funciona na prática?

Câmara dos Comuns e Câmara dos Lordes

A Câmara dos Lordes (House of Lords) e a Câmara dos Comuns (House of Commons) têm suas origens na divisão social da Grã-bretanha da Idade Moderna (séculos 16 a 19), e apesar de hoje essas mesmas divisões já não serem tão acentuadas como antigamente, as duas casas mantém seus papéis de forças complementares.

Nos diversos sistemas bicamerais existentes, o modelo mais comum é a existência de duas casa legislativas:

  • A Câmara Baixa: Trata-se da casa representativa com o papel principal de representação do povo e produção legislativa em si, geralmente chamada de Câmara Baixa por razões históricas e não por ser inferior ou secundária em relação à sua contraparte. Seus membros são eleitos pela população diretamente.
  • A Câmara Alta: Trata-se da casa legislativa responsável por revisar as leis e projetos da Câmara Baixa, isto é, tem um papel de revisora e de prover equilíbrio aos projetos da casa legislativa principal. Seus membros são indicados das mais diversas formas, dependendo do país.

A Casa dos Comuns, como também pode ser chamada a Câmara dos Comuns, possui um papel similar à Câmara dos Deputados no Brasil. Trata-se da principal casa legislativa e é a câmara na qual a população é de fato representada. O nome comuns vem do fato de ser a casa onde os “comuns”, a população como um todo (exceto a nobreza e o clero) é representada.

A Câmara dos Comuns é a câmara baixa do sistema bicameral britânico. Nela se reúnem os mais de 600 parlamentares eleitos pelo povo do Reino Unido nas eleições gerais. Os políticos eleitos para esta casa têm a prerrogativa de elaborar e debater as leis, além de fiscalizar e auxiliar o primeiro ministro e seu gabinete na execução da política nacional.

Os políticos são eleitos para representar subdivisões regionais do Reino Unido e o líder do partido mais votado para a Câmara dos Comuns é eleito o Primeiro-Ministro. Eis outro ponto que confere importância e poder a Câmara baixa, trata-se, de fato, da casa legislativa com maior poder e capacidade de influência do Reino Unido.

Os parlamentares podem ser filiados a um dos três partidos políticos do Reino Unido:

  • Partido Conservador, partido da atual primeira ministra Theresa May e da lendária Margaret Thatcher
  • Partido Trabalhista, partido ao qual pertenceu o ex-Primeiro ministro Tony Blair
  • Partido Liberal Democrata

A Câmara dos Lordes, por sua vez, é a Câmara Alta do Reino Unido. Seus mais de 700  membros não são eleitos pelo povo, mas sim por nomeação da Rainha por meio de recomendação do Primeiro-Ministro ou da própria Câmara dos Lordes. Muitos membros assumem uma cadeira como Lorde por transmissão Hereditária e também bispos e outros membros do clero possuem posições na Câmara Alta.

O papel da Câmara dos Lordes é o de atuar como revisora das leis produzidas no seio da Câmara dos comuns. Também possui a prerrogativa de fiscalizar e evaliar as atividades do Primeiro-Ministro e seu governo.

A câmara dos Comuns

O salão onde está localizado a Câmara dos Comuns é surpreendentemente simples e, interessantemente, não possui cadeiras suficientes para todos os membros da casa. Isso mesmo! Apesar dos mais de 600 políticos eleitos para a Casa Baixa, a Câmara dos Comuns possui apenas pouco mais de 400 lugares, não sendo possível reunir simultaneamente todo o parlamento (pelo menos não com todos sentados e acomodados nas cadeiras da casa).

Câmara dos Comuns - Parlamento do Reino Unido
Câmara dos Comuns tem traços simples, sem luxo. Foto: iStock, Getty Images

Ao contrário da luxuosa Câmara Alta, a Câmara dos Comuns possui longos bancos com estofado verde e não possui a mesma riqueza e ostentação da Casa dos Lordes. Tampouco existem detalhes em ouro. A beleza fica por conta da madeira talhada. O Salão é relativamente pequeno e os ornamentos de madeira são a única fonte de refinamento na arquitetura.

A câmara dos Lordes

A Câmara dos Lordes possui ornamentos em ouro e longos bancos estofados em vermelho, ao melhor estilo da nobreza britânica. É lá que está localizado o famoso trono onde a rainha se senta durante a abertura do Parlamento, quando ela acompanha a sessão legislativa e principia os trabalhos com a leitura de uma carta a cada ano.

Câmara dos Lordes - Mapa de Londres
Câmara dos Lordes tem mais luxo e destoa da Câmara dos Comuns. Reprodução, YouTube

Visita às Câmaras dos Lordes e dos Comuns no Parlamento

O Parlamento do Reino Unido não só possui um papel fundamental na vida política dos países com sistemas representativos como geralmente são grandes prédios ou palácios com arquitetura imponente e simbólica. É assim com o Congresso Brasileiro, a Duma – Câmara Baixa da Federação Russa, O Bundestag e o Bundesrat, Câmaras baixa e alta da Alemanha, respectivamente, para ficar em alguns dos exemplos famosos.

É praxe que as casas parlamentares tenham programas turísticos e cronogramas de visitação tanto para cidadãos locais como para estrangeiros. Com a Câmara dos Comuns e dos Lordes não é diferente.

O Palácio de Westminster é um dos principais pontos turísticos de Londres e a visita ao não fica completa sem uma volta pelos salões onde os Lordes e os representantes do povo se reúnem.

O Mapa de Londres já visitou o Parlamento, no Palácio de Wesmintster, e recomenda muito.

Os passeios duram pouco mais de uma hora. Existem tours guiados e tours com aqueles audio guides (em português).

Ficou a fim de conhecer a Câmara dos Comuns e dos Lordes? Leia este post: Como vistar o Parlamento do Reino Unido.

Gostou do post sobre o Parlamento e sobre as funções das Câmaras? Comente.

Copa da Inglaterra: curiosidades e história da competição

Wembley. Foto: Juli Haas, Mapa de Londres
Copa da Inglaterra é uma das competições mais democráticas do futebol. Foto: Juli Haas, Mapa de Londres

Você sabia que a Copa da Inglaterra é a mais antiga competição de futebol no mundo?

A Copa da Inglaterra é conhecida pelos ingleses como The FA Cup, sendo o FA abreviação de Football Association, nome da entidade máxima do futebol inglês (a CBF da Inglaterra). Tal como a competição, a FA também é a Associação de Futebol mais antiga do mundo.

Se gosta de futebol, certamente já assistiu alguns jogos dessa competição. Agora, é o momento de conhecer sua história e curiosidades sobre o seu passado. 

Depois de entender melhor que a Copa da Inglaterra é uma das raízes do futebol mundial, você vai assistir ao próximo jogo com outros olhos.

Como surgiu a Copa da Inglaterra

A Football Association, associação de futebol que controla e organiza todas as atividades do esporte na Inglaterra, teve sua fundação no distante ano de 1863. Foi ela quem criou o torneio, também chamado de Taça da Inglaterra.

A década de 70 do século 19 foi o momento em que a tradicional competição de mata-mata começou a ser disputada. 

História da Copa da Inglaterra

A primeira temporada da Copa da Inglaterra aconteceu nos anos de 1871 e 1872. Desde então a competição ficou conhecida como uma Copa Nacional e seu modelo foi ao pouco sendo adotado em diversos outros países.

Desde o início foi um torneio em que equipes de todos os níveis e orçamentos tomam parte e de caráter eliminatório, o famoso mata-mata, como conhecemos no Brasil. Ou seja, um modelo de torneio diferente daquele de pontos corridos praticado na Premier League, o campeonato Inglês principal e de maior prestígio.

E por falar em prestígio, a FA Cup é a segunda competição de futebol mais importante da Inglaterra, atrás apenas da já mencionada Premier League. Desde sua criação já foram 145 edições completas, sendo a 146º a que está em andamento em 2017.

Inspiração mundial e “Zebras”

O Copa da Inglaterra é semelhante em modelo e prestígio (em contexto local) à Copa do Brasil. Aliás, por ser o torneio pioneiro, foi a Copa da Inglaterra que inspirou as várias “Copas Nacionais” ao redor do mundo, como a Copa Chile, a Taça do Rei da Espanha, a Taça de Portugal e a própria Copa do Brasil.

Assim, para nós brasileiros é fácil imaginar como funciona esse campeonato. Tal como na Copa do Brasil, a Taça da Inglaterra é uma das poucas competições nas quais times grandes e tradicionais podem jogar com times pequenos e desconhecidos, e exatamente por isso é um torneio conhecido pelas “Zebras”, as famosas derrotas de times de grande orçamento para times de pequena expressão.

Apesar dessa possibilidade, o sistema de qualificação atual foi pensado de forma a diminuir as probabilidades de uma equipe grande enfrentar uma pequena. Ainda assim, é comum times pequenos (mesmo que não tão pequenos assim) tenham de se desdobrar para enfrentar times mais poderosos, como os gigantes da Premier League Manchester United, Manchester City, Chelsea, Liverpool, Arsenal e Tottenham.

A Copa da Inglaterra na atualidade

Todos as equipes que participam da Premier League – a poderosa primeira divisão do futebol na Inglaterra, da Football League e da National League System possuem autorização para tomar parte na Copa de Inglaterra.

A Football League é uma organização de futebol na Inglaterra que representa 72 equipes profissionais.Dentre esses times não há nenhum dos 20 principais que competem na Premier League. Mais conhecida como English Football league, é responsável por organizar a Copa da Liga, uma competição de menor importância no futebol inglês e pelas divisões abaixo da Premier League.

