O custo de vida em Londres não é baixo. Como você pode imaginar, morar em uma das principais cidades do mundo não é para qualquer um. Especialmente se você não tem remuneração em libras 😉
Londres, com suas diversas atrações, comodidades e infraestrutura, tem um dos custos de vida mais altos do mundo. Mas engana-se quem pensa que a metrópole da Inglaterra está entre as dez mais caras.
Em comparação a outras cidades destacadas ao redor do planeta, Londres está na posição 34 entre 523 analisadas. A mais cara do mundo é Hamilton, nas Bermudas, que possui uma população de pouco mais de mil pessoas. Entretanto, há um abismo financeiro entre Londres e Hamilton.
Você sabe quanto custa viver no coração da Inglaterra? Vamos ajudar a fazer essa conta.
Custo de vida em Londres
O custo de vida em Londres depende obviamente dos hábitos de cada um. Para quem faz a conversão para reais, por exemplo, os valores parecem absurdos, mas não se precipite: para a população local, que ganha em libras, a situação não é tão assombrosa. Ainda mais se compararmos com a realidade das cidades brasileiras para a maioria de seus habitantes.
Segundo o site Numbeo, para uma só pessoa, o custo de vida em Londres alcança os 3.302 reais por mês (752, em libras). Esse valor compreende apenas gastos básicos como comida, transporte, verba para mercado, serviços e lazer, não incluindo o aluguel.
A estimativa para famílias de quatro pessoas, no entanto, sobe para 11.862 reais, ou 2.702 libras, também sem aluguel. Dentro da própria Inglaterra, existe um desequilíbrio enorme, sem fugir das grande cidades. Manchester (33% a menos) e Liverpool (39%) estão muito abaixo de Londres no valor médio do orçamento pessoal.
Só que o aluguel está entre os maiores custos nessa história.
Londres não é uma metrópole exatamente barata nem mesmo se for comparada a Nova York, que custa apenas 4% a mais na média. As duas gigantes são retratos da civilização moderna e da globalização, e isso costuma cobrar um alto preço de quem vive por lá.
Transporte
A passagem mais barata no transporte público é a de ônibus (1,50 libras), contando com uma ampla zona de trânsito em toda a cidade. Um passe semanal, que cobre toda a cidade, todos os horários, incluindo metrô e ônibus custa 34,10 libras. Já o passe diário, nos mesmos moldes, custa 6,80 libras.
Se a sua rotina for dinâmica e exigir o uso de táxis, fique atento: a tarifa inicial de cada carro é de 14,49 reais (3,30 libras). Cada quilômetro percorrido custa 19,75 reais (4,50 libras), o que pode ser um tanto custoso para distâncias maiores entre um ponto e outro de Londres.
Moradia e aluguel
Agora que você já tem uma média de comparação e uma noção de qual é o custo de vida em Londres, é hora de saber quanto uma moradia decente na capital inglesa. Os preços variam bastante, dependendo da região ou da proximidade com o centro da cidade.
O aluguel mensal de um apartamento de apenas um quarto, no centro de Londres, gira em torno de 7,200 reais (1.656 libras). Mas se você quiser encontrar algo perto dos subúrbios ou em bairros mais afastados, o aluguel médio cai para 5.212 reais (1.187 libras).
Não está sozinho nessa? Então prepare o bolso. Imóveis com dois ou mais quartos costumam ter preços salgados. Os localizados em regiões centrais custam, em média, 13.736 reais (3.129 libras). Quando ampliamos o leque de opções ao redor da cidade, esse valor de aluguel cai para 8.643 reais (1.969 libras).
Devido aos preços elevados, uma prática muito comum em Londres é dividir casas e apartamentos com colegas e amigos.
Alimentação
A questão do custo de vida também aperta em Londres quando analisamos os valores da alimentação. Em tese, quem não possui tantas condições para comer fora, em restaurantes ou bares, faz a própria comida em casa.
Um almoço básico custa em média 65 reais (15 libras). Se a escolha do restaurante for mais sofisticada, a conta bate nos 219 reais (50 libras), para duas pessoas. Os preços no mercado não são tão altos se comparados com os praticados em solo brasileiro.
