Viagem no tempo: 6 grandes invenções que mudaram o mundo

O Reino Unido deu origem a algumas das mais importantes revoluções da ciência. Muitas das grandes invenções que mudaram o mundo são resultado do trabalho de cientistas, matemáticos e pesquisadores britânicos.

Na charmosa Cambridge, diz a lenda que uma maçã caiu sobre a cabeça do físico Isaac Newton. O fato teria inspirado o início da teoria gravitacional, cujas primeiras leis foram descritas em 1687.

Quer embarcar conosco em uma viagem no tempo? A seguir, vamos apresentar algumas das grandes invenções que mudaram o mundo diretamente do Reino Unido.

6 grandes invenções da Inglaterra

Eles mudaram o curso da humanidade. Contribuíram para transformar sociedades. Tornaram nossa vida mais fácil. Conheça, a seguir, alguns dos gênios britânicos que merecem ser lembrados por sua ousadia e inventividade, junto de suas maiores descobertas e criações.

1. Teoria da Evolução

Esta não é uma invenção prática, mas científica e intelectual. Imagine, em um contexto no qual a Igreja é uma instituição dominante, alguém ter a ousadia de sugerir que os seres humanos são animais como quaisquer outros. E ainda derrubar a teoria de que o mundo foi criado por um ser divino. Foi o que fez o inglês Charles Darwin (1809-1882).

Após uma expedição de cinco anos à bordo do navio HMS Beagle, com o intuito de catalogar plantas e animais, somada a décadas de novas pesquisas, Darwin formulou sua teoria do evolucionismo. A tese foi apresentada na obra A Origem das Espécies. Na época, louco. Atualmente, considerado um dos cientistas mais importantes da humanidade.

2. Metrô

Hoje eles estão espalhados pelo mundo e são considerados um dos principais e mais eficazes meios de transporte público. Mas você sabia que o metrô é criação de Londres? Charles Pearson (1793-1862) foi quem, no século 19, trabalhou na criação do primeiro trem subterrâneo. E o motivo foi simples: pura necessidade.

Como as ruas de Londres estavam muito cheias de carroças e carruagens, a opção foi viabilizar uma forma de locomoção no subsolo. A Metropolian Line tornou-se, em 1863, a primeira linha de metrô oficial do mundo inteiro.

3. Telefone

Fascinado pelos mecanismos de  transmissão de voz, talvez inspirado pelo pai – um locutor de rádio -,  o escocês Alexander Graham Bell (1847-1922) é considerado o inventor do telefone. Ele registrou sua criação nos Estados Unidos, em 1876.

É interessante lembrar, porém, que houve uma guerra de patentes pela criação do aparelho. No mesmo dia em que o pesquisador britânico oficializou seu invento, o estadunidense Elisha Gray registrou outro muito semelhante.

De qualquer forma, não há dúvidas de que Bell foi um cientista revolucionador. Ele também fundou uma escola para crianças surdas, que veio a se tornar a hoje prestigiada Universidade de Boston, nos Estados Unidos.

4. Televisão  

Com uma imagem dividida em 30 linhas, atualizadas cerca de cinco vezes a cada segundo, surgia em 1924 o primeiro protótipo de televisão. Se hoje reunir a família na sala para assistir novelas ou filmes é um costume na sua casa, isso é possível graças à genialidade do engenheiro escocês John Logie Baird (1888–1946).

A primeira demonstração de um aparelho televisor ocorreu na Royal Institution de Londres, no ano de 1926. Apenas dois anos depois, Baird já apresentava um modelo capaz de reproduzir imagens coloridas.

5. Programação e computador

A Era da Informação nasceu em Londres. O matemático britânico Alan Turing (1912-1954) é considerado até hoje o precursor da informação e da inteligência artificial. Foi ele quem criou os primeiros protótipos de computadores inteligentes.

Uma de suas contribuições mais significativas foi uma máquina capaz de criptografar mensagens nazistas, um aparto essencial para o triunfo dos Aliados na II Guerra. Um pouco antes, ainda em 1820, o cientista britânico Charles Babbage (1791–1871) também já estruturava um protótipo de computador programável.

6. The World Wide Web

Nada mais natural que, depois da invenção do computador, outra revolução global relacionada à informática tenha começado no Reino Unido. Estamos falando da World Wide Web.

Foi o cientista da computação e físico britânico Tim Berners-Lee, hoje aos 61 anos, que em 1989 propôs pela primeira vez o conceito de uma rede interligada por sistemas de links e textos. Em 1990, foi implementada com êxito a comunicação bem-sucedida entre um cliente HTTP e um servidor por meio da internet.

World Wide Web
Tim Berners-Lee é o criador da WWW. Foto: iStock, Getty Images

Ciência britânica na história

Se você está fascinado depois de conhecer essas invenções, saiba que isso é só uma pequena parte das grandes revoluções intelectuais e precursoras das tecnologias atuais oriundas do Reino Unido. Você sabia que os antibióticos e a primeira locomotiva a vapor também têm suas origens por aqui?

O bacteriologista escocês Alexander Fleming (1881-1955), em 1928, foi quem descobriu uma forma de coibir o crescimento de bactérias e idealizou a Penicilina. Sua invenção passou a ser produzida em grande escala a partir de 1940, salvou mais de 200 milhões de vidas e, em 1945, lhe rendeu o Prêmio Nobel.

Já a  primeira locomotiva a vapor do mundo inteiro foi construída pelo engenheiro inglês Richard Trevithick (1771–1833), em 1804, no País de Gales. A máquina transformou a história do transporte terrestre. Viu só como a Europa Ocidental foi povoada por gênios ao longo dos séculos?

E ainda nem mencionamos um dos mais consagrados cientistas da atualidade: Stephen Hawking. Nascido em Oxford, ele se tornou mundialmente famoso pelas pesquisas na área de cosmologia teórica e gravidade quântica.

Hawking foi o fundador do Centro de Cosmologia Teórica (CTC) da Universidade de Cambridge e é hoje diretor de pesquisa do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica (DAMTP) da universidade. Suas principais obras são Uma Breve História do Tempo,  O Universo numa Casca de Noz e Uma Nova História do Tempo.

E aí gostou de conhecer a origem de algumas das grandes invenções que mudaram o mundo? Comente.

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Bandas inglesas do passado que você precisa conhecer hoje

Como viajar barato pela Europa partindo de Londres

Quer descobrir como viajar barato pela Europa? Então vamos partir de Londres para mostrar a você possibilidades de economizar na viagem ao velho continente. É sua chance de visitar vários países de uma só vez, explorar culturas históricas e contemplar paisagens de tirar o fôlego. 

O Parlamento e o Big Ben. Foto: Mapa de Londres
Foto: Mapa de Londres

Londres é um ótimo ponto inicial para estruturar seu roteiro pela Europa. Não deixe de aproveitar alguns dias para conhecer todos os destinos turísticos imperdíveis da cidade, como o Big Ben, o Palácio de Buckingham, a London Eye, o Regent’s Park e Piccadilly Circus (só para citar alguns).

Localidades próximas, como Windsor, Cambridge, Oxford, Stonehenge e Bath também merecem uma visita. E o melhor: em Londres, basta pegar um trem para chegar rapidamente a essas cidades com atrações imperdíveis.

Depois da Inglaterra, ainda há vários cantos do Velho Continente a serem desbravados. Mas qual é a forma mais barata para viajar pela Europa? A seguir, você poderá explorar todas as opções.

Como viajar barato pela Europa saindo de Londres: 3 dicas viáveis

Antes de mais nada, você precisa saber que não existe uma única resposta sobre a melhor forma de viajar pela Europa sem gastar muito. Tudo depende do tempo da sua viagem, das distâncias a serem percorridas, do tamanho da sua mala e do tempo que você tem para se organizar.

Em termos gerais, a melhor dica se você quer percorrer a Europa sem extrapolar no orçamento é: planeje a viagem com antecedência. Simular voos, pesquisar preços e ficar de olho nas promoções é a melhor estratégia.

Se você não sabe nem por onde começar, confira a seguir as três opções mais comuns de transporte pela Europa e descubra a mais adequada ao seu bolso:

1. Trem

Como viajar barato pela Europa
Trem é uma opção de transporte que pode até servir de dormitório. Foto: iStock, Getty Images

Viajar de trem é uma das formas mais rápidas e charmosas de se deslocar pelo velho continente. Não costuma, porém, ser a mais barata. Para economizar, o ideal é estruturar o roteiro e, ao invés de comprar passes válidos para vários países (mais caros), comprar os bilhetes ponto a ponto.