Já o National League System é o sistema de ligas de futebol na Inglaterra que estão abaixo da Premier League e da English Football League. Está sob jurisdição da Football Association.

Graças à participação de tantos sistemas de liga diferentes, o número de equipes participantes da Taça da Inglaterra sempre foi muito alto, chegando a incríveis 761  equipes na temporada  2008-2009. Para se ter uma ideia, a Copa do Brasil começou com apenas 32 clubes e chegou ao máximo de 91 na edição que está sendo disputada em 2017.

Leia também: tudo sobre a seleção inglesa

Maiores campeões da Copa da Inglaterra

O primeiro campeão da Copa da Inglaterra foi o Wanderers F.C, um dos clubes ingleses mais importantes nas décadas de 1860 e 1870. Atualmente é apenas uma equipe amadora, mas mantém viva a história e tradição. Além de ter sido o primeiro a levantar o caneco da FA Cup, o Wanderers F.C  também foi campeão outras quatro vezes.

O atual campeão é o Manchester United, que em 2016 derrotou o Crystal Palace na final. Junto ao Arsenal, os Red Devils são os maiores campeões do torneio com 12 títulos conquistados.

Logo atrás de Manchester United e Arsenal está o Tottenham, com 8 canecos, seguido de perto por Aston Villa e Liverpool, com 7 conquistas cada. O Manchester City de Pep Guardiola e Gabriel Jesus é apenas o 11º na lista de maiores campeões da FA Cup, com 5 taças conquistadas.

Leia também: maiores torcidas da Inglaterra

Importância da FA Cup

Tal como no Brasil a conquista da Copa do Brasil qualifica a equipe para a Taça Libertadores da América, competição continental mais importante da América do Sul, o vencedor da Copa da Inglaterra se qualifica para disputar a UEFA Champions League na temporada seguinte.

Sem dúvida a qualificação para a principal competição da UEFA é um dos fatores que dá peso e dramaticidade à competição. E além do torneio continental europeu, o campeão também disputa a SuperLiga da Inglaterra contra o campeão da Premier League.

O Palco tradicional para o jogo final da FA Cup é o emblemático Wembley Stadium, onde públicos incríveis de 100 mil torcedores assistiram a final ao vivo nas décadas de 50, 60 e 70.

Relevância da Copa da Inglaterra em nível mundial

Apesar de ser uma competição nacional, a Copa da Inglaterra possui uma história riquíssima e foi inspiração para diversos torneios semelhantes ao redor do mundo. Embora não tenha o mesmo prestígio da primeira divisão do futebol inglês, a Premier League, é certamente a competição de futebol mais democrática do mundo, dando espaço desde de o século 19 para centenas de equipes de futebol poderem se enfrentar entre si.

Não seria exagero dizer que é uma das competições mais importantes do mundo. E você, o que acha? Amante do futebol ou não, agora você conhece a competição de futebol mais antiga do planeta.

Agora, que tal conhecer alguns estádios que sediam a Copa da Inglaterra?

Confira: Como visitar os estádios de futebol em Londres

5 documentários sobre Londres e a Inglaterra no Netflix

Os apaixonados pela capital britânica ganharam alguns presentes da Netflix nos últimos dias. O serviço de streaming adicionou ao seu catálogo brasileiro cinco documentários sobre Londres. Neste post, vamos descobrir quais são eles e também algumas séries que têm a cidade como pano de fundo.

5 documentários sobre Londres e a Inglaterra

A seguir, veja quais são os cinco documentários disponibilizados pela Netflix com legendas em português. Para encontrá-los, basta acessar a aba “Adicionados recentemente” ou fazer uma busca no menu superior.

 1. Segredos da Torre de Londres

Este documentário, Secrets of the Tower of London, conta a história da fortaleza mais famosa de Londres, de seus usos variados desde o século 11 (virou até zoológico) e de alguns de seus prisioneiros e execuções mais importantes.

Assista a um trecho:

E confira o post: Como visitar a Torre de Londres

2. Segredos do Palácio de Henrique VIII

Este documentário, Secrets of Henry VIII’s Palace, retrata o presente e o passado do Palácio de Hampton Court, uma residência real bastante associada a um dos monarcas mais famigerados da história de Londres, o Rei Henrique VIII, aquele que mandou matar suas esposas e cortou relações da Igreja da Inglaterra com a Igreja Católica no século 16.

Assista ao trailer:

E confira o post: Como visitar o Palácio de Hampton Court

3. Segredos do Serviço Secreto de Sua Majestade

Este documentário, Secrets of Her Majesty’s Secret Service, conta as origens e o funcionamento atual de um dos serviços de inteligência mais famosos do mundo, o MI6, conhecido principalmente através de histórias do personagem de ficção James Bond.

Assista ao trailer:

E confira o post: Origem e curiosidades de James Bond

4. Segredos do Castelo de Highclere

Este documentário, Secrets of Highclere Castle, mostra como era e como é a vida em uma das residências mais famosas do planeta, a mansão da série Downton Abbey.

Assista ao trailer:

E confira o post: Como visitar o Castelo de Highclere

5. Segredos de Chatsworth

Este documentário, Secrets of Chatsworth, conta a história de um dos maiores e mais antigos lares da Inglaterra, pano de fundo para cinco séculos de escândalos e intrigas de nobres britânicos.

Assista ao trailer:

E confira o post: Sugestões para o seu roteiro no Reino Unido

Séries de Londres no Netflifx

Além de muitos documentários envolvendo a cidade, o Netflix oferece diversas séries para os apaixonados pela capital britânica. Abaixo, veja três séries que usam Londres como pano de fundo para suas histórias e mostram, em muitos episódios, alguns dos ícones como Trafalgar Square, o Parlamento, o Palácio de Buckingham e muito mais.

Sherlock

A série Sherlock transpõe os mistérios do detetive de Arthur Conan Doyle para os dias atuais. O ponto de partida é Baker Street, e você vai ver Londres por diversos ângulos ao longo das cenas do seriado.

Confira: como visitar os cenários de Sherlock

The Crown

A primeira temporada da série The Crown acompanha os 10 primeiros anos de Elizabeth II, desde os momentos que antecedem sua ascensão ao trono. O seriado tem cenas incríveis que mostram a Londres dos anos 1950.

Confira: como visitar o Palácio de Buckingham

Mr Selfridge

A série Mr Selfridge retrata a criação da primeira grande loja de departamentos de Londres, a Selfridges. A história se passa no início do século 20, com a obsessão e a empolgação de um empresário americano, Gordon Selfridge, em revolucionar os hábitos de compras das mulheres londrinas.

Confira: Como visitar a Selfridges em Londres

E aí, quais desses documentários e séries você já assistiu? Comente!

O que é o Reino Unido: país, nação, bloco, união ou o quê

Aqui está uma pergunta frequente: o que é o Reino Unido?

Essa indagação normalmente não significa que o interlocutor não faz ideia do que seja o Reino Unido.

Quer dizer apenas que ele tem dúvidas a respeito da definição. Afinal, é um país, um bloco comercial, uma união econômica e política ou o quê?

E onde fica a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte nessa história?

Neste post, vamos desvendar esse mistério e ainda falar um pouquinho sobre o que são outros termos relacionados, como “Grã-Bretanha” e “Ilhas britânicas”.

Preparado?

O que é o Reino Unido

Reino Unido é um estado soberano composto por quatro países diferentes: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. O reino tem uma legislação própria e uma Soberana, a Rainha Elizabeth II, embora cada uma dessas nações possua alguma independência. A capital do Reino Unido é Londres.

Map of Great Britain
Grã-Bretanha

terminologia é confusa mesmo: o Reino Unido também é considerado oficialmente um país.

Nas Nações Unidas, por exemplo, o país é o Reino Unido.

A moeda, a libra esterlina, é a mesma para todo o Reino Unido.

A soberana da Família Real Britânica, a Rainha Elizabeth II, é a majestade de todo o Reino Unido.

Isso quer dizer que os países do Reino Unido possuem uma certa autonomia e algumas leis próprias, mas partilham de uma legislação básica, de valores culturais, de uma moeda e das decisões tomadas no Parlamento do Reino Unido, em Londres.

O Brexit é um caso que serve de exemplo. A a maior parte da Escócia não quer deixar a União Europeia, mas ela não possui a independência para tomar essa decisão.

Por isso, haverá um plebiscito em breve conclamando a população a votar se prefere permanecer no Reino Unido ou se deseja se separar e então buscar uma posição independente na UE.

A Escócia tem, inclusive, seu próprio Parlamento, que possui alguma autonomia em relação ao Parlamento do Reino Unido, inclusive para convocar esse voto popular.

Moeda do Reino Unido

A moeda do Reino Unido e de todos os países que o compõem é chamada de pound sterlind, a libra esterlina. Na ilha vizinha, a Irlanda do Norte, parte do Reino, usa a libra, enquanto a República da Irlanda, independente, utiliza o euro.

Cronologia do Reino Unido

  • 1707: este ano marca o surgimento do Reino Unido como estado soberando, com o com o Tratado de União. Esse decretou aproximou o parlamento inglês do parlamento escocês e definiu uma união dos países da ilha da Grã-Bretanha (na época, o País de Gales pertencia à Inglaterra).
  • 1800: um novo decreto inclui o Reino da Irlanda, para a formação do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda.
  • 1922: depois da divisão da Irlanda, por motivações políticas e religiosas, a parte norte, a Irlanda do Norte, ficou com o Reino Unido. Assim, o nome do país foi alterado novamente, desta vez para Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte.