Entre os itens mais caros estão a carne e o queijo. A alimentação é uma grande preocupação dos ingleses, e isso se estende aos estrangeiros que moram em Londres.
A vida particular não é a única prioridade para quem vive em Londres. Destino comum para quem quer estudar, a cidade inglesa é reconhecida mundialmente pela qualidade de suas instituições de ensino, desde os primeiros anos da infância até a diplomação em uma universidade.
Creches e pré-escolas cobram, em geral, ao menos 5 mil reais (1.147 libras) mensais. Quando os alunos vão para o primário, o custo anual é de 69 mil reais (15.900 libras). Chegada a hora de cursar o ensino superior, o departamento de imigração exige que estrangeiros tenham, ao menos, 5.548 reais (1.265, em libras) de orçamento para poder entrar em uma instituição.
Para cursos de nove meses ou mais, a tendência é que o custo máximo mensal seja de 49 mil reais (11.385 libras), mas cada universidade possui uma tabela diferente e é ideal que você consulte qual delas se adequa melhor ao seu plano de formação e, claro, à sua condição financeira.
Custo de vida em Londres x outras cidades da Europa
Um paralelo entre Dublin, Edimburgo e Londres coloca a capital inglesa como a mais cara das três, e a maior discrepância se constata nos valores básicos para viver em Edimburgo, 28% menores do que os de Londres, como indica o site Expatistan.
Dublin, por sua vez, é apenas 10% mais barata do que Londres, o que não impacta tanto assim no balanço final. Quando saímos um pouco dessa região da Europa, vemos um exemplo um tanto mais claro de como os padrões ingleses são superiores no custo de vida.
Em Berlim, capital da Alemanha, os gastos básicos são 33% menores do que os de Londres. Roma está um pouco à frente, com diferença de 32% a menos no custo geral em relação aos ingleses. Paris, com todo o seu charme, apresenta uma margem 10% inferior à experiência londrina.
Gostou de entender melhor os custos de vida em Londres? Está planejado se mudar para a cidade? Deixe um comentário.
Já pensou em pegar um trem da Eurostar direto de Londres para Amsterdam? Pois saiba que essa ideia pode estar mais próxima de ser realizada do que você imagina. A partir do dia 4 de abril, será possível viajar diretamente entre a Inglaterra e a Holanda pelo trem super-rápido que conecta a Grã-Bretanha à Europa Continental.
Rodando a 300 km/h, o Eurostar chegou de vez para competir com as companhias aéreas. A viagem entre a estação St Pancras International no centro de Londres e Roterdam será feita em 3 horas e 1 minuto e até a estação central de Amsterdam em 3 horas e 41 minutos.
Vale a pena pegar o Eurostar de Londres para Amsterdam?
Levando em consideração que os aeroportos geralmente ficam mais afastados do centro das cidades e que você tem de chegar com uma hora ou mais de antecedência, viajar de trem de Londres para Amsterdam será uma opção tão rápida quanto o avião.
Pensando na questão financeira, ir aos Países Baixos de trem também pode ser mais vantajoso. As passagens do Eurostar custarão a partir de £35 cada trecho. Comparando com uma companhia aérea low-cost, você não paga o transporte (normalmente caro) até o aeroporto tanto em Londres quanto em Amsterdam e também não paga nenhum extra para levar até duas malas.
No post de hoje, você vai entender sobre como funciona o percurso do trem direto entre Londres e Amsterdam e também opções diferentes de transporte, como o avião, para que você possa compará-las e organizar melhor o seu roteiro. Confira!
Como usar o trem de Londres para Amsterdam
A viagem será direta no sentido Reino Unido-Holanda. Já no sentido inverso, os passageiros precisarão fazer conexão em Bruxelas (Bélgica) onde serão feitos os procedimentos de imigração britânica.
Por conta disso, a viagem de volta é mais lenta, girando em torno de 4 horas. Estima-se que, até o final de 2019, a imigração britânica seja feita na Holanda e essa parada não será mais necessária.
Horários dos trens
Dois trens sairão de St Pancras em direção à Holanda diariamente, um às 8h31 e um às 17h31. Para a volta, são mais de 10 trens por dia entre Bruxelas e Londres.