As companhias geralmente começam a vender os bilhetes no período de 30 a 90 dias antes da viagem. Normalmente, quanto antes você comprar, mais barato vai pagar. Um site interessante para fazer simulações é o Rail Europe. Ele pode ser acessado em português. Aqui, fizemos uma simulação de passagens de Londres a Paris:

Mas atenção: este site pode ser interessante para pesquisar preços e ter uma ideia dos valores das passagens, porém não é a melhor alternativa para adquirir os bilhetes. Como ele revende os passes, costuma cobrar valores mais altos e uma taxa extra.

Uma dica interessante é procurar as opções no portal e, depois, finalizar a compra nos sites das próprias companhias, onde é possível conseguir até 70% de desconto. Confira, a seguir, os principais endereços eletrônicos para comprar seus bilhetes:

Trens na Alemanha: Deutsche Bahn

Trens na Inglaterra: Mega Train, Virgin Trains, National Rail e Eurostar

Trens na Itália: Trenitalia e Italo

Trens na Suíça: SBB

Trens na Espanha: Renfe

Trens na Áustria: ÖBB

Trens na Hungria: MÁV

Trens na Holanda: NS Hispeed

Trens na Bélgica: Belgian Rail e Thalys

Trens em Portugal: CP

Trens na República Checa: CD

Trens na França: SNCF

2. Avião

Como viajar barato pela Europa
Companhias low cost da Europa são realmente low cost. Foto: iStock, Getty Images

Com bastante antecedência, as companhias aéreas low cost são uma forma bem barata de viajar pela Europa. Elas oferecem menos conforto e restrições de bagagem (você normalmente só pode levar uma mala de mão com até 10kg), mas saem muito mais em conta.

A RyanAir e a EasyJet são as empresas mais conhecidas que oferecem voos por dentro da Europa saindo de Londres. A melhor dica é fazer uma simulação em plataformas como o Google Flights e o SkyScanner, para descobrir todas as opções disponíveis. 

Depois de conferir as opções, basta entrar nos sites das companhias para adquirir as passagens. Uma observação importante ao fazer sua pesquisa é descobrir onde fica o o aeroporto, já que as companhias mais baratas da Europa usam terminais não tão centrais. Ou seja, você vai gastar um pouquinho mais para chegar a sua hospedagem, provavelmente.

3. Ônibus

Como viajar barato pela Europa
Ônibus são opção especialmente para viagens curtas. Foto: iStock, Getty Images

A terceira alternativa para viajar barato pela Europa é o ônibus. Neste caso, também há companhias de baixo custo que não oferecem luxo, mas ajudam na economia. Se a diferença entre a passagem de trem e ônibus não for muito significativa, a primeira opção pode ser melhor, já que os trens são mais velozes e confortáveis.

Além disso, as estações de trem costumam ficar dentro das cidades. No caso dos ônibus, alguns terminais ficam fora das áreas centrais e você acaba tendo que gastar um pouco mais para chegar ao seu destino. Para escolher a opção com melhor custo-benefício, a dica novamente é: pesquise.

Você pode gostar: É possível viajar para Londres com milhas?

Entre as principais companhias de ônibus estão a Eurolines (opera por toda a Europa), a National Express (Grã-Bretanha) e a MegaBus (talvez a mais low cost da Europa).

Dicas para viajar barato na Europa

Como viajar barato pela Europa
É possível viajar pela Europa mesmo com o orçamento reduzido. Foto: iStock, Getty Images

Se você sonha com uma viagem à Europa, mas está difícil concretizar seu desejo de viajar por conta do orçamento, saiba que é possível conhecer o velho continente sem gastar tanto dinheiro. O euro pesa no bolso? Sim. As atrações turísticas costumam sair caro? Sim. Mas com alguns truques na manga, é possível driblar esses obstáculos.

Confira, a seguir, três dicas que podem tornar possível a sua Eurotrip:

  1. Encontre boas opções de hospedagem

Hostels e albergues: são boas alternativas para economizar na viagem. A dica é procurar as opções e avaliações disponíveis em sites como o TripAdvisor, comparar os serviços inclusos em cada local, considerar o custo-benefício e reservar a locação com antecedência.

Apartamentos: Outra possibilidade é usufruir do Airbnb, uma plataforma onde são divulgadas opções de aluguel de casas ou apartamentos dos moradores locais, na cidade de seu interesse. A faixa de preços é ampla e negociável. Vale a pena experimentar.

Sofá: há ainda o Couchsurfing. Já ouviu falar? É o que o nome propõe: anfitriões do mundo inteiro disponibilizam gratuitamente o sofá da sala (ou um quarto) para viajantes. Essa rede social funciona especialmente para quem não quer apenas aproveitar o sofá dos outros mas também contribuir com o seu para receber hóspedes estrangeiros. Pelo site, são ainda organizados eventos que reúnem os membros do Couchsurfing nas principais cidades.

  1. Aproveite as atrações gratuitas

A Europa é linda e, se você planejar bem o roteiro, não precisa gastar muito para explorar o melhor dela. Sim: há pontos turísticos caros que merecem uma visita. Mas também existem inúmeros museus, galerias, parques e castelos abertos ao público – sem custo algum. Em Londres, por exemplo, há diversas atrações imperdíveis e gratuitas que nós já indicamos.

  1. Vá além dos centros turísticos

Em qualquer cidade que reúna um grande número de turistas, as áreas centrais são mais caras. Comida e hospedagem sempre acabam pesando no bolso nesses locais. Por isso, você até pode visitar os cartões postais da Europa, mas não deixe de ir além: descubra novos cenários e explore regiões que ofereçam alternativas mais baratas. O Leste Europeu é um exemplo clássico e excelente: é menos turístico mas não menos belo. Polônia e República Checa são dois países que merecem muito a sua visita e que são muito mais acessíveis do que os concorrentes mais famosos. 

E aí, viu como viajar barato pela Europa saindo de Londres? Com o planejamento adequado, dá para ir muito longe sem comprometer suas reservas financeiras.

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O que é a Grã-Bretanha e o mistério do GBR nas Olimpíadas

Está em dúvida sobre o que é a Grã-Bretanha e sua relação com Londres, Inglaterra e Reino Unido? Você não está sozinho. São tantos termos “britânicos”, que fica fácil se perder na história. Essas questões se tornam ainda mais complicadas quando se toma o exemplo do esporte: por que Grã-Bretanha é o nome do time britânico nas Olimpíadas se cada país compete separadamente no futebol? É o que vamos entender agora.

Entenda o que é a Grã-Bretanha

Grã-Bretanha (em inglês, Great Britain) é a maior das cerca de 6 mil Ilhas Britânicas (o espanto em relação ao número se justifica: boa parte delas é beeem pequena). A Grã-Bretanha abriga Inglaterra, País de Gales e Escócia. Esses três países fazem parte de uma união chamada Reino Unido (United Kingdom), que inclui ainda a Irlanda do Norte.

Grã-Bretanha no mapa
Grã-Bretanha é a maior ilha britânica. Irlanda é a segunda maior. Arte sobre Google Maps

Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte

O Reino Unido tem como chefe de estado a Rainha Elizabeth II, que também é a soberana de Canadá, Nova Zelândia e Austrália. O Reino Unido tem seu Parlamento (em Londres, no Palácio de Westminster) e suas leis. Mesmo assim, cada um dos países que compõem essa união tem certa autonomia e legislação própria.

Independência da Irlanda

A Irlanda é a segunda maior ilha britânica (e os irlandeses não curtem a ideia de chamá-las de “Ilhas Britânicas”). A Irlanda fazia parte do Reino Unido até que houve uma cisão: em 1922, a República da Irlanda se tornou independente, e a Irlanda do Norte permaneceu do “lado” britânico.

Grã-Bretanha nas Olimpíadas

A independência na Irlanda provocou ainda mais confusão sobre os termos. Hoje, por exemplo, atletas da Irlanda do Norte podem escolher se preferem participar do time da Irlanda ou da Grã-Bretanha nas Olimpíadas. O time da Grã-Bretanha (da sigla GBR), na verdade, é o Reino Unido acrescido de algumas ilhas britânicas, ou seja, não é só Grã-Bretanha nem apenas Reino Unido.

Time da Grã-Bretanha nas Olimpíadas
Time da Grã-Bretanha usa bandeira do Reino Unido nas Olimpíadas. Foto: iStock, Getty Images

No futebol, Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales competem entre si como seleções independentes. Difícil de entender? Claro! Mas, quando Inglaterra e Escócia inventaram o futebol, não havia mais ninguém para jogar contra eles. A primeira partida entre as duas seleções, um 0 a 0, ocorreu em novembro de 1872. Não tinha sentido criar um time de toda a Grã-Bretanha ou de todo o Reino Unido sem adversários, né? Mais tarde, a tradição falou mais forte, e as seleções seguem independentes até hoje.