Leia também: história da Inglaterra

O que é a Grã-Bretanha

A Grã-Bretanha é a maior das ilhas britânicas. É onde ficam a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. A Grã-Bretanha não é um país nem um bloco – apenas um território. Mesmo assim, carrega traços nacionalistas, até por representar os países que a compõem nas Olimpíadas, por exemplo.

Veja no mapa:

Grã-Bretanha
Ilha da Grã-Bretanha está à direita da Ilha da Irland. Foto: Domínio Público

Reino Unido depois do Brexit

O Reino Unido não se altera mesmo após a saída do país da União Europeia. O que pode acontecer é que a Escócia, que projeta um plebiscito, pode decidir se tornar independente. Assim, o Reino perderia um de seus países.

Essa ideia tem forte oposição da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que deseja demonstrar à União Europeia que o Reino Unido está, well, unido em torno da decisão de deixar o bloco econômico e de buscar um acordo alternativo que lhe favoreça.

Entendeu melhor essa confusão de termos? Deixe um comentário.

Ingressos do BBC Proms 2017, o maior festival de música clássica do mundo

Royal Albert Hall - Mapa de Londres
Royal Albert Hall é o maior dos palcos do BBC Proms. Foto: Mapa de Londres

Se você tem viagem marcada para Londres entre os meses de julho e setembro, fique atento a uma oportunidade imperdível. Nesse período, ocorre na cidade o maior festival de música clássica do mundo, o BBC Proms, uma tradição que chega em 2017 a sua 123ª edição.

Esse evento merece um espacinho na sua programação. Ou, pelo menos, na sua lista de possibilidades e alternativas culturais ao longo de sua estada.

O festival, que reúne grandes nomes da música clássica de todo o mundo, toma conta da casa de espetáculos Royal Albert Hall e ocupa ainda outros palcos menores da capital britânica.

A ideia do BBC Proms é promover a música clássica para todas as pessoas, com ingressos bastante acessíveis, a partir de 12 libras (sentado) e 6 libras (em pé).

Mesmo que você não seja um fã de música clássica, não despreze de imediato essa ideia. Antes, dê uma espiadinha neste vídeo (com volume, claro):

As imagens acima retratam um pouquinho do último dia de apresentações do festival em 2016, chamado de Last Night of The Proms.

O espetáculo é transmitido para diversos parques de Londres, onde todos festejam e tremulam bandeiras do Reino Unido e da Inglaterra, e também para outros países, através do canal de televisão da BBC e da emissora de rádio da BBC.

BBC Proms em 2017

A 123ª edição do BBC Proms ocorre entre os meses de julho e setembro, em Londres. O festival reúne os maiores nomes da música clássica, com ingressos a partir de 7,50 libras.

Origem dos BBC Proms

O nome advém de “Promenade Concerts“, os primeiros espetáculos musicais com preços acessíveis em parques de Londres, mais de 100 anos atrás. O intuito do festival, desde o início, era fomentar o interesse por música de qualidade, que costumava custar muito caro. Na década de 1940, o Royal Albert Hall se tornou o palco principal dos shows.

Confira: mais sobre o BBC Proms

Guia para viajar de trem na Europa

Você está pensando em viajar de trem na Europa? Primeiro, é importante que você saiba que esse meio de transporte, bastante glamourizado pelo cinema e pela literatura, pode não ser o mais rápido e barato no Velho Continente.

Mesmo assim, o trem tem seu apelo. Ele é mais prático do que o avião e o ônibus, é mais rápido e mais confortável em muitos casos e oferece custo-benefício bastante interessante em muitas linhas, especialmente quando belas paisagens estão envolvidas.

No trem, você não precisa despachar mala, fazer um check-in demorado nem se deslocar até um aeroporto muito distante do centro da cidade. A bagagem é carregada até o seu vagão, o check-in e imigração, quando necessários, são mais rápidos, e os terminais ferroviários podem se localizar em pontos bem mais centrais do que os aeroportos.

Mas não dá para dizer que toda paisagem que você encontrar em uma viagem de trem pela Europa será bela como a dos filmes. Nem dá para garantir que sua jornada será tão confortável quanto a descrição de algumas linhas ferroviárias de livros da Agatha Christie.

Atualmente, a viagem de trem, mesmo na Europa, deve ser considerada com cuidado, caso a caso. A bem estruturada malha de transportes europeia é a espinha dorsal para a fácil locomoção no velho continente e funciona como trunfo turístico para atrair viajantes do mundo inteiro.

A malha ferroviária em especial ocupa um lugar de destaque no sistema de transportes de vários países. Os trens do Velho Continente são eficientes e constituem um modal amplamente utilizado tanto por europeus como por estrangeiros.

Roteiro em Londres

Por isso, preparamos um guia completo sobre os trens na Europa e como você pode utilizá-los dentro de seu roteiro. Então, embarque conosco, pertinho da janela, enquanto descortinamos todos os detalhes que você precisa conhecer para suas novas aventuras.

All aboard?

Eurostar Londres - Berlim - St Pancras
Eurostar é o trem que liga Londres a Paris e Bruxelas. Foto: iStock, Getty Images

Vale a pena usar trem na Europa?

A resposta é: depende. Viajar de trem vale a pena para certas circunstâncias e roteiros, mas para outras situações, nem tanto. Aqueles passes baratinhos que nossos pais compraram para mochilar pela Europa meses a fio já não existem mais e, se você não se planejar direito, a viagem de trem pode acabar saindo muito cara e ineficiente.

A grande variável dessa pergunta é o seu roteiro de viagem. A distância entre os seus destinos, se eles fazem parte da zona de Schengen ou não, o tempo que você tem disponível e o objetivo de sua viagem são todos fatores que podem fazer as viagens de trem mais atrativas ou não.

Veja abaixo os casos nos quais vale a pena e não vale a pena viajar de trem pela Europa.

Quando vale a pena viajar de trem na Europa

  • Para viagens com menos de 4 horas de duração.

Lembre-se que toda viagem de avião possui embutido o tempo de check-in, imigração, despacho de bagagem, recolhimento de bagagem no destino final, traslado para e do aeroporto (que na maioria das vezes é surpreendentemente longe do centro das cidades). Uma boa conta é sempre somar três horas adicionais ao tempo de voo. Assim, uma viagem que dura uma hora com avião no ar, com todos os trâmites e traslados necessários acaba saindo praticamente 4 horas.

  • Para visitar países contiguos.

O roteiro de quais cidades visitar é importante para saber se vale mais a pena viajar de trem ou de carro/ônibus. Nem toda cidade tem estações ferroviárias e talvez os horários sejam ruins. De Lisboa para Madri, por exemplo, só tem uma viagem por dia e à noite. Mas de forma geral, para viajar entre países contíguos o trem é uma boa opção e tem a vantagem de te deixar no centro das cidades, provavelmente próximo ao seu hotel.

  • Para visitar mais de um país dentro da zona de Schengen (respeitando o limite de 4 horas).

Viajar de trem não exige check-in nem interrogatórios chatos dentro do Espaço Schengen, e muito menos despacho de malas e ter que ficar aquele tempinho ocioso aguardando a sua bagagem sair na esteira para você poder pegá-la.

Apenas quando você viaja para um país fora do Espaço Schengen é que é necessário apresentar documentos. Mas de maneira geral, viajar de trem é um procedimento tão desembaraçado e desburocratizado que faz os aeroportos parecerem repartições de velhos prédios do serviço público.

  • Quando é necessário levar na sua bagagem algum item que você não poderia despachar no avião

Para viajar de trem, não há todo aquele procedimento de checagem de bagagem, raio X e tudo mais. Sua bagagem vai no trem como se fosse um passageiro qualquer, sem complicações ou burocracias adicionais.

Quando não vale a pena viajar de trem na Europa

  • Em viagens longas

Quando a viagem de trem ultrapassa quatro horas de duração, considere seriamente a possibilidade de pegar um voo. Mesmo que o trem seja de fato mais confortável, nenhum conforto dura tanto tempo.

  • Quando há voos muito mais baratos

Se você pesquisar em companhias low cost, como RyanAir e EasyJet, vai ver que quase nunca o trem compensa financeiramente. Em alguns casos, com voos por 20 euros, por exemplo, você economizar uma boa grana que depois pode ser revertida para aproveitar melhor o seu destino.

  • Viagens apenas para explorar a paisagem.

Muito cuidado com aquela história de que os charmosos trens europeus são ótimos para poder viajar espiando a paisagem local. Nos trens de alta velocidade, isso simplesmente não acontece, haja visto não ser possível ver mais do que formas e cores passando rapidamente pela janela.

À exceção de algumas ferrovias notadamente panorâmicas, a maioria das viagens de trem não oferece paisagens maravilhosas que fariam valer a pena se decidir por esse meio de transporte. Para ver a paisagem local o carro e o ônibus são melhores. Além de você ter mais controle sobre o trajeto, você pode parar pela estrada em algum spot que te chamar a atenção.

A regra principal para acertar na hora de escolher o trem ou outro modal de transporte é ter estudado muito bem o seu roteiro tendo em mente todos os pontos citados acima. Cada ramal de transporte tem suas vantagens e desvantagens e a decisão de qual usar é uma questão que depende dos seus planos.

Portanto, lembre-se de estudar como o transporte ferroviário pode ajudar na sua viagem mas não se renda ao charme dos trens europeus. Apesar de serem românticos, há casos em que definitivamente um avião ou um carro irão proporcionar uma viagem melhor.