Passagens
As passagens já estão à venda e você poderá comprá-las pela internet. O valor para cada trecho é a partir de £35 (comprado com antecedência).
Na classe “standard”, cada adulto tem o direito de levar 2 malas (de até 85 cm de comprimento) e uma bagagem de mão.
Avião de Londres para Amsterdam
É sempre bom comparar diferentes opções de transporte. E para quem está planejando a viagem entre Londres e Amsterdam com antecedência de alguns meses, o avião costuma ser mais barato do que o trem. Além disso, em vez de demorar até 6 horas, o trajeto por via aérea leva apenas uma hora (é importante contar a chegada ao aeroporto, o check-in, etc).
Definiu como vai de Londres para Amsterdam? Pronto, agora é hora de fazer o seu roteiro. Para isso, veja algumas atrações que consideramos essenciais na cidade:
Casa de Anne Frank: museu no edifício onde Anne e outros quatro judeus se refugiaram na Segunda Guerra
Museu Van Gogh: Maior coleção de pinturas do artista
Heineken Experience: Museu onde ficava a primeira cervejaria da Heineken
Rijksmuseum: Museu nacional dos Países Baixos, dedicado às artes e à história
Red Light District: a zona da luz vermelha, onde prostitutas se oferecem nas janelas
Passeios de bicicleta e de barco.
E aí, curtiu a novidade sobre viajar de trem diretamente de Londres para Amsterdam? Já sabe como será o seu roteiro? Comente.
Royal Albert Hall, em Londres, é uma casa de espetáculos com mais de cem anos. Recebeu esse nome em homenagem ao falecido esposo da Rainha Victoria. Mesmo com estilo clássico, já foi palco de diversos shows pop.
Situa-se em frente ao Albert Memorial, em Kensington Gardens, do outro lado da rua.
Royal Albert Hall recebe os BBC Proms
Aqui acontecem os famosos BBC Proms, festivais anuais de música clássica, sempre no verão. Saiba mais
Já no Natal, o local é palco para o Royal Albert Hall Christmas Festival, com grandes espetáculos de música clássica, corais e cantigas natalinas.
Fundado em 1871, pela Rainha Vitória, o edifício do Royal Albert Hall segue o estilo arquitetônico típico da Era Vitoriana. A principal característica da construção é sua famosa abóbada de vidro, que tem a extensão de todo o telhado do prédio.
Estrelas e gravuras homenageiam nomes importantes no Royal Albert Hall (Atualizado em 2018)
Nomes famosos da história do Hall foram homenageados com estrelas e gravuras em torno do exterior do edifício, cada um com uma pedra gravada com uma estrela de bronze, dedicado aos principais nomes da história do edifício, desde a sua inauguração em 1871 até os dias atuais.
As 11 estrelas inaugurais foram reveladas em 4 de setembro de 2018:
– Eric Clapton – BBC Proms – Roger Daltrey – Shirley Bassey – Muhammad Ali – Albert Einstein – The Suffragettes – Queen Victoria – Winston Churchill – Chelsea Arts Club Balls – Adele
Endereço: Kensington Gore, London SW7 2AP, Reino Unido (em frente ao Kensington Gardens)
Estações de metrô: South Kensington (Circle, District e Piccadilly Lines), High Street Kensington (Circle e District Lines) ou Gloucester Road (Circle, District e Piccadilly)
Você já deve até ter ouvido falar na Burberry. Mas aposto que ainda não teve a oportunidade de ser devidamente apresentado à tradicional marca britânica. Então, vem comigo que eu vou fazer as honras da casa.
A Burberry é a marca de luxo inglesa mais pop nas redes sociais. Em 2017, a brand superou os 10 milhões de seguidores e atingiu o topo no ranking da Iconosquare, uma ferramenta de análise de curtidas e comentários.
Depois da Burberry, vieram Topshop, com mais de 9 milhões de seguidores, Jimmy Choo (7 milhões), Asos (6,6 milhões), Alexander McQueen (5,3 milhões) e Stella McCartney (4,5 milhões).