Bandeira da Grã-Bretanha ou do Reino Unido

Responda rápido: que bandeira é esta?

Bandeira do Reino Unido: Union Jack

Esta acima é a bandeira do Reino Unido, a famosa Union Jack, que virou um ícone de decoração e estampa muitas almofadas em casas no Brasil e no resto do mundo.

Agora você vai entender a origem da composição desta bandeira. Veja a ilustração abaixo:

Bandeira do Reino Unido x Bandeira da Inglaterra

Viu? Fácil! Só falta o País de Gales na bandeira. Explicação (que não deve agradar aos galeses): o País de Gales fazia parte do antigo Reino da Inglaterra, ou seja, está representado na bandeira pela cruz de São Jorge.

Pronto, agora você entendeu o que é a Grã-Bretanha e como essa ilha se relaciona a Londres, Inglaterra e Reino Unido? Se ainda tem dúvidas, deixe um comentário. Como são milhares de anos de história britânica, não é tão fácil organizar e compreender tudo 🙂

Os países do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte

Muita gente pergunta quais são os países do Reino Unido. Afinal, Londres é a capital da Inglaterra ou do Reino Unido? A Theresa May é primeira-ministra do quê? Qual a diferença entre Grã-Bretanha, Reino Unido e Inglaterra? E onde entram País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte nessa história? Calma, tudo tem explicação.

Os países do Reino Unido

Para quem quer uma resposta rápida, aqui vai: os países do Reino Unido são Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Em inglês: England, Wales, Scotland e Northern Ireland.

Pronto, agora os apressadinhos já têm a informação que queriam. Mas que tal entender um pouquinho mais a fundo esse estado soberano que é tão peculiar para os olhares do resto do mundo?

O nome completo do Reino Unido revela muito: Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. É um estado soberano composto por quatro países, três deles dentro da ilha da Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales, do maior para o menor) e outro na ilha da Irlanda (Irlanda do Norte, que é separada da República da Irlanda).

Ou seja, esses países do Reino Unido têm alguma autonomia e leis próprias, mas compartilham de uma legislação, valores culturais e a Família Real Britânica.

Parlamento do Reino Unido fica em Londres, na Inglaterra. Foto: Mapa de Londres
Parlamento do Reino Unido fica em Londres, na Inglaterra. Foto: Mapa de Londres

Reino Unido e Inglaterra

O resumo é o seguinte: a Inglaterra é um país do Reino Unido, que se localiza na ilha da Grã-Bretanha, que é a maior das Ilhas Britânicas. A Inglaterra sempre esteve no centro do poder do Reino Unido. É lá que se localiza o Parlamento e a residência da Majestade, a Rainha Elizabeth II.

Capital do Reino Unido

A capital do Reino Unido e da Inglaterra é Londres. O Parlamento do Reino Unido, que faz e debate as leis dessa união de países, localiza-se no Palácio de Westminster, aquele do Big Ben. Mesmo que haja legislação em comum, as nações que compõem o Reino possuem diferenças na aplicação de muitas das leis, especialmente a Escócia e a Irlanda do Norte.

Moeda

A moeda do Reino Unido é a libra esterlina, o pound sterling. Ela é usada em todos os países da união, mesmo fora da Grã-Bretanha. Na ilha vizinha, a Irlanda do Norte também usa a libra, mas, ao seu lado, a República da Irlanda, independente, utiliza o euro.

Origem do Reino

O Reino da Grã-Bretanha foi constituído originalmente em 1707. O nome mudou em 1801, com a incorporação da Irlanda. Em 1922, a ruptura entre República da Irlanda e Irlanda do Norte alterou novamente a composição da união, que passou a ter os traços e o nome atual.

Brexit: países do Reino Unido deixam UE

Até este momento, os países do Reino Unido fazem parte da União Europeia (UE). O plebiscito deste ano, porém, apontou que a maioria da população, em uma margem bem apertada, prefere deixar a UE. Nessa votação, um termo ganhou popularidade: o Brexit, apelido do processo de saída do Reino Unido da UE.

Essa questão é problemática para a continuidade do Reino Unido como ele é hoje, especialmente porque a Escócia já se posicionou contrária à saída do grupo europeu. É provável que esse país faça uma votação pública nos próximos anos para decidir se fica ou sai do Reino Unido.

Mesmo que tenha votado para deixar a União Europeia, o Reino Unido ainda não acionou a cláusula de saída. A partir dela, teria um prazo de dois anos para estabelecer negociações para o futuro e concretizar sua saída.

Quem está encarregada do processo do Brexit é a primeira-ministra Theresa May, conservadora que assumiu após a renúncia de David Cameron, que defendia a permanência no bloco.

O Brexit é visto com preocupação pelos países do Reino Unido e estrangeiros principalmente por dois motivos:

  1. O sentimento de xenofobia que parece ter reassomado após a decisão no plebiscito
  2. A dificuldade que o Reino Unido terá para participar do Mercado Comum Europeu, que facilita as transações comerciais dentro do bloco.

Gostou de entender mais sobre os países do Reino Unido e as distinções entre Inglaterra, Grã-Bretanha e outros termos britânicos? O que você acha do Brexit? Comente.

A Dama de Gelo: Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido

Se você acompanha tudo o que acontece em Londres, já sabe que o momento político e econômico é conturbado. Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido, agora está à frente do governo britânico. Mas quem é essa figura emblemática, digna de comparações com Margaret Thatcher, a Dama de Ferro? 

Antes de entendermos o perfil de Theresa May, precisamos analisar as circunstâncias que a trouxeram até aqui. A nova primeira-ministra assume a função em um cenário político em plena transformação. Ela vai ser a responsável pelo processo do Brexit, termo que designa a saída da Grã-Bretanha da União Europeia. A “bomba” caiu no colo dela após a renúncia do até então primeiro-ministro David Cameron, que defendia a permanência no bloco.

Nesse contexto conflituoso, pela primeira vez desde o fim da era Thatcher, há 26 anos, uma mulher assume a posição de primeira-ministra. Então, que tal acompanhar o Mapa de Londres nesta investigação sobre Theresa May e sua jornada até aqui?

Quem é Theresa May

Theresa May
Theresa May é a segunda mulher a assumir como primeira-ministra do Reino Unido. Foto: UK Home Office

Filha de pastor anglicano, Theresa May nasceu em 1956, na região sul da Inglaterra, em Eastbourne. Criada no condado industrial de Oxfordshire, ela tem origens bem distintas da maioria dos membros que compõem a elite política do Partido Conservador.

Vinda de uma família de classe média baixa, estudou em colégios públicos a vida inteira, até conseguir ingressar na Universidade de Oxford, onde cursou geografia. Depois de graduada, começou a trabalhar no centro financeiro de Londres.

Inicialmente, Theresa atuou no Banco da Inglaterra. Posteriormente, ocupou a chefia na unidade de assuntos europeus da Associação de Serviços de Compensação de Pagamentos. Desde o período da faculdade, já tinha ambições políticas.

A carreira de Theresa May ganhou força em 1997, quando assumiu cadeira no Parlamento Apenas cinco anos depois, em 2002, já era a primeira mulher a ocupar a presidência do Partido Conservador. Nos últimos seis anos, comandou o Ministério do Interior.

Theresa May x Margaret Thatcher

A comparação entre Theresa May e Margaret Thatcher é óbvia, por serem mulheres. Mas as semelhanças vão muito além do gênero.

Ambas assumiram a liderança em um momento delicado, de crise política e econômica. Ambas foram escolhidas por sua firmeza e postura decisiva. Ambas eram descrentes na força da União Europeia. Ambas foram as únicas mulheres a ocuparem o cargo de primeira-ministra do Reino Unido.

Claro que não se pode generalizar, mas é fato que há mais semelhanças do que diferenças entre as duas damas – que de “recatadas e do lar” não tem nada. Confira, a seguir, o que aproxima a Dama de Ferro e a Dama de Gelo.

1. Origens

Como já mencionamos, Theresa May vem de uma família humilde. Suas duas avós trabalharam como domésticas, e sua mãe era dona de casa. Thatcher também nasceu em uma família de classe média. Seu pai era dono de duas marcearias. Elas chegaram ao poder por mérito próprio.

2. Partido conservador

Assim como a atual primeira-ministra, Thatcher liderou o Partido Conservador e atuou de acordo com suas premissas, defendendo a visão pró-mercado. May já chegou a afirmar que uma de suas prioridades será garantir que as empresas britânicas possam fazer comércio dentro de um mercado único de serviços e bens.

3. Pulso firme

Quando Thatcher assumiu o posto de primeira-ministra em 1979, a Europa vivia um momento de recessão, devido à crise petrolífera. Coube a ela implementar medidas polêmicas para contornar a inflação e diminuir a taxa de desemprego no Reino Unido. As reformas lhe renderam o apelido de “Dama de Ferro”.