6 dicas para andar de trem na Europa

De uma forma ou de outra o trem estará presente em seu roteiro. Na hora de planejar a sua viagem, você tem que tomar algumas precauções em relação aos trens. Vamos te dar algumas dicas que você vai adorar lembrar quando estiver nas estações europeias embarcando para seu próximo destino.

Dica 1 – Consulte o site da Deutsche Bahn

O site da Deutsche Bahn é um dos melhores lugares para você pesquisar e estudar o seu roteiro de trem por toda Europa. O site é dono do mais completo banco de dados e também de uma das interfaces mais intuitivas para fazer as suas pesquisas e simulações.

Além desse portal, vale ficar ligado no Rail Europe, que tem uma versão em português e informações bem completas sobre as opções de trens por todo o continente. Ao encontrar passagens que você considere interessantes, não deixe de explorar o site da própria companhia ferroviária para garantir sempre o melhor preço.

Dica 2 – Faça simulações para vários dias

Tal como nas pesquisas por passagens aéreas, você pode conseguir boas promoções fazendo pequenos ajustes em seu roteiro. Fazer simulações com antecedência em em dias diferentes é uma boa maneira de otimizar o seu roteiro de viagem. Trinta dias é um bom intervalo de tempo para se pesquisar.

Nessas buscas, consulte também sites de companhias ferroviárias locais. No Reino Unido, todo o sistema de trens é coberto pelo site da National Rail, que reúne todas as linhas, opções, trens, datas e preços que você precisa.

Dica 3 – Viaje leve e fique atento ao tamanho das malas

Para viajar de trem, você não despacha suas malas – elas vão com você no trem. Há alguns compartimentos em lugares específicos do vagão para guardar as malas, às vezes nos espaços entre os assentos também, mas pode ser que falte espaço para a sua bagagem. Malas de tamanho M, que possuem altura não maior que 65 cm são o ideal.

Dica 4 – Chegue com antecedência às estações

Você pode embarcar na maioria dos trens até o último minuto, mas não é recomendado chegar em cima da hora. Claro que você não precisa se desdobrar para chegar uma hora antes, como seria o caso de uma viagem de avião, mas certifique que você estará na estação pelo menos 30 minutos antes da partida. Fique atento, porém, para a imigração, que ocorre quando a viagem envolve algum dos países fora do Espaço Schengen, como o Reino Unido.

Dica 5 – Fuja dos trechos noturnos

Se você é daquelas pessoas que acha que viajar de trem é mais confortável e mais fácil de dormir do que de avião, tome cuidado. Os trens certamente são mais confortáveis para viajar, mas fazem tanto barulho quanto, balançam e possuem tantos passageiros quanto um avião. A não ser que você já esteja acostumado a dormir em viagens, melhor viajar durante o dia e evitar passar uma noite em claro.

Dito isso, há quem queira aproveitar uma viagem noturna para economizar em acomodação. Se é o seu caso, não tem problema: você vai ver que, na grande maioria dos casos, dormir em trem é muito melhor do que em avião.

Dica 6 – Compre bilhetes para segunda classe

A segunda classe nos trens é como se fosse o assento econômico no avião. Viajar de primeira classe proporciona mais espaço e conforto, mas sai muito mais caro. Como as viagens de trem não serão muito maiores do que 4 horas, será que vale a pena pagar mais caro por um bom assento e mais espaço?

A segunda classe é onde os europeus viajam. A primeira classe é mais usada por executivos a trabalho, o que significa que quem paga o bilhete é a empresa para a qual eles trabalham. Se fosse para tirar do próprio bolso, certamente eles também escolheriam a segunda classe.

Como economizar nos trens da Europa

Para economizar viajando de trem na Europa você pode usar alguns macetes também. Vamos te dar eles agora. O primeiro você já conheceu na seção anterior. Reserve assentos na segunda classe.

Alguns toques adicionais para você deixar seu bolso (e consequentemente você) feliz durante a sua viagem são os seguintes:

Compre passagens avulsas diretamente no site das companhias

A dica é entrar diretamente no site das companhias de trem e reservar seus bilhetes por lá. Agências de turismo e sites de comparação podem embutir margens de serviço nos preços e encarecer um pouco as passagens.

Compre as passagens com antecedência, mas não demais

Da mesma forma com que as passagens de avião, se você reservar seus assentos no trem com antecedência você consegue preços melhores e pode até conseguir uma boa promoção. Mas não faça as reservas com mais de 80 dias de antecedência, pois pode acontecer de os bilhetes promocionais simplesmente ainda não terem sido colocados online no sistema de reservas. Os descontos para quem compra com antecedência pode passar dos 50%.

Tente comprar mais bilhetes para trens tradicionais

Os trens de alta velocidade são mais caros do que os trens tradicionais. O Eurostar de Londres para Paris leva pouco mais de duas horas, apenas. Mas normalmente tem passagem de custo mais elevado. Sabendo das limitações de tempo de sua viagem, tente incluir mais trens normais e menos opções mais modernas e rápidas mas que cobram um preço mais caro.

Evite comprar pela Raileurope e sites semelhantes

Apesar da interface amigável e intuitiva, a Raileurope não disponibiliza todas as promoções das companhias europeias e muitas vezes inclui sobretaxas que originalmente não são cobradas. É um bom portal para estudar seu roteiro, mas na hora de efetuar a compra, vá para o site da empresa ferroviária europeia e reserve seu assento por lá, diretamente.

Trens famosos na Europa

Viajar de trem nem sempre é uma questão de escolher o melhor modal de transporte. Algumas linhas férreas são simplesmente passeios turísticos por si só, seja pela paisagem estonteante que você pode experimentar ou pelas atrações que a linha oferece.

Há ainda os trens mais históricos e com um significado simbólico importante. Essas também são boas razões para escolher uma viagem de trem na Europa e pensando nisso você vai conhecer agora alguns dos trens mais famosos da Europa.

Eurostar – Paris, Bruxelas, Londres

O Eurostar, conhecido como Eurotrem, corta o Canal da Mancha por um túnel e conecta em alta velocidade Paris, Londres e Bruxelas. De Londres a Paris, por exemplo, você pode chegar em pouco mais de duas horas. Não espere paisagens sensacionais no caminho, já que você não vai enxergar quase nada.

Bergen – Oslo

Saindo de Bergen e rumado para Oslo, na Noruega, não serão  poucos os famosos  fiordes vistos no caminho. Especialmente no inverno a viagem fica impressionante devido à neve cobrindo a paisagem escandinava.

Glacier Express

Ligando Zermatt, Davos e St. Moritz, na Suíça, essa é uma viagem de mais ou menos sete horas. Seu destaque são as alpes suíços que podem ser apreciados do conforto do trem.

Centovalli

A linha de ferro acompanha o vale do rio Melezza, ligando Domodossola, na Itália à cidade suíça de Locarno. Como o nome sugere, são exatos 100 vales que essa elegante linha de trem cruza durante a viagem.

Venice Simplon-Orient-Express

Uma viagem luxuosa de Londres para Veneza em um trem do século 19. O Trem corta a Europa e oferece almoço e jantar diferenciados.

Danúbio Express

Um passeio pela Europa Oriental é perfeito para esse trem. É uma viagem luxuosa e cobre países como Hungria, Romênia e Bulgária. O ponto final é antiga Constantinopla, atual Istambul.

Talyllyn Railway

Trata-se de um trem antigo que cruza um curto trecho do País de Gales. A atração do passeio é vista panorâmica dos vales galeses.

E aí? Vai ser trem, ônibus ou avião? Ao terminar o texto falando sobre esses passeios de trem que são mais atrações turísticas do que viagem é difícil não querer incluir pelo menos uma viagem de trem na Europa. Mas lembre-se das dicas e macetes que você aprendeu aqui na hora de escolher e reservar seu assento de trem. E depois, não esqueça de comentar como foi sua jornada 🙂

Descubra filmes e séries de viagem para arrumar as malas agora mesmo

Apelidos carinhosos em inglês para sua viagem
O que falta para você começar a viagem dos seus sonhos? Foto: iStock, Getty Images

Em alguns momentos, tudo que falta para você tirar a mala do armário e comprar uma passagem é um empurrãozinho. Pode ser um filme que se passa em uma cidade inesquecível, uma série sobre viajantes com cenários espalhados pelo mundo ou uma história sobre uma jornada incrível. Neste post, selecionamos séries e filmes de viagem que vão despertar aquele desejo de desbravar um novo destino – aquele ímpeto soterrado em uma montanha de papéis de trabalho e justificativas que você nem lembra mais quais são.

Seja qual for o empurrãozinho que faltava para você, aqui neste texto você vai encontrar muitos motivos para arrumar as malas e pôr o pé na estrada. Selecionamos filmes e séries que vão te deixar morrendo de vontade de viajar, seja indo para uma cidade ou país em específico ou colocando a mochila nas costas e saindo pelo mundo sem pensar em roteiro, em uma espécie de wanderlust induzido – ou redescoberto.

Filmes de viagem e viajantes

Esta é a hora de pôr o pé na estrada. Com estes filmes que selecionamos, você vai deixar de lado a ideia da mala bem organizada e um roteirinho definido e vai ficar com vontade de pegar a maior mochila que encontrar, tocar algumas roupas dentro e partir em uma jornada que começa agora e termina só daqui a alguns meses ou anos.

1 – Babel

Três continentes diferentes entrelaçados no mesmo filme. A viagem que você terá vontade de fazer ao assistir Babel é uma das mais longas. São quatro grupos de pessoas, um do Marrocos, um do Japão, um do México e outro dos EUA. A trama costura a história de todos por meio de um acidente, mas ao mesmo tempo não relaciona os personagens diretamente.