A label britânica não é apenas uma das mais famosas e luxuosas grifes de moda do mundo, mas um patrimônio do Reino Unido.
Só para você ter uma ideia, a Burberry tem três Royal Warrant. Os títulos foram concedidos em reconhecimento aos serviços prestados à Família Real.
Mesmo com tantas honrarias, ela não fica imune às manifestações de ativistas que protestam contra o uso de peles animais. Na edição de 2017 da London Fashion Week, a polícia teve que ser acionada para conter a desordem.
O “britanismo” das campanhas da Burberry em xeque
Outro ponto nevrálgico, e também um alvo certeiro para os críticos de plantão, é o uso do “british pride” nas campanhas globais da Burberry.
Entenda o porquê:
Quando a grife anunciou uma estrondosa queda de 5% em suas ações, a jornalista e escritora Carole Cadwalladr soltou o verbo em um artigo para o The Guardian. Isso foi em 2012, mas ilustra bem a questão.
Em “A hipocrisia do apelo “Made in Britain” da Burberry”, a jornalista perguntou: “Como uma “marca de luxo” tem a audácia de explorar o seu orgulho britânico quando a maioria das suas roupas são feitas no exterior?”. A velha e saudável ironia britânica.
Em tempo: desde a globalização restaram apenas duas pequenas fábricas na terra da Rainha. Uma em Castleford, onde são fabricados os casacos impermeáveis e a outra, menor, em Keighley. Ambas estão localizadas na região de West Yorkshire .
Julgamentos e controvérsias à parte, a Burberry mantém, lépida e faceira, o status de capital da coroa britânica.
Acha essa distinção um exagero? Pois neste post selecionamos 10 boas razões para você descobrir um pouco da história dessa icônica marca de luxo.
1. Burberry e a invenção do gabardine
Era uma vez, no longínquo ano de 1856, um jovem inglês chamado Thomas Burberry. Ao longo dos anos ele transformou-se, de dedicado aprendiz de negociante de panos, em inventor e empreendedor dos mais visionários.
Alguns pontos altos na trajetória de Thomas:
Aos 21 anos ele abriu o seu próprio negócio. Era uma loja especializada em casacos, localizada em Basingstoke, a maior cidade de Hampshire.
Aos 44 anos, em 1879, Thomas inventou o tecido gabardine. A inspiração veio das roupas de linho dos pastores e fazendeiros ingleses. Daí ele criou uma peça feita de um tecido têxtil de lã, pra lá de especial na época. Tão especial que existe até hoje.
O material era resistente, à prova-de-água e respirável. A técnica revolucionária do tecido impermeabilizado foi patenteada por Thomas, em 1888.
A primeira loja Burberryfoi inaugurada em 1891, na 30 Haymarket, em Londres, com o nome Thomas Burberry & Sons. A rua fica na área de St. James, na City of Westminster.
Em 1901 foi criado o logotipo e marca da empresa, o Cavaleiro Equestre (Equestrian Knight Device). Detalhe: o cavaleiro carrega nas mãos um estandarte com a inscrição da palavra em Latim “Prorsum”. Ela significa “adiante”, “para frente”. Nada mais apropriado à história da grife. E é isso que você vai poder conferir ao longo deste artigo.
Em 1912, Thomas patenteou o casaco gabardine de Tielocken (apelidado de “Burberry”). Reza a lenda que Eduardo VII costumava instruir os seus criados assim: “Tragam-me o meu Burberry !”, daí o apelido. O Tielocken não tinha botões e fechava com um cinto.
O ano de 1955 teve dois momentos importantes: A Rainha Elizabeth II concedeu o primeiro dos três Royal Warrant (citado no começo deste artigo) à Burberry. Nesse mesmo ano a empresa foi adquirida pelo grupo GUS (Great Universal Stores). Por quase um século ela foi uma companhia independente, controlada pela família de Thomas.
2. Burberry vai à Guerra
Lembra do casaco de gabardine Tielocken, patenteado por Thomas? Talvez ele seja o “pai” do trench coat, mas há controvérsias. São muitas as teorias sobre a origem dessa icônica peça do vestuário.
Os historiadores de moda afirmamque ele remonta