Também assumindo o governo em um período conturbado, Theresa May tem uma postura firme, retraída e avessa a qualquer tipo de conversa fiada. Por seus colegas, ela é conhecida como a “Dama de Gelo”. Ambição, sem dúvidas, é outro ponto em comum.

4. Estilo

O próprio jornal britânico The Guardian notou mais uma semelhança entre as duas. Os penteados incríveis, os colares de pérolas e a forma de se vestir das damas são bastante similares. A elegância predomina no vestuário.

Mas, apesar dos pontos comuns evidentes, há também vários aspectos em que Thatcher e May se diferem. A atual primeira-ministra assume o cargo com muito mais experiência prévia do que a Dama de Ferro tinha quando chegou à posição.

Theresa May também se tornou mais progressista nos últimos anos. Em 2013, passou a ser uma das defensoras do casamento gay no Reino Unido. Ao contrário, claro, da maioria dos membros de seu partido.

Theresa May assume Brexit após renúncia de Cameron

Desde sua fundação, em 1993, nenhum país membro havia optado por deixar a União Europeia. Ainda assim, 46,5 milhões de britânicos foram às urnas e entenderam que o melhor caminho era abandonar o bloco europeu. Uma decisão histórica, com desdobramentos capazes de transformar a geopolítica global.

Theresa May
Manifestantes em Londres pedem para ficar na União Europeia: “MAY WE STAY?”. Foto: iStock, Getty Images

Com o Brexit, a permanência de David Cameron no cargo de primeiro-ministro se tornou insustentável. Em 24 de junho, o premiê anunciou sua renúncia. Com a saída do Reino Unido do bloco europeu, Theresa terá vários desafios: especialmente o de contornar a crise política e tentar reduzir ao máximo os impactos econômicos ao país.

Vamos aguardar os próximos capítulos, não é? Gostou do perfil da Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido? Era a favor ou contra o Brexit? Deixe um comentário.

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Onde fica Londres e qual a diferença para a City of London

A dúvida parece tola, mas tem justificativa: onde fica Londres? A questão surge devido a um emaranhado de nomes que dão um nó na cabeça de quem não vai a fundo na geografia britânica.

Acha que tem a resposta na ponta da língua? Então responda rápido: Londres é a capital da Inglaterra, da Grã-Bretanha, das Ilhas Britânicas ou do Reino Unido? Londres é uma cidade ou um estado? Qual a diferença entre Londres, Greater London e City of London?

Para responder a essas questões, vamos começar pela origem dessa confusão: onde fica Londres. Londres é uma cidade e a capital da Inglaterra, país que faz parte do Reino Unido, que se localiza na ilha da Grã-Bretanha, que é uma das chamadas Ilhas Britânicas.

Onde fica Londres no tempo e na história

Londres tem uma história de 2 mil anos, bem mais longa que a do Reino Unido. A região onde ela se situa foi ocupada primeiramente pelos romanos e chamada de Londinium. Para protegê-la, eles construíram a London Wall, cujos resquícios ainda podem ser observados na Londres de hoje.

London Wall perto do Museu de Londres. Fotos: Mapa de Londres
London Wall perto do Museu de Londres. Fotos: Mapa de Londres

Dessa Londres antiga, após invasões vikings, o abandono da cidade e finalmente a ocupação anglo-saxã, surgiu a City of London, bem nesse espaço delimitado pela muralha, de apenas 1,12 milha quadrada, aproximadamente 2,90 quilômetros quadrados. Com o tempo, a City foi apelidada de Square Mile, justamente por causa de seu tamanho.

Mais tarde, essa City of London ganhou um prefeito e autonomia (restrita) em relação ao reino. Até hoje, a City mantém alguns poderes especiais e conta com um prefeito e uma polícia próprios. Ela é o centro financeiro de Londres, onde os grandes bancos e corporações se encontram.

A City of London, portanto, é uma espécie de cidade dentro de Londres. Confuso? Na prática, ela é um distrito, como Greenwich, só que dotada de alguns direitos especiais e uma história muito interessante.

Onde fica Londres na Inglaterra e na Grã-Bretanha

Londres é a capital e a cidade mais populosa da Inglaterra e do Reino Unido. Fica na região Sudeste da ilha, no Rio Tâmisa.

Palácio de Westminster (Big Ben) em Londres
Tâmisa tem papel central no desenvolvimento de Londres. Foto: Mapa de Londres

A origem de Londres, como você aprendeu no tópico anterior, remonta a 2 mil anos atrás, na fundação de Londinium (mais tarde, City of London) pelos romanos. Desde o século 19, pelo menos, a metrópolis ao redor da City é conhecida como Londres, ou Greater London.

Ou seja, a Londres que você conhece é a Greater London, uma região da Inglaterra formada por 32 distritos mais a City of London. Então, pode-se dizer mesmo que há uma cidade dentro de Londres, já que a City of London é parte da Greater London. (Westminster também tem status de city, mas isso é outra história.)

Prefeito de Londres

Quando a mídia brasileira se refere ao prefeito de Londres, ela está se referindo ao prefeito dessa Greater London. O prefeito de Londres (Greater London) era o Boris Johnson, aquele conservador alto de cabelos desarrumados e discursos hilários, e agora é o trabalhista Sadiq Khan.

Já o prefeito da City of London, o Lord Mayor of London, é Jeffrey Evans. O prefeito da City é eleito a cada ano, na Guildhall. No dia seguinte à votação, ocorre o Lord Mayor Show, uma procissão com carruagens, bandas e fogos de artifício pelo centro de Londres.

E aí, sobreviveu a essa explicação sobre Londres e a City of London? Entendeu melhor onde fica Londres? Comente.

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8 imagens de Londres para guardar pela vida inteira

Temos certeza de que você tem algumas imagens de Londres fixas na mente e no coração, que insistem em voltar e trazer saudades. Com seus traços de cidade contrastante, moderna e milenar, a capital britânica prende o olhar e deixa marcas na memória dos visitantes.

Um breakfast na Portobello Road, o Big Ben que traduz a pontualidade britânica, a beleza do Rio Tâmisa, a pompa dos soldados no Palácio de Buckingham, o passeio pelo Regent’s Park, os infinitos museus, galerias e pubs. Estar em Londres é mais do que fazer turismo, é entrar em uma dimensão paralela. Difícil traduzir sua essência em palavras.

E já que traduzir essa cidade através de vocábulos é praticamente impossível, vamos deixar essa tarefa aos poetas, personalidades britânicas e às imagens de Londres que, de fato, dizem mais do que mil palavras.

8 imagens de Londres para a vida toda

É claro que cada visitante é impactado de forma diferente ao se deparar com Londres. Mas estas são oito das imagens de Londres mais marcantes para nós:

1. O poder de Westminster

Se você é curioso, Londres é um lugar extraordinário” – David Bailey, ícone da fotografia britânica

Palácio de Westminster (Big Ben) em Londres
Vista da London Eye para o Palácio de Wesminster. Foto: Mapa de Londres

Situado na margem norte do rio Tâmisa, na parte sudoeste de Londres, o distrito de Westminster é a sede do poder e da monarquia britânica. Lá está localizado o Palácio de Westminster, que abriga os governos da Inglaterra há mais de mil anos. 

Atualmente, é onde o Parlamento do Reino Unido se reúne. Na região também estão outros cartões postais londrinos, como a London Eye, o Palácio de Buckingham e o Big Ben.

2. O charmoso Regent’s Park

“Londres é uma pousada para qualquer pássaro” – Benjamin Disraeli, 1º Conde de Beaconsfield (escritor, aristocrata e político conservador britânico)

Regent's Park é de tirar o fôlego no verão. Foto: Mapa de Londres
Regent’s Park é de tirar o fôlego no verão. Foto: Mapa de Londres

Entre os Parques Reais de Londres, o Regent’s Park é sem dúvidas um dos mais belos. Localizado em Westminster, ocupa uma área de cerca de 166 hectares. Ele é completamente arborizado, conta com um teatro a céu aberto e abriga o zoológico de Londres. Um verdadeiro cartão postal londrino.

3. A exótica Camden Town

“Não existe nenhum lugar como Londres. Nenhum mesmo.” – Vivienne Westwood, estilista inglesa precursora da moda punk

Imagens de Londres: Camden Town
Camden Town é um bairro inusitado até para os padrões de Londres. Foto: iStock, Getty Images

Localizado na região centro-norte de Londres, o distrito de Camden Town é conhecido pelos seus mercados e por abrigar a parte mais alternativa da cidade. No início dos anos 80, a área era predominantemente ocupada pelos punks. Hoje, abriga centenas de oficinas, estúdios de designers, lojas, cafés e bares. Amy Winehouse cresceu em Camden.