Com uma sequência não muito linear, o filme de alejandro González Inãrritu perpassa na mesma tela quatro cenários e culturas diferentes. Ir de um a outros é o que faz este filme nos querer levantar e pôr o pé na rua. Confira por você mesmo!

2 – Diários de motocicleta

Esse já é um clássico sobre uma das mais conhecidas viagens já feitas. Ernesto Guevara de La Serna, que passaria à história como Che Guevara, deixou um livro de memórias no qual narra sua viagem por toda a América do Sul feita no ano de 1952. Essa é a viagem filmada por Walter Salles nesse ótimo filme.

A motocicleta, a viagem-aventura pelo continente inteiro e o significado dela para o personagem histórico de Che Guevara dão uma tonalidade ao filme que poucas produções alcançam. A atmosfera de viagem é nítida e é inescapável a vontade de sentar numa moto e sair desbravando nosso continente ao sul do Equador. Um filme para viajantes puros!

3 – Sete anos no Tibet

Este é um filme que se aproveita do imaginário das pessoas sobre um país marcado por uma cultura radicalmente diferente do nosso alvoroço urbano ocidental. Brad Pitt é quem faz a viagem a esse país impressionante e leva o espectador junto com ele. A viagem que você terá vontade de fazer não será apenas uma. Além do Tibet e seus templos cinematográficos, uma viagem espiritual, consciente ou não, provavelmente também terá entrado em seus planos.

4 – A Praia

“A Praia” é a história de um turista americano na Tailândia, mais especificamente na sua capital Bangkok. O viajante se depara com um mapa com um lugar marcado onde supostamente seria o “paraíso na terra”, nas palavras do autor do mapa. Richard, o viajante em questão, empreende uma busca pelo lugar e acaba por encontrar algumas surpresas, nem todas muito boas. O filme é uma busca dentro de uma viagem pela Tailândia, e não poderia ficar de fora de uma lista de filmes para viajar.

5 – Comer, rezar, amar

Itália, Índia e Bali, eis o roteiro de Liz Gilbert em “Comer, Rezar e Amar”. Baseado no livro homônimo amplamente celebrado ao redor do mundo, o filme narra uma viagem em busca de autoconhecimento e redescoberta. Os três países pelos quais o filme navega e a viagem interior que a personagem principal faz são elementos que deixam qualquer um querendo viajar. Com você não será diferente.

6 – Viagem para Darjeeling

Quando se fala em viagem a destinos exóticos, a Índia é um país que dificilmente fica de fora da conversa. Para os cineastas isto também é especialmente verdadeiro. “A viagem para Darjeeling” é um filme sobre uma pessoa em busca de reconciliação consigo mesma e a cidade Indiana de Darjeeling cumpre um papel fundamental nessa busca.

A cidade e cultura local, nesse caso, a cultura milenar Indiana, não são apenas um pano de fundo para a história, e sim peça fundamental e fio condutor da trama. Apesar de não tão conhecido do público, as características desse filme de Wes Anderson o fazem merecer figurar em nossa lista.

7 – Sob o sol da Toscana

https://www.youtube.com/watch?v=moqovwrR_gE

A Itália parece perseguir o cinema, ou seria o contrário? O mesmo pode-se perguntar dos viajantes, são eles que perseguem a Itália ou são perseguidos por esse país que aparece aqui pela terceira vez?

Sob o Sol da Toscana” é a história de uma mulher que descobre a vida infiel do marido e decide sair em viagem pela Itália em busca de um novo começo. As coisas tomam um rumo novo na cidade de Toscana, palco principal do filme e a nova cidade da sua lista de desejos após terminar de assistir o filme.

Filmes com os melhores destinos de viagem

Alguns filmes são tão conectados a uma cidade ou um país em especial que assistir por si só é uma viagem para aquele lugar. Não é incomum que após ver um desses filmes aquela lista de destinos obrigatórios para conhecer antes de morrer aumente mais um pouco.

1 – Para roma com Amor

A Itália e sua capital, Roma dispensam apresentações. O primeiro filme de nossa lista é “Para Roma com Amor”, do festejado diretor nova iorquino Woody Allen. Como a maioria da safra cinematográfica deste diretor, o filme é uma trama de amor envolvendo quatro histórias de casais, alguns residentes em Roma e outros apenas visitantes da cidade.

O filme cumpre o que diz no nome, a cidade de Roma é retratada com tanto amor quanto os próprios casais apaixonados. Os travellings sobre alguns dos cartões postais da capital italiana são de tirar o fôlego e a atmosfera da cidade quase salta da tela para para dentro da sala.

2 – Buena Vista Social Club

A capital cubana e a música são quase irmãos gêmeos. Cuba é reconhecida como uma das grandes culturas musicais das Américas, ao lado dos EUA e do Brasil, e a sua capital Havana é palco deste documentário dirigido por Wim Wenders. Trata-se de uma viagem feita pelo guitarrista Ry Cooder em busca dos melhores músicos de cuba para formar uma banda.

A música e as cenas de Havana e cuba se misturam quase como fazedo parte da mesma partitura. O diretor alemão colocou na lente da câmera uma Havana musical e sensual, um lugar de desejo para quem assiste a produção. Não se surpreenda se você quiser escutar um pouco de Jazz e Havana for incluída na sua lista de cidades para viajar depois de assistir esse filme.

3 – Manhattan

O terceiro filme de nossa lista é um dos maiores clássicos do já mencionado Woody Allen. O diretor americano, além de ser famoso por ser fã de Jazz e leitor confesso de Schopenhauer, é celebrado também como um dos maiores amantes da Ilha de Manhattan. Esse filme, rodado em preto e branco e ácido como poucos em suas tramas cruzadas de amor, paga tributo a esse lado de Allen e eleva Manhattan a um dos principais cenários de sua carreira.

A quem assiste o filme e vê os personagens caminhar pelas ruas, visitar os museus e entrar nos restaurantes locais, só resta se render e deixar a vontade de viajar e conhecer Nova York invadir a sala de casa.

4 – Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual

Não menos amoroso mas com menos diálogos do que os filmes de Allen, Medianeras é um dos melhores filmes Argentinos dos últimos anos. Como o nome já deixa entendido, Buenos Aires é o pano de fundo e linha guia das histórias de Martín e Mariana, dois jovens modernos meio à deriva numa Argentina de relações líquidas e fugidias.

O filme, além de trazer a ideia de “viagem”  no sentido de idas e voltas afetivas nas relações entre pessoas do mundo atual, é um retrato da atual capital Argentina. O gosto de viajar e se sentir como os próprios personagens na cidade não demora a brotar em quem assiste esse belo filme.

5 – A grande beleza

Falando em cinema e viagens, não nos surpreende que um diretor italiano apareça na lista. Paolo Sorrentino é daqueles artistas que depois que conhecemos ficamos quase nos sentindo obrigados a voltar mais vezes e o conhecer melhor. “A Grande Beleza” é outro filme que te fará viajar para Roma. Jep Gambardella é o personagem principal desse longa que mistura a história de vida de Jeb com a vida urbana e noturna da capital Italiana.

É a segunda vez que você ficará com vontade de fazer as malas para a Itália. Esse é um filme para viajar, tanto por Roma como por sua própria história de vida, algo difícil de não se fazer ao conhecer o personagem principal da trama de Sorrentino.

6  – Um Lugar Chamado Notting Hill

Um bairro em uma das maiores metrópoles cosmopolitas do mundo, uma livraria especializada em guias de viagem, a visita ilustre de uma famosa atriz estrangeira e um relacionamento inesperado, eis os ingredientes que vão te fazer querer viajar para Londres, em particular, para o bairro de Notting Hill, onde acontece a história de comédia romântica retratada em “Um lugar chamado Notting Hill”. 

A existência de uma livraria especializada em guias de viagem é quase um trocadilho cinematográfico convidando o espectador a viajar para dentro do filme e, consequentemente, para Londres e para Notting Hill. É o que vai acontecer quando você assistir a esse filme.

7 – Meia Noite em Paris

Falar de viagem e não passar por Paris seria muito difícil, até mesmo improvável. “Meia Noite em Paris” conta a história de Gil Pender e sua esposa em viagem a Paris. Ao sair para explorar a cidade, Gil conhece um grupo de escritores que o leva uma viagem pela literatura e ao passado. Com uma forte pegada literária e se apoiando na renome da própria Paris, o filme não demora a despertar o desejo de visitar a capital francesa. Nesse caso especificamente, a sua viagem pode acabar sendo apenas um livro de algum autor francês, mas Paris também ficará sussurrando convites em seu ouvido por um bom tempo após assistir ao filme.

4 Séries para quem quer viajar

Agora, chegando ao fim do post, uma superdose de referências para que suas próximas viagens sejam inesquecíveis (e comecem o quanto antes).

1 – O Mundo Segundo Os Brasileiros

O Mundo Segundo os Brasileiros é um programa televisivo inspirado no original “Españoles en el mundo”. A série já teve seis temporadas e percorreu mais de 70 países e é literalmente uma série sobre destinos de viagemCada cidade é apresentada por brasileiros que moram no lugar, então dá pra ter uma visão bem peculiar sobre atrações, restaurantes, bares – bem além do roteiro turístico tradicional.

2 – Marco Polo

Viajar para desbravar novas terras pode ser até “fácil” hoje em dia, mas imagine fazer isso no século 13, sem aviões, sem automóveis, sem trens e muito menos seguro de viagem e guias turísticos. Foi o que o lendário viajante italiano Marco Polo fez. As viagens descritas no livro “As viagens de Marco Polo”, escrito pelo próprio Marco Polo, são o tema dessa série do Netflix. Aqui a viagem é puro espírito de aventura.