4. London wall, um muro de história

“Não são os muros que fazem uma cidade, mas as pessoas que vivem neles. Os muros de Londres podem estar desgastados, mas o espírito dos londrinos permanece resoluto e fortalecido” –  George VI, Rei da Inglaterra de 1936 a 1952.

London Wall - Mapa de Londres
Resquícios da London Wall lembram as origens da Londres romana. Foto: Mapa de Londres

Esta é uma das imagens de Londres que são essenciais para evocar a história. A capital britânica é uma cidade que se visita não apenas pelo que ela é hoje, mas também pelo que já foi no passado. Perto do Museu de Londres, ainda é possível observar fragmentos da London Wall, uma muralha erguida pelos romanos há cerca de dois mil anos, para proteger a cidadela às margens do rio Tâmisa. É um monumento que guarda os resquícios da Londres romana, então chamada de Londinium.

5. Trafalgar Square, a principal praça de Londres

“Quem está cansado de Londres, está cansado da vida; há em Londres tudo que a vida pode proporcionar” – Samuel Johnson, escritor e pensador inglês

Imagens de Londres: Trafalgar Square
Vista de Trafalgar Square a partir da National Gallery. Foto: iStock, Getty Images

Palco histórico de protestos e celebrações, a Trafalgar Square é a principal praça pública de Londres. Foi batizada em homenagem à batalha de Trafalgar, na qual os britânicos derrotaram o exército de Napoleão, em 1805. Até hoje, o local é uma espécie de centro democrático, onde ocorrem eventos como as paradas de St Patrick’s Day e de orgulho gay. 

É na Trafalgar Square que fica a National Gallery, um dos mais importantes museus da Europa. Conta com um acervo de mais de 2,3 mil pinturas e tem entrada gratuita.

6. Torre de Londres, um antro de histórias

“Eu acho que Londres é sexy por ser cheia de excentricidades” – Rachel Weisz, atriz e modelo britânica

Imagens de Londres: Torre de Londres à noite
Torre de Londres à noite é uma das belas imagens da capital britânica. Foto: iStock, Getty Images

Localizada na margem norte do rio Tâmisa, a Torre de Londres é uma fortaleza cercada de histórias. Com 20 torres erguidas ao longo dos reinados da monarquia, já serviu como Casa da Moeda e também foi local de tortura, prisões e execuções. Atualmente, o monumento arquitetônico abriga as joias da Coroa e é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO.

7. Tower Bridge, uma ponte que se transforma

“As ruas de Londres têm seu mapa, mas as nossas paixões são desconhecidas. O que você vai encontrar se você dobrar esta esquina?” – Virginia Woolf, escritora e ensaísta britânica

Tower Bridge - Mapa de Londres
Tower Bridge é a ponte mais clicada de Londres. Foto: Mapa de Londres

A Tower Bridge é uma ponte basculante com mais de 120 anos, arquitetada com os traços da vizinha Torre de Londres. Além de ser uma importante passagem de veículos e pedestres sobre o Rio Tâmisa, ela também abre caminho para navios. Com o tempo, ganhou o carinho dos viajantes e se tornou um dos cartões postais da cidade.

8. O metrô mais antigo do mundo

“A língua inglesa é como Londres: orgulhosamente bárbara porém profundamente civilizada, comum demais porém real, vulgar porém processional, sagrada porém profana” – Stephen Fry, escritor e comediante britânico

Imagens de Londres: metrô
Logo do metrô virou um ícone de Londres. Foto: iStock, Getty Images

Impossível criar uma lista de imagens de Londres sem apresentar uma figura que certamente não sairá tão cedo da memória do viajante que visita a cidade: o logo do metrô de Londres, o roundel, que identifica as estações do Underground. O símbolo está em todos os cantos da capital britânica e é saudado com alegria por todos os perdidos que finalmente podem voltar para o hotel após um dia cansativo de caminhadas e descobertas. “Mind the gap”, e boa viagem.

Imagens de Londres: qual a sua preferida?

Oito imagens são pouco para representar o melhor de Londres e da Inglaterra. Cenários interioranos, como os dos distrito de Greenwich, Oxford, Cambridge, Bath e Stonehenge, são igualmente inesquecíveis. Sem falar em outros tantos pontos turísticos da capital, como a St Paul’s Cathedral e a London Eye.

E você? Gostou das imagens de Londres que selecionamos? Aproveite para deixar um comentário ao fim do artigo sobre os registros que considera memoráveis nesta cidade que é, sem dúvidas, inesquecível.

Londres, a melhor cidade do planeta

Talvez seja exagero dizer que Londres é a melhor cidade do mundo. Mas convenhamos: Londres é uma cidade exagerada.

Londres é exageradamente bonita. Exageradamente organizada. Exageradamente agitada. Exageradamente conservadora. Exageradamente liberal. Exageradamente verde. Exageradamente real.

Por que viajar para Londres?

Você tem todas as razões do mundo para conhecer Londres. É uma cidade histórica, que possui uma cultura instigante, agrega personagens encantadores e abriga pontos turísticos incríveis. Por isso, atrações não faltam, e os ícones abundam: o metrô mais antigo do mundo, os ônibus vermelhos de dois andares, as cabines telefônicas, a Rainha e o Big Ben.

Palácio de Westminster (Big Ben) em Londres
Vista da London Eye para o Palácio de Wesminster. Foto: Mapa de Londres

Em meio a tantos cartões postais, Londres está em constante ebulição. Esse caldeirão de culturas ferve o embate entre a tradição da monarquia e a transgressão dos jovens. Enquanto punks de cabelo espetado e piercings pelo rosto procuram cogumelos mágicos em Camden Town, a Rainha toma chá no Palácio de Buckingham.

Esse embate constante entre o conservadorismo e o liberalismo propicia o clima ideal para a proliferação de bandas incríveis, artistas geniais e livros arrebatadores. Se Waterloo Sunset não servir de inspiração, então experimente a Torre de Londres, os teatros do Soho ou algumas pints de cerveja no pub mais próximo.

Entre um gole e outro, Londres foi o palco da revolução industrial. Na esteira acelerada do século 18, as ideias de Adam Smith se tornaram combustível para a explosão capitalista e tecnológica na era vitoriana.

No século 20, a revolução das fábricas migrou para os acordes das guitarras. A invasão britânica, que tomou conta dos Estados Unidos e do mundo a partir da década de 1960, começou aqui. Bandas como Beatles, Rolling Stones e Kinks, para citar apenas algumas, soltaram seus primeiros acordes na cidade.

As ruas, aromas e sabores de Londres não influenciaram apenas a música. Foram inspiração para vários gênios de diferentes artes através dos séculos.

Charles Dickens, Agatha Christie e J.K Rowling, por exemplo, inspiraram-se na cidade em seus livros e escritos. William Shakespeare passou grande parte da sua vida na região e fundou o Globe Theatre. Sherlock Holmes, o detetive de Arthur Conan Doyle, ainda fascina seus leitores, catapultados para a Londres vitoriana. Banksy, o grafiteiro misterioso de East London, faz arte nas ruas e encanta de graça os transeuntes que deixam o smartphone no bolso.

Os personagens de Londres e do Reino Unido não se restringem às artes. Na ciência, Alan Turing deu o primeiro passo na teoria que viria a resultar nos computadores pessoais, Alexander Fleming descobriu a penicilina, Charles Darwin apresentou a Teoria da Evolução e Isaac Newton captou a gravidade da maçã. Nos crimes, Jack, o Estripador, pesarosamente, descobriu o leste londrino antes de Banky e do resto do mundo. E na política, Winston Churchill, um dos grandes estadistas da história e uma das vozes mais importantes pela democraria durante a Segunda Guerra, defendeu a cidade de seu bunker, enquanto Hitler bombardeava a última resistência da Europa Ocidental.

Por sorte, Churchill resistiu. Assim, ainda hoje, podemos celebrar Londres, a melhor cidade do planeta. “Quando um homem está cansado de Londres, ele está cansado da vida, porque há em Londres tudo o que a vida pode oferecer”, lembra Samuel Johnson, outro dos grandes personagens da capital britânica.

História de Londres

As bases de uma grande estrutura de madeira foram achadas em 2010 na área costeira do rio Tâmisa, essas bases são datadas de 4500a.C. Apesar de a função dessa estrutura não ser reconhecida, é interessante saber que elas existem, uma vez que os primeiros relatos da fundação da cidade foi por volta de 43 d.C. quando as tropas do exército romano invadiram a Inglaterra.

Londres sempre foi palco de invasões e de batalhas históricas, assim como todo o território inglês, mas também sempre foi uma terra de muita prosperidade, sendo desde o século XI umas das principais cidades da Europa e, entre 1831 e 1925, a maior cidade do mundo.

Londres é uma cidade que está e que sempre esteve em constante movimento. Seu passado está presente em suas ruas mesclado com prédios super modernos com um toque de futuro. Se você quer saber um pouco mais a fundo sobre a história da melhor cidade do mundo, leia esse outro post que separamos para você: Londres: como tudo começou.

No verão, dá para se atirar na grama e curtir o sol
Sol no Parque de Greenwich

Clima de Londres

O clima londrino tem uma péssima fama. Na verdade, ele é muito mais ameno do que você imagina. Chove bastante, as nuvens insistem em aparecer, mas é possível vir para cá e se encantar com o verde dos parques e o azul do céu. Basta escolher a época certa, de preferência na primavera e no verão.

Isso não significa que você não vai pegar chuva e tempo feio, mas clima instável tem em qualquer lugar. A precipitação anual média de Londres é de 601 milímetros por ano, muito menos do que Roma (834 milímetros) e São Paulo (1400 milímetros). Na prática, o que acontece é que chove bastante seguido em Londres, mas chuvas mais fracas, e não aquelas tempestades tropicais do Brasil.

Moeda de Londres

A moeda de Londres, da Inglaterra e do Reino Unido é a libra esterlina (o pound sterling, em inglês). Ela é uma moeda muito antiga e estável. Apesar de integrar (ainda) a União Europeia, o Reino Unido nunca aceitou a troca de sua moeda pelo euro.

Pounds sterling. Foto: Mapa de Londres
O temido pound sterling. Foto: Mapa de Londres

Recentemente, com a votação que decidiu pelo Brexit, a saída de UK da UE, a libra teve uma grande queda, mas neste momento se encontra estacionada. A previsão à época era de que ela entraria em colapso, mas o provável é que, mesmo que seja efetivada essa desfiliação, a libra não despenque completamente.

Custo de Londres

Camden Town. Foto: Gustavo Heldt, MdM
Camden Town é parada obrigatória. Foto: MDL

Muita gente diz que Londres é cara demais. Não é verdade. A libra pode ser pesada para quem ganha em reais, mas uma viagem de turismo para Londres pode custar bem menos do que para Paris. E para quem ganha em libras, Londres custa bastante, mas oferece o o suficiente para compensar. Nessa equação, o fator que mais pesa contra a cidade é o custo de hospedagem e moradia, um dos mais elevados do mundo.

Por outro lado, a capital britânica oferece uma infinidade de atrações gratuitas. A maioria absoluta dos museus tem entrada de graça, por exemplo. Só aí você tem o Museu Britânico, a National Gallery, a Tate Modern, o Museu de Londres, o Imperial War Museum, o Museu de Ciências, o Victoria & Albert, o Museu de História Natural, entre muitos outros.

Além dos museus, há muitas outras opções. A cidade está lotada de Parques Reais, como Hyde Park e Regent’s Park, também gratuitos, áreas verdes das mais bonitas do mundo. Existem feiras e mercados de rua de cinema, incluindo Portobello Market, em Notting Hill, e Camden Lock, em Camden Town. Os milhares de pubs da capital britânica também têm entrada gratuita.

Outra questão importante nessa discussão é o transporte público. Em Londres, você pode depender apenas de ônibus e metrô, sem problema. Eles são confiáveis, rápidos, charmosos e têm uma história incrível. Ou seja, com um passe semanal, você pode andar à vontade para lá e para cá sem gastar seu dinheiro em táxi.

Atrações de Londres

No tópico anterior, já citamos diversas atrações de Londres, mas há muitas mais. As mais populares são aquelas que você já viu na televisão: London Eye, Tower Bridge, Palácio de Westminster (Big Ben), Palácio de Buckingham, Troca da Guarda, Catedral de St Paul’s, Abadia de Westminster, Notting Hill…

Salão Comunal, no estúdio de Harry Potter em Londres. Foto: Mapa de Londres
Salão Comunal, no estúdio de Harry Potter em Londres. Foto: Mapa de Londres

Mas a lista não para por aí. Se você curte Harry Potter, tem muito o que fazer em Londres. Se você curte Agatha Christie, também. Se você curte rock, vai querer se mudar para cá. Se você não sabe bem o que curte, tem o Museu de Cera Madame Tussauds, o primeiro do mundo. Se você se interessa pela Segunda Guerra, pode visitar o bunker de guerra do Churchill. Se você gosta de M&M’s, tem a maior loja de chocolates do Reino. Se você está com a família toda, as crianças vão adorar a Hamleys, a maior loja de brinquedos de Londres.

Parques

Se você pensa que Londres é uma cidade cinza, você está enganado. Parques como Regent’s Park, Hyde Park e o Greenwich são encantadores em todas as épocas do ano.ConfiraParques Reais de Londres

Palácios

O viajante pode visitar diversos palácios da Realeza na capital britânica, entre eles o Palácio de Buckingham, que é a casa da Rainha Elizabeth II.

ConfiraPalácios Reais de Londres

Museus

Tem tanto museu aqui, que dá para passar anos visitando as coleções. Você encontra museus de arte, história, guerra… enfim, de tudo, afinal é Londres!

Confira: Museus de Londres

Igrejas

Londres tem muitas igrejas e abadias, e algumas delas com história e arquitetura sensacionais.Confira: Igrejas de Londres

St Paul's Cathedral
St Paul’s Cathedral é um símbolo de resistência de Londres. Foto: Mapa de Londres

Hospedagem em Londres

Hotel em Londres é caro, não adianta. Este aqui é um dos metros quadrados mais caros da Europa e do Mundo, e essa conta é repassada para o hóspede. Se a sua primeira opção for hospedar-se em Londres importantando-se com o conforto e não tanto com o preço do hotel, leia o nosso post: Os 10 melhores hotéis de Londres para quem quer conforto.
Também há opções com bom custo-benefício, você pode encontrar nos nossos posts: Como encontrar hotel em Londres e 5 Hotéis em Londres para quem quer gastar pouco.

E se o orçamento estiver apertado, vale a pena considerar a reserva de uma cama ou quarto em um albergue, o famoso hostel. Na Europa, é muito comum, seguro, prático e barato na comparação com os hotéis. Para quem viaja em família ou grupos grandes, há ainda a possibilidade de usar o AirBnB e ficar em um apartamento londrino, o que é uma experiência única. Se você não sabe muito bem qual é o melhor para você, fizemos um artigo comparando as três opções e você pode ler tudo nesse post

Estudo e intercâmbio em Londres

Estudar em Londres é uma experiência sensacional. Se você fizer essa jornada, vai voltar completamente mudado. A capital britânica é um caldeirão de culturas, e isso fica bem evidente para o estudante, que vai dividir a sala de aula com muitas nacionalidades (muitas mesmo). Seja para aprender inglês ou fazer uma pós-graduação, Londres é certamente uma das melhores opções.

Mas é importante lembrar que uma viagem normal de estudos de inglês não dá direito a visto de trabalho. Se você quiser uma experiência de trabalho, vale a pena considerar outras opções de destinos.

Sotaque de Londres

O sotaque do Hugh Grant é um dos mais lembrados quando se fala em sotaque britânico ou sotaque de Londres. Mas há vários sotaques diferentes dentro de Londres. Esse do ator é considerado o mais clássico, mais posh, das famílias mais ricas. Se você conhecer um nativo do leste de Londres, vai perceber que o sotaque é bem diferente. No Norte, também.

Por isso, quando alguém se refere a um “sotaque britânico” com muita propriedade, desconfie. O Sean Connery é britânico da Escócia, por exemplo, e fala de um jeito completamente diferente do Jude Law, britânico da Inglaterra.

Ônibus em Londres - Mapa de LondresTransporte em Londres

O transporte de Londres é uma atração por si só. O metrô é o mais antigo do mundo e tem o mapinha mais reproduzido e imitado do planeta. O ônibus vermelho não pode faltar nos cartões postais da cidade. E o táxi preto completa essa tríade de ícones do transporte.

Para o viajante, o transporte de Londres é prático, seguro, confortável, confiável e, se não fosse a libra alta, barato. É possível comprar um passe semanal por 32,40 libras para viajar quantas vezes você quiser de ônibus, metrô e trem dentro das zonas 1 e 2 (as mais turísticas). Ou seja, paga esse valor e depois pode fazer qualquer roteiro dentro da cidade. E em agosto, o metrô começou a funcionar 24 horas no fim de semana.