3 – Sherlock

Sherlock é uma série que narra as aventuras do detetive mais famoso do mundo em plena Londres contemporânea. Ao longo dos episódios, ícones da capital britânica ficam evidentes no cenário, e qualquer apaixonado pela Inglaterra vai ficar com ainda mais vontade de viajar para Baker Street e refazer os passos de Holmes e Watson.

4 – Travel and Share

Travel and Share é um projeto incrível de um casal de brasileiros que largou tudo para dar uma volta ao mundo a bordo de uma caminhonete que, ao longo do caminho, se converteu em uma “casinha móvel”. O Rômulo e a Mirella já passaram pela América do Sul, América do Norte, Europa e estão hoje na Ásia. Até quando? Não sei, mas eles atualizam todos os seus passos nas redes sociais e publicam um vídeo (superbem produzido) por dia. É um trabalho incrível, que deixa qualquer um inspirado para perambular pelo mundo.

E aí, curtiu as nossas sugestões de filmes e séries? Como está aí o coração e a vontade de pegar a estrada? Deixe um comentário.

Quais são as principais monarquias atuais?

Rainha Elizabeth
Rainha Elizabeth II é a mais conhecida Soberana das monarquias atuais. Foto: iStock, Getty Images

A monarquia é o sistema de governo mais antigo do mundo. Mas você sabia que existem muitos países que ainda o adotam, em diferentes versões?

Neste post, vamos entender quais foram os primeiros regimes, as diferenças entre o modelo absolutista e o parlamentarista e algumas das principais monarquias atuais em vigor neste momento.

Reis, rainhas, príncipes, princesas, tramas e conspirações para herdar o trono do reino, se todos esses elementos soarem familiar e até corriqueiro para você, não é à toa.

As monarquias são uma forma de governo que perpassou toda a História da civilização, tanto no Ocidente como no Oriente.

As monarquias atuais, apesar de profundamente limitadas em termos de poder político, continuam a exercer influência e seus membros são pessoas públicas de destaque em seus países e algumas vezes em todo o mundo.

Você acha que essa forma de governo caiu em desuso? Será que são poucos ou muitos os regimes monárquicos ainda existentes em pleno século 21? O que é afinal de contas uma Monarquia e quais as suas variações? É o que vamos descobrir agora.

7 monarquias atuais

A monarquia é o sistema de governo mais antigo do mundo. Com o passar do tempo, as monarquias absolutistas foram deixadas de lado, em prol de regimes parlamentaristas, regidas por uma constituição.

Veja sete delas em vigor em todo o planeta:

A monarquia no Reino Unido

Talvez a mais famosa monarquia atual seja a do Reino Unido. Personificada na figura da Rainha Elizabeth II, também chamada no Brasil de Isabel II, a monarquia britânica remonta ao século 10 da Idade Média, sendo que anteriormente já havia nas ilhas britânicas sistemas monárquicos descentralizados.

Foi em 1066, com a conquista e unificação dos Reinos Anglo-Saxões por Guilherme, O conquistador, que a Monarquia Britânica centralizada na figura do Rei de fato começou.

A Dinastia Normanda foi a primeira que governou os Reinos Saxões. Atualmente é a Dinastia de Windsor, sediada no Castelo de Windsor, localizado na cidade de mesmo nome, que dá continuidade à milenar forma de governo do Reino Unido.

Trata-se de uma Monarquia Parlamentarista, na qual a Rainha Isabel II é Chefe de Estado mas o poder político e de governo de fato é exercido pelo Primeiro-Ministro e com aprovação do Parlamento do Reino Unido, este o órgão de maior poder. O atual Primeiro-Ministro do Reino Unido é Theresa May, que substituiu David Cameron após o referendo conhecido no mundo todo como Brexit.

A monarquia na Espanha

A Espanha também é uma Monarquia Parlamentarista. Sua origem está na própria formação da Espanha unificada nos séculos 14 e 15. Em 2014 o então Rei Carlos I abdicou do trono depois de 39 anos no poder, sendo que o atual monarca Espanhol é o Rei Felipe VI, antigo Príncipe das Astúrias.

A Monarquia Espanhola foi interrompida em três momentos da história desse país, foram eles:

  • Primeira República (1873-1874)
  • Segunda República (1931-1939)
  • Regime Franquista (1939-1975)

Após a queda de Franco em 1975, o Rei Carlos I assumiu o poder e decidiu por criar uma constituição democrática, dando origem ao atual regime de Monarquia constitucional parlamentarista.

A monarquia nos Países Baixos

Mais um país desenvolvido da Europa também adota o sistema de Monarquia Constitucional. Os Países Baixos fundaram a sua Monarquia constitucional em 1815. O Rei Holandês é presidente do Conselho de Estado e possui vários direitos e deveres atribuídos a ele pela constituição do país.

A Holanda adota um sistema bicameral de parlamento, que é quem determina a política de governo em si. O atual monarca é Guilherme Alexandre, da Casa de Orange-Nassau. O atual Rei Holandês assumiu após a abdicação de sua mãe, a Rainha Beatriz em 2013.

A monarquia na Jordânia

O Reino Hachemita da Jordânia, é a primeira Monarquia Constitucional do oriente que vamos abordar aqui. Provavelmente você deve conhecer esse país pelo nome de Jordânia apenas.

O Rei da Jordânia, atualmente Abdullah II, sucessor de Abdullah I, fundador da Monarquia constitucional do país com a instituição da constituição de 1952, possui poderes um pouco mais fortes do que os monarcas europeus. Apesar de regulado pela constituição como todo sistema Monárquico Constitucional, O Rei é quem exerce o Poder Executivo.

Ele pode executar e vetar as leis aprovadas no Parlamento (atualmente o parlamento pode anular o veto do Rei por meio de uma votação com mais de dois terços de seus membros).

O rei também tem a prerrogativa de suspender ou dissolver o parlamento e diminuir ou aumentar o prazo de sessão.Ainda, é o Rei quem nomeia e pode exonerar os juízes do país, fazendo isso por meio de decreto.

A monarquia Saudita

O mais rico Estado do Oriente Médio e um dos maiores produtores de petróleo do mundo, a Arábia Saudita também possui um regime de Monarquia. Mas aqui a coisa é um pouco diferente do que acontece na Europa.

O Rei Saudita, além de chefe de Estado, é também o primeiro-ministro do país, ou seja, ele tem os cargos de Chefe de Estado e Chefe de Governo, algo raro nos dias de hoje e que dá ao atual Rei Salman Al Saud um forte poder político e influência geopolítica.

Outra curiosidade da Arábia Saudita é que o príncipe herdeiro é também o vice primeiro-ministro, isto é, na ausência do rei ou em casos em que ele não possa exercer o poder, é o príncipe quem toma as rédeas da política Saudita.

A monarquia Saudita começou em 1902, quando o Rei Ibn Saud, fundador da atual Dinastia, conquistou as principais cidades e territórios da península arábica e unificou o País.

O atual monarca está no poder desde 1935! Já imaginou ser o Chefe de Governo e de Estado de uma nação tão grande e complexa por mais de 80 anos? Não de ser lá coisa muito fácil.

A monarquia Sueca

A Suécia é conhecida pelos seus altos índices de desenvolvimento humano, pelos livros de Knut Hamsun e Jostein Gaarder e por ser a terra natal de um dos maiores diretores de Cinema da História – Ingmar Bergman.

Mas uma coisa que você talvez não saiba sobre esse interessante país é que se trata de um reino, o Reino da Suécia, governado desde 1810 por monarcas descendentes da Casa de Bernadotte.

Trata-se de uma monarquia constitucional, uma das mais antigas do mundo, com relatos de reinos que datam desde o século 1.

O Rei Eric, o Vitorioso, que reinou no século 10 é considerado o primeiro Rei da Suécia pois até o seu Reinado os relatos anteriores são baseados em sagas e histórias controversas sobre a história antiga dos povos nórdicos e germânicos, frequentemente mencionando mitos e histórias do folclore local.

O atual Rei Sueco é Carlos Gustavo XVI, sétimo monarca da casa de Bernadotte. Na Suécia o papel do Rei é muito limitado. Apesar de ser o mais alto cargo do serviço público, ele possui atribuições basicamente cerimoniais e representativas.

A monarquia na Bélgica

Último país Europeu de nossa lista, a Bélgica é um pequeno território com influências culturais muito grandes da França, Holanda e Alemanha.

A Monarquia do país é constitucional e o rei da Bélgica, atualmente o Rei Philippe, possui apenas funções simbólicas e representativas.

Muitas vezes, apesar de não possuir poder político mas por ser uma personalidade pública de muita influência, o Rei acaba por desempenhar um papel importante em debates nacionais e na manutenção da unidade social do país. O atual monarca herdou o trono de seu pai após sua abdicação em 2013.

A Monarquia Belga é recente. Foi em 1830, quando o país se tornou independente que foi adotado o sistema de Monarquia Constitucional.

O sistema foi escolhido por meio de votação no Congresso Nacional, por 174 votos à favor e apenas 3 contra. O primeiro Rei Belga foi Leopoldo I, que reinou até 1865.

A Monarquia Japonesa

Para fechar nossa lista de Monarquias atuais, temos um representante da Ásia. Nada mais nada menos do que o Japão.

Você deve se lembrar de algum filme da segunda guerra mundial em que o Imperador Japonês transmite ao povo a rendição e fim da guerra pelo rádio. Não lembra?