Pubs de Londres

Os pubs de Londres são instituições etílicas, verdadeiros templos da cerveja. As atrações dos pubs (public houses) são duas apenas: a cerveja e as pessoas. Aqui os londrinos aparecem após o dia de trabalho e tomam uma ou várias pints com os amigos antes mesmo de voltar para casa. É uma tradição para eles, e uma atração para os estrangeiros.

Ye Olde Cheshire Cheese Pub - Mapa de Londres
Na placa, o aviso de que o pub foi reconstruído em 1667, após o Grande Incêndio. Foto: Mapa de Londres

Há pubs em funcionamento em Londres que estão abertos desde o século 17. Na frente do Ye Olde Cheshire Cheese, por exemplo, uma plaquinha indica que o pub já serviu em 15 diferentes reinados. O pub foi reconstruído em 1667, após o Grande Incêndio, e já foi frequentado por Voltaire, Charles Dickens e Mark Twain. É um verdadeiro brinde à história.

Chapéu de pele de urso é marca registrada. Foto: iStock, Getty Images
Guardas da Rainha. Foto: iStock, Getty Images

Família Real em Londres

É em Londres onde vive a Família Real Britânica. Por onde quer que você vá, você vai encontrar duas letras que significam muita coisa por aqui: HM (Her Majesty). O navio ancorado próximo à Tower Bridge, por exemplo, se chama HMS Belfast, e aquela sigla ali na frente do nome significa “Her Majesty’s Ship).

A Rainha Elizabeth II é a atual soberana. Ela é a Rainha do Reino Unido e de outros 15 países da Commonwealth, a Comunidade das Nações. Embora tenha hoje mais poder simbólico do que político, a Rainha exerce sua influência e segue como um bastião moral da Inglaterra. Primeiros-ministros podem ser derrubadas pelo Parlamento, mas, em qualquer circunstância, a Rainha sempre estará lá. E quando não estiver mais, quem assume imediatamente é o Príncipe de Gales, o Príncipe Charles, pai dos príncipes William e Harry.

Existem muitos passeios relacionados à Realeza que podem ser feitos em Londres. Há o Palácio de Buckingham, que abre para visitação no verão, a Troca da Guarda ali em frente, o acervo de arte da Rainha, os Estábulos Reais, o Palácio de Kensington (onde moram William, Kate e seus filhos), o Palácio de Hampton Court e muito mais.

Comidas de Londres

As comidas de Londres e da Inglaterra têm uma fama tão ruim quanto o clima. Mas também não merecem, e você vai concordar quando experimentar o primeiro Fish & Chips em um pub. Além dos peixes com fritas, fazem sucesso o English Breakfast, o Bangers & Mash e a Ale Pie.

Se você não quiser comer nada típico de Londres, pode ficar tranquilo: a capital britânica oferece o melhor da culinária mundial. O chef Jamie Oliver, inclusive, tem diversos restaurantes na cidade.

E aí, você ainda duvida que Londres é a melhor cidade do planeta? Então venha para cá para ter certeza. Há uma Londres para todo mundo. Basta escolher a sua.

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O que é pub: saiba tudo sobre essa instituição britânica

Se você quer saber o que é pub, chegou ao lugar certo. E para responder a essa pergunta, primeiro lembre a última vez em que você entrou em algum estabelecimento com pessoas conhecidas, cervejas espetaculares e um clima de confraternização. Será que era um bar ou um pub?

Primeiro é importante deixar claro uma coisa: o que existe no Brasil não é pub. Pode até ter a cara de um pub, o cheiro de um pub e a cerveja de um pub. Mas não é pub.

Porque pub é um tipo de bar. Mas não qualquer bar. É um tipo de bar com história.

E agora você vai descobrir por quê.

O que é pub: da história às curiosidades

Na prática, é fácil explicar o que é pub lembrando o significado dessa palavra: é uma abreviação de public house, que designa a essência de um ambiente com um apelo comunitário. Por definição, são estabelecimentos licenciados para servir bebidas alcoólicas.

Só no Reino Unido, há mais de 50 mil dessas instituições etílicas. Os pubs são, simultaneamente, parte da cultura popular britânica e atração turística para qualquer um que visite a Inglaterra.

Você pode gostar: 21 Pubs em Londres para conhecer antes de morrer!

Então, que tal aprender tudo sobre esses templos da cerveja?

Foto: Kamilla Fernandes, Mapa de Londres
Pub White Hart tem uma das licenças mais antigas da Inglaterra. Foto: Kamilla Fernandes, Mapa de Londres

Vinho?

Os primeiros protótipos de pubs surgiram cerca de 2 mil anos atrás, a partir da vinda dos romanos. Foram eles que construíram ao longo das estradas e cidades da Grã-Bretanha as chamadas tavernas, onde eram comercializados vinhos.

A herança romana sobreviveu e se readaptou de acordo com a clientela, considerando a invasão dos povos anglo-saxões, além dos vikings dinamarqueses e escandinavos. O vinho passou a dar lugar à bebida mais requisitada em qualquer pub que se preze: a cerveja. Assim, as tabernas abriram espaço às chamadas alehouses (casas de cerveja).

Calma lá com a bebida

Uma cervejinha eleva o espírito. Foto: Mapa de Londres
Uma cervejinha eleva o espírito. Foto: Mapa de Londres

Essas alehouses se popularizaram tanto, que o Rei Edgar, no ano de 965 (não está faltando número aí), determinou que poderia haver apenas uma casa de cerveja em cada vilarejo. Essa regra não demorou para ser abolida, claro. Em 1577, um censo identificou um pub para cada 187 pessoas na Inglaterra e no País de Gales.

Esse termo abrange diferentes estabelecimentos daquela época. Havia inns (hospedarias com bar no andar de baixo), tabernas (mercados de origem romana que também vendiam bebidas) e alehouses (casas de cerveja instituídas pelos anglo-saxões, que produziam sua própria cerveja).

Nos vilarejos, os pubs eram pontos de encontro e seus donos os utilizavam como sustento da família. A maioria deles morava no próprio andar de cima do estabelecimento. Os moradores locais costumavam visitar sempre o mesmo pub, por isso eram chamados de regulars. Captou a essência comunitária da história?

O problema é que muitos regulars eram regulars demais. Por isso, diversas leis foram criadas para controlar a bebida. No século 16, surgiu o primeiro ato que exigia uma licença para a venda de bebidas alcoolicas. No século 19, houve as primeiras limitações de horários. Assim começou aquela tradição de tocar sinos para anunciar os últimos pedidos de cerveja.

A última legislação sobre o assunto, que entrou em vigor no fim de 2005, estabelece que os pubs podem solicitar licença para funcionar até depois das 23h. A concessão depende da violência no entorno do pub, do cumprimento de requisitos referentes ao abafamento de som, entre outros.

Ao longo dos anos, os pubs se reinventaram. Atualmente, eles podem oferecer aperitivos, jogos de tabuleiro e dardos, shows de blues, andares temáticos, uma vasta carta de bebidas e atrair jovens, velhos, solteiros, casados e famílias. Mesmo assim, ao entrar em um pub, você vai entender do que estamos falando.

Ye Olde Cheshire Cheese
Ye Olde Cheshire Cheese já foi frequentado por Mark Twain, Charles Dickens e Voltaire. Foto: Mapa de Londres

5 curiosidades sobre os pubs

Viu só que, para entender o que é pub, é preciso voltar um pouquinho na história? E, para complementar este pequeno guia sobre o assunto, separamos cinco curiosidades rápidas sobre eles:

  1. De acordo com o Guinness Book of Records, o pub mais antigo da Grã-Bretanha ainda em funcionamento é o Ye Olde Fighting Cocks. Ele foi construído no século 11 e fica em St Albans, cidade situada ao sul do condado de Hertfordshire. Recebeu este nome devido às brigas de galo que eram comuns no local.
  1. Existem mais de 50 mil pubs no Reino Unido, e oito em cada 10 adultos se consideram frequentadores assíduos desses estabelecimentos.
  1. Em geral, os pubs fecham durante a semana às 23h. Por isso, todo pub legítimo tem um sino para anunciar os últimos pedidos, alguns minutos antes do fechamento.
  1. Os barris de cerveja costumam ser armazenados em adegas, que ficam no subsolo dos pubs.
  1. Foi no famoso Cavern Club, pub situado em Liverpool, que os Beatles começaram a sua carreira.
Cavern Club parece de fato uma caverna. Foto: Mapa de Londres
Yeah, Yeah, Yeah: Cavern Club, em Liverpool, parece de fato uma caverna. Foto: Mapa de Londres

Pub inglês ou pub irlandês?

Bem perto da Inglaterra está a República da Irlanda, outro país em que o pub é uma tradição: anualmente, cada cidadão consome 100 litros de bebida alcoólica. Mas há diferenças entre um pub inglês e um pub irlandês?