O que muita gente não sabe é que mesmo após a derrota na segunda grande guerra, o Japão continuou uma Monarquia Constitucional e o Imperador passou a desempenhar um papel simbólico importante.

No japão o Imperador é nome usado para o monarca. Durante muitos séculos, a figura do Imperador teve forte cunho religioso e foi mesmo vista como interface entre o povo japonês e o poder divino.

Ao contrário das Monarquias Europeias, por muitos séculos o Imperador Japonês não possuía atribuições de comandante militar.

Atualmente o monarca da Terra do Sol Nascente é o Imperador Akihito, que assumiu o trono em 1989, sucedendo seu pai Hirohito, mais conhecido como Imperador Showa. O monarca Japonês não possui poderes políticos e desempenha funções meramente cerimoniais e simbólicas.

O que é Monarquia

O principal elemento de uma monarquia é a existência de um monarca investido do cargo de Chefe de Estado e, em alguns casos, também Chefe de Governo.

Essa diferença é muito importante e está no cerne da diferença entre Monarquias absolutas e parlamentaristas ou constitucionais que veremos mais à frente.

Numa Monarquia, o cargo de Chefe de Estado é exercido pelo monarca, também chamado de Rei ou Rainha. O cargo é transmitido por via hereditária, isto é, os descendentes do Rei é quem serão os próximos monarcas, de acordo com regras de sucessão real.

As únicas forma de o monarca deixar o cargo de Chefe de Estado é quando da sua morte ou pela abdicação do trono.

Quando a Família Real não deixa herdeiros diretos para a sucessão do trono, pode haver eleições para escolher uma nova Dinastia (família real) que dará continuidade à Monarquia.

Assim acontecia em Portugal, por exemplo, em que a Dinastia de Avis foi eleita pelas Cortes em 1385 e a Dinastia dos Habsburgo nas Cortes de 1580 (as Cortes eram assembleias políticas de caráter consultivo e deliberativo convocadas pelos Reis ou nome deles).

Os poderes dos monarca foram ilimitados por pouco tempo. Atualmente a larga maioria das Monarquias são regimes constitucionais em que o poder do monarca é apenas representativo e não governativo.

Monarquias absolutas e parlamentaristas

Os dois tipos principais de monarquia são a absolutista e a parlamentarista. Os nomes são bem sugestivos e pelas explicações das seções anteriores você já deve ter uma ideia da principal diferença entre as duas. Mas vamos retomar esse ponto para ficar bem claro.

O ponto mais importante para entender a diferença entre as Monarquias tradicionais da Idade Moderna, na qual os Reis eram ditos possuírem poderes absolutos, das atuais Monarquias parlamentares baseadas em regimes constitucionais e democráticos, é a divisão entre os cargos de Chefe de Estado e Chefe de Governo:

  • Chefe de Estado: É o mais alto representante de um Estado-Nação. Ele é o responsável por representar o país na diplomacia internacional no mais alto escalão, ratificar tratados e acordos com outros países e exercer as funções a ele atribuídas pela constituição, dessa forma, chefes de Estado de diferentes Estados podem possuir funções distintas. chefe de Estado não estabelece a política governativa do país, a não ser que acumule a função de chefe de governo.
  • Chefe de Governo: È quem dita e estabelece a política interna e externa do país, colando as diretrizes e planos que de fato governam a vida política, econômica e social da nação. Nos regimes presidencialistas é eleito diretamente pela população, já em sistemas parlamentaristas, como as Monarquias europeias, é eleito pelo Parlamento.

O que é uma monarquia absolutista?

Monarquia absolutista é o nome dado às Monarquias da Idade Moderna Europeia, nas quais os Reis além de Chefe de Estado eram também Chefes de governo e tinham também poder em âmbito religioso. O Rei Luís 14, da França, mais conhecido como O Rei Sol, é o maior exemplo de monarca absolutista.

Segundo os defensores desse sistema, o poder do Rei emana do próprio poder divino, sendo o Rei a constituição do próprio Estado Nação.

Luis 14 disse uma frase que caracterizou toda a Monarquia Absolutista: “ O Estado sou Eu”. A frase sintetiza todo o espírito das Monarquias absolutistas de que o Rei é o líder de governo, de estado e religioso de um país.

O que é uma monarquia parlamentarista?

Já uma monarquia parlamentarista, como o próprio nome já diz, é um sistema no qual o rei desempenha um papel apenas de chefe de estado, muitas vezes cumprindo apenas deveres em cerimoniais e eventos oficiais e simbólicos. A maioria das Monarquias atuais pertencem a esse tipo de governo e o monarcas não possuem qualquer influência sobre a política econômica e diretrizes de Estado colocados pelo Parlamento

Monarquia no Brasil

Para fechar nossa texto sobre as Monarquias atuais, vamos relembrar que o Brasil também já teve o seu monarca. D. Pedro I e D. Pedro II foram os dois imperadores do Brasil durante o século 19 e fizeram parte da única parte da história do Brasil independente na qual os brasileiros tinham um monarca como chefe de estado.

A Monarquia Brasileira também foi do tipo constitucional (ou quase), tendo sido instituída logo após a independência em 1822 e consolidada na Constituição de 1824, que alçou D. Pedro I ao poder como primeiro monarca. A Família Imperial Brasileira descende diretamente da Casa de Bragança, de Portugal, e também com representantes da Casa de Habsburgo e Bourbon.

O Imperador Brasileiro era chefe de governo e também de estado, mas apesar disso o presidente do Conselho de Ministros era quem de fato exercia o papel de chefe de governo junto a um sistema multipartidário representado no parlamento.

A monarquia brasileira durou de 1822 até a fundação da Primeira República em 1889, um longo período no qual os brasileiros possuíam uma família real como chefe máximo de Estado. Você já imaginou como seria ter um rei? É um sistema que para nós parece muito diferente e muito ligado aos livros de história, mas a verdade é que as Monarquias e famílias reais continuam vivas ao redor do mundo e continuam a perpetuar seus herdeiros em dezenas de países.

E aí? Gostou de conhecer algumas das principais monarquias atuais e saber como funciona esse tipos de governo? Esperamos que tenha sido um texto rico. Volte sempre!

Era Medieval: História e Curiosidades

Castelo de Eltz - Castelos medievais da Europa
Castelos foram legados da era medieval na Europa. Foto: iStock, Getty Images

A Era Medieval é conhecida como um período de estagnação econômica e científica. Os Iluministas, por exemplo, deram a esse período de tempo o nome de Idade das Trevas, pois segundo eles foi um tempo em que a razão humana deu lugar à superstição e influência política da Igreja.

Neste texto, vamos apresentar e discutir o que foi a Era Medieval e trazer curiosidades que provavelmente passaram ao largo do seu livro de escola. A própria ideia de que o período medieval foi uma época de estagnação será discutida, considerando uma visão mais realista e menos propensa à interpretação negativa que a herança Iluminista nos deixou.

A seguir, vamos nos concentrar na Idade Média Europeia e os seus principais acontecimentos. É uma viagem de mais de mil anos de distância, que serão explorados em alguns minutos e parágrafos.

Preparado para essa viagem? Vamos lá.

O que foi a Era Medieval

A Idade Média, ou Era Medieval, é uma divisão histórica de tempo, entre a Antiguidade e a chamada Idade Moderna. Vamos ver mais precisamente quais são os marcos que datam o início e fim e as características desse período histórico conhecido pelo feudalismo e ascensão do poderio da Igreja Católica do ocidente.

Qual é o período da Era Medieval

A Antiguidade tem como marco final a queda do último Imperador Romano do Ocidente, em 476. Essa é a data que se tem como consenso para o início da período medieval. Do século 5, quando o Império Romano do Ocidente desmorona até o século 15, que marca a conquista de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos otomanos, em 1453, a Europa viveu a chamada Idade Média.

Alguns historiadores e países atribuem a data de término da Idade Média a datas diferentes, mas todas elas mais ou menos o fim do século 15. A conquista de Granada, em 1492, a morte do Rei Fernando II de Aragão, em 1516, são outras datas que alguns autores consideram como marcos finais do período feudal.

Para simplificar nossa vida e não nos perdermos com tantas datas e números, vamos falar em séculos 5 (início) e 15 (fim), ok?

As divisões da Idade Média

Mil anos é muita coisa. Muito tempo mesmo. É um milênio inteiro de acontecimentos e mudanças sociais e econômicas profundas. Como quase tudo no conhecimento humano, para facilitar a análise e estudo da período medieval, é feita uma divisão, normalmente em dois períodos menores:

  • Alta Idade Média – Séculos 5 ao 10
  • Baixa Idade Média – Séculos 11 ao 15

Da mesma forma com que as datas de fim do período medieval não é unanimidade entre os historiadores e países, existem também outras divisões, como por exemplo, a separação da Idade Média em três períodos distintos:

  • Idade Média Arcaica – Séculos 5 ao 9
  • Alta Idade Média – Séculos 10 ao 12
  • Idade Média tardia – Séculos 13 e 14

Vamos usar a divisão em dois períodos, Alta e Baixa Idade média, que, em geral, é a mais utilizado as escolas e pelos historiadores.

Características da Idade Média Europeia

Esses mil anos de Idade Média pelos quais a Europa passou não possuem uma divisão especial na História à toa. Por que esse período tem um nome bem definido e data de começo e fim? A razão disso é que mudanças drásticas na estrutura econômica, social e política ocorreram e deram aos  séculos medievais uma feição própria e distinta dos períodos Antigo e Moderno.

A antiguidade na Europa foi marcada por grandes Impérios centralizados na autoridade de Reis (Roma, Macedônia, Egito, etc), grandes guerras, um sistema escravagista muito forte e pelo desenvolvimento dos primeiros sistemas de leis e de comércio entre nações.

A Idade Média possui características muito distintas da antiguidade. Os principais aspectos que marcaram o período medieval foram:

  • Poder político descentralizado (principalmente na alta Idade Média)
  • Relações de suserania e vassalagem
  • Estratificação social em Clero, Nobreza e Servos
  • Regime de servidão e feudalismo
  • Economia essencialmente rural
  • Proliferação de Templos e Monastérios
  • Grande influência política e econômica da Igreja Católica
  • Domínio da teologia Escolástica na cultura e filosofia

No século 15, já no fim da Idade Média, começam a surgir as primeiras monarquias absolutistas na Europa, retomando o poder central dos Reis. Com o surgimento do mercantilismo e os grandes descobrimentos a estrutura feudal agrária começa a dar lugar à economia urbana e ao comércio, e no plano da cultura e religião, o Renascimento e a Reforma protestante dariam novos rumos à antiga influência da Escolástica e da autoridade da Igreja Católica. Todas essas transformações puseram fim à Idade Média e deram início à Idade Moderna.

Muitos eventos importantes e influentes no imaginário ocidental aconteceram no período medieval. Na próxima seção vamos destacar alguns desses eventos que até hoje são temas de livros, filmes e inspiração para muitas criações contemporâneas.

5 acontecimentos da Era Medieval

Dos dois períodos os quais a Era Medieval está dividida, é na Baixa Idade Média que alguns dos principais acontecimentos da época aconteceram. A Alta Idade Média fora caracterizada por uma regressão econômica a um regime de produção agrícola e forte correlação entre poder econômico e posse de terras. Já na Baixa Idade Média, algumas cidades e feiras comerciais começam a se tornar importantes na esteira de inovações agrícolas e retomada do crescimento urbano, começando a pavimentar o caminho para o renascimento comercial e cultural do século 15.

Vamos descrever agora alguns dos principais acontecimentos da Era Medieval.

As cruzadas

As cruzadas são amplamente conhecidas devido à sua retratação frequente no cinema e na televisão. Esse movimento consistiu em um conjunto de expedições militares lideradas por reis e comandantes militares cristãos em direção à Jerusalém, com o objetivo de retomar o controle político da Terra Santa das mãos dos Muçulmanos.

A primeira cruzada de caráter oficial foi convocada pelo Papa Urbano II em 1095. As diversas expedições, ora obtinham algum sucesso em retomar territórios ora eram fracassadas e resultavam em grandes perdas para os Cruzadas.

A mais famosa Cruzada foi a terceira, na qual tomaram parte os mais importantes reis da Europa, dentre eles: Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra, Felipe Augusto, da França e Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Germânico. A expedição não foi um sucesso militar, mas o rei Inglês Ricardo Coração de Leão chegou a um acordo com o famoso líder muçulmano Saladino para que cristãos tivessem permissão para peregrinar à Terra Santa.

Amplamente retratado no cinema e até hoje motivo de severas discussões entre cristãos e muçulmanos, as Cruzadas foram um dos mais importantes acontecimentos da Idade Média na Europa.

Uma igreja, dois Papas – A grande cisma do ocidente

Também conhecida como apenas Grande Cisma ou Cisma, esse evento foi uma das maiores crises da Igreja Católica em toda a sua história. O termo cisma significa separação, quebra de unidade, e foi exatamente isso que aconteceu.

Com a morte do Papa Bonifácio VIII, em 1303, o Rei Francês Felipe IV, o Belo, então um monarca em ascensão e com grande influência, em um vigoroso movimento político conseguiu com que um papa de origem francesa fosse eleito, o Papa Clemente V. Além disso, obrigou que o Papado fosse transferido para a cidade francesa de Avignon, onde ficou instalado até 1378, naquilo que passou à História como Cativeiro de Avignon.

No ano de 1378 um novo Papa foi eleito. Urbano VI, de origem italiana, reinstalou o Papado em Roma, mas em movimento contrário, apoiadores do Papado em território Francês elegeram outro Papa, Clemente VII, que se manteve instalado em Avignon. Assim, a partir de 1378 a Igreja católica conviveu com dois Papas, um baseado em Avignon (Clemente VII) e outro baseado em Roma (Urbano VI).

Essa divisão durou até 1417, marcando um período da Igreja na qual a sua principal figura de poder ficou divida em duas. Essa foi a Grande Cisma do Ocidente.

A peste negra

A peste negra foi um capítulo dramático da Baixa Idade Média. Durante o século 14, roedores infectados com a bactéria Yersinia pestis, alcançaram zonas habitadas da Europa a partir de navios mercantes vindos da Ásia. Uma das variações dessa bactéria é responsável pela peste bubônica, doença que ataca o sistema sanguíneo e linfático.

Estima-se que mais de um terço de toda a população da Europa tenha perecido vitimada pela doença. Uma das maiores e mais mortais epidemias já registradas.

A invasão Muçulmana da Península Ibérica

No ano de 711, ainda na Alta Idade Média, a península Ibérica, na região espanhola da atual Andaluzia, foi palco de várias excursões militares muçulmanas que acabaram por tomar o controle da sul da península.

Por mais de 800 anos os árabes mantiveram o controle da região, marcando uma profunda influência na cultura e na arquitetura local. Apenas em 1492, quando os Reis Católicos Fernando de Aragão, e Isabel de Castela expulsaram definitivamente os muçulmanos e conquistaram a cidade de Granada a península voltou ao domínio europeu e católico.

As invasões Vikings

A civilização Viking dominou a Europa Escandinava durante a Idade Média. Baseados nas regiões nórdicas das atuais Noruega, Suécia e Dinamarca, os povos Vikings possuíam uma forte tradição militarista e entre os séculos 8 e 11 promoveram uma série de invasões à vários países da Europa, incluindo as atuais regiões da França, da Espanha, Inglaterra e principalmente Irlanda.

Esses séculos da Era Medieval são também chamados de Era Viking, e somente após a introdução do cristianismo nas terras escandinavas e do fortalecimento dos reinos europeus é que os Vikings deram sinais de desgaste e pararam definitivamente com suas expedições militares e pilhagens ao longo da Europa.

Por muitos séculos os Drakkars, navios militares dos Vikings, eram motivo de preocupação e medo para muitos reis e povos da Europa. Até hoje esses povos e sua cultura são muito influentes e é possível encontrar desde bares Vikings até bandas que utilizam a temática Viking em suas composições e shows.

Curiosidades sobre a Era Medieval

Toda época tem as suas características próprias. Na Idade Média alguns acontecimentos notórios e novos estilos na música e regras sociais foram desenvolvidos. E é claro, algumas curiosidades que talvez você nem imagine também eram da vida comum na época. Vamos a algumas delas!

As primeiras Universidades

Foi durante a Idade Média que as primeiras universidades foram fundadas, a partir do século 12 principalmente na Itália e na França. Entre os séculos 13 e 15 foram fundadas mais de 50 universidades na Europa, muitas delas patrocinadas pelo Papa.

A música na Idade Média

Na Idade Média a música era dominada pela Igreja. O canto gregoriano era o principal estilo musical existente. Trovadores também cantavam e tocavam instrumentos rústicos e baseados em ritmos simples de melodia única.

No final da Idade Média surgiu a escola polifônica, a Ars Nova, que ao contrário do canto gregoriano e das melodias populares simples, elaborava músicas com várias linhas melódicas e com grau de dificuldade maior. A polifonia foi muito importante no desenvolvimento da música Barroca, já a Idade Moderna.

Casamento

Na Idade Média o casamento estava longe de ser o que é hoje, principalmente para as mulheres. Não existia o namoro tal como conhecemos hoje, nem mesmo para a nobreza. As relações eram arranjadas e na maioria das vezes a noiva sequer tinha a opção de dizer não. Era sim ou sim. Topa?

Higiene

O conhecimento sobre o mundo bacteriano e microscópico estava ainda longe de ser descoberto. Assim, as condições sanitárias tanto das cidades medievais como das casas e construções públicas eram muito precárias. Não havia sistemas de esgoto eficientes nem a preocupação com a higienização correta.

A comida também sofria com esses problemas. Não eram acondicionadas de forma adequada e a procedência era negligenciada o tempo inteiro pela maioria da população medieval.

Medicina Medieval

Também fruto de todo o contexto de influência religiosa e falta de conhecimento, os procedimentos médicos medievais eram baseados em crenças e superstições que muitas vezes resultavam no oposto daquilo que os então médicos queriam.

Além disso, a Igreja proibia a utilização de corpos para a realização de estudos, o que barrou ainda mais a possibilidade de se desenvolver métodos e conhecimentos mais calcados na realidade.

Apenas para lembrar, as pessoas na Idade Média nem imaginavam que um dia a anestesia viesse a surgir. Pense em um daqueles procedimentos cirúrgicos experimentais da Idade Média, agora pense ele sem anestesia e sem assepsia dos instrumentos. Dolorido, não é?

A Idade Média foi fundamental na História Europeia e consequentemente também para os países que iriam surgir a partir das grandes navegações do século 15 e 16.

Foi um período de grandes crises, como a peste negra, a regressão econômica e poucos avanços científicos da Alta Idade Média. Mas também foi um período de importantes passos, como a fundação das primeiras universidades, o desenvolvimento das catedrais góticas e da polifonia na música.

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