Foto: Kamilla Fernandes, Mapa de Londres
Fachada de um pub inglês, o Princess Louise, da era vitoriana. Foto: Mapa de Londres

Ao longo dos anos, começaram a se moldar algumas distinções sutis entre eles. Do ponto de vista comercial, o que os distingue é que os pubs ingleses – em sua maioria – hoje são ligados a cervejarias específicas e costumam dar prioridade aos produtos delas. Muitos dos pubs irlandeses, em contrapartida, ainda são empresas pequenas e familiares.

Em relação à apropriação do estabelecimento por parte dos frequentadores, algumas diferenças também podem ser ressaltadas. Nos pubs da Inglaterra, consumir bebidas ainda é o que motiva a maioria das pessoas a ocuparem os pubs. Na Irlanda, eles também atraem consumidores que gostam de dançar ou assistir jogos de rugby, futebol e hurling.

Nesse contexto, uma diferença que costuma ser percebida entre um pub de Londres e um de Dublin é que na Irlanda há uma disposição maior para a música ao vivo. E uma recepção calorosa também: os irlandeses adoram participar da cantoria, especialmente das cantigas mais tradicionais.

Pub x Bar

Agora que você já conhece as raízes históricas dos pubs, provavelmente já identificou algumas das diferenças entre um pub e qualquer outro bar. De forma geral, podemos apontar pelo menos quatro aspectos nos quais eles se distinguem. Veja:

1. Frequentadores

Os tradicionais pubs ingleses são ambientes comunitários, onde as pessoas se reúnem para conversar e tomar uma cerveja. No fim do trabalho, antes de voltar para casa, as pessoas costumam se encontrar nesse local para confraternizar com colegas, amigos e familiares no happy hour, Cada vizinhança costuma ter seu pub local, o que não é uma premissa para um bar.

2. Chopeiras

A principal função de um pub é ser o ponto de encontro para quem deseja saborear uma deliciosa cerveja. Os estabelecimentos mais tradicionais nunca deixam de oferecer a bebida – muitas vezes feita no próprio pub – servida direto do barril. Nos bares, às vezes só existem versões engarrafadas, e muitos privilegiam coquetéis.

As chopeiras de um pub londrino. Foto: Mapa de Londres
As chopeiras de um pub londrino. Foto: Mapa de Londres

3. Balcão

Em pubs, você não precisa necessariamente ter uma mesa para sentar. Você pode tranquilamente frequentar esse local apenas para beber uma cerveja no balcão. Esta é, inclusive, outra característica deles: você geralmente pede a bebida no bar e paga na hora. Uma dica é pedir para experimentar a cerveja se você não a conhece. Em um pub, isso é comum. Só não vale pedir para experimentar uma Guinness: o barman vai achar que você está brincando.

4. Atrações principais

Um bar pode ter inúmeras atrações, como shows específicos, coquetéis preparados de um jeito especial ou uma decoração temática. Já um pub costuma ter duas atrações: a cerveja e as pessoas. É um lugar para trocar ideias enquanto se saboreia uma boa pint de Ale, Stout ou Lager, em um ritual seguido por dezenas de milhares de pessoas há dois mil anos.

E aí, entendeu o que é pub e qual a importância dessa instituição britânica? Comente!

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Entenda quem foi Alan Turing, o britânico que desvendou o Enigma

Quem foi Alan Turing? Se hoje vivemos na era da informação, com acesso a dispositivos móveis e computadores, é graças a esse cidadão britânico. A genialidade do matemático e cientista não só revolucionou o âmbito da computação, mas também ajudou os países Aliados a triunfarem na Segunda Guerra.

Vamos nos teletransportar para o ano de 1938. Foi quando Alan Turing sugeriu, na apresentação de sua tese de doutorado, que o raciocínio matemático se constitui pela combinação das habilidades de intuição e engenhosidade. Ali, começava a se estruturar a base do que são as ciências da computação nos dias atuais.

Na época, a implementação da lógica de algoritmos para a programação de computadores pouco tinha a ver com agilizar a vida das pessoas. O propósito de Turing foi muito mais estratégico e grandioso. E mais tarde, foi decisivo para ajudar os Aliados a derrotarem o exército nazista na Segunda Guerra.

Mas vamos por partes: a seguir, você vai descobrir mais detalhadamente quem foi Alan Turing, suas contribuições para a área da computação e seu importante papel para a Inglaterra (e o resto do mundo).

Descubra quem foi Alan Turing

No dia 23 de junho de 1912, em Paddington – região central de Londres -, nascia Alan Turing. O cientista teve uma infância rígida e frequentou a tradicional Escola Sherbourne. Ainda pequeno, já demonstrava interesse pelas áreas de lógica e ciências exatas. Com apenas 15 anos, era capaz de solucionar problemas matemáticos complexos.

Mais adiante, em 1930, Turing formou-se em Matemática pela Universidade de Cambridge. Depois de graduado, deu início a estudos pioneiros sobre máquinas automatizadas. Ele foi um dos primeiros pesquisadores a considerar a possibilidade de criar dispositivos inteligentes e formular um modelo teórico do que hoje são os computadores universais.

Máquina de Turing

Uma das invenções mais notáveis do cientista foi a chamada Máquina de Turing, também conhecida como Máquina Universal. Trata-se de um dispositivo teórico de uma máquina automatizada que materializa a lógica humana, reproduzindo instruções processadas de forma mecânica. A máquina era um modelo abstrato de computador manipulado através de algoritmos, muito antes da computação que conhecemos hoje.

Enigma

Mas essa não foi a única contribuição de Turing, claro. Depois desse dispositivo teórico, ele partiu para a ação na guerra. Sua arma era a lógica, e seu inimigo eram os códigos de comunicação nazistas. Nessa empreitada, ele coordenou os esforços para a quebra do Enigma, uma peça-chave na engrenagem que derrotou a Alemanha.

Teste de Turing

Mais tarde, em 1950, ele implementou um revolucionário teste, hoje conhecido como o “Teste de Turing”, cujo objetivo era avaliar a capacidade de uma máquina reproduzir comportamentos inteligentes.

Basicamente, o teste consistia em solicitar que uma pessoa que enviasse uma série de perguntas para o computador. Depois de analisar as respostas dadas pelo dispositivo, ele tentava perceber quando era possível decifrar se elas haviam sido elaboradas pelo ser humano ou pela máquina.

Final trágico

Indiscutivelmente, Alan Turing foi um gênio. Mas isso não significa que teve um final feliz. Em 1952, por ser homossexual – algo considerado criminoso na época – foi condenado e castrado quimicamente. Em 8 de junho de 1954, aos 41 anos, um de seus criados o encontrou morto. Testes apontaram envenenamento por cianeto como causa do falecimento.

Muitos estudiosos acreditam que a depressão o levou ao suicídio, e outros sugerem que o envenenamento ocorreu pelo grande número de remédios que ele tomava compulsivamente.

É interessante destacar que, em 2009, o então primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, se desculpou em nome do governo pela condenação do matemático. Já em dezembro de 2013, Turing foi oficialmente perdoado pela Rainha Elizabeth II, ainda que postumamente, da condenação por prática homossexual.

Alan Turing e a quebra do enigma

Estátua de Alan Turing em Bletchley Park. Foto: Jon Callas, CC BY-SA 2.0
Estátua de Alan Turing em Bletchley Park. Foto: Jon Callas, CC BY-SA 2.0

Talvez a contribuição mais lembrada de Alan Turing tenha ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, ele se voluntariou para trabalhar em favor dos Aliados. Seu papel não era manusear armas, e sim bolar estratégias da inteligência britânica em Bletchley Park, um centro especializado na quebra de códigos.

No tempo em que esteve lá, Turing coordenou a Hut 8, seção responsável pela criptoanálise da frota naval dos alemães. O matemático conseguiu desenvolver um sistema chamado “bombe”, capaz de traduzir os textos secretos do exército alemão, que eram gerados por uma máquina de criptografia chamada de “Enigma”.

A “bombe” lia as comunicações já codificadas pela Enigma e as traduzia em uma mensagem verdadeira e compreensível. Com as informações privilegiadas de Hitler em mãos, historiadores estimam que os Aliados conseguiram encurtar a guerra em até dois anos. Isso significa que Turing poupou milhares de vidas.

Filme sobre Turing: O Jogo da Imitação

Ficou intrigado com a história? Você pode entender melhor quem foi Alan Turing no filme “O Jogo da Imitação”, dirigido por Morten Tyldum e estrelado pelo ator britânico Benedict Cumberbatch (protagonista da série Sherlock). O longa conquistou o Oscar de Melhor Filme em 2015.

E aí, conseguiu entender melhor quem foi Alan Turing? O que achou deste artigo? Deixe um comentário.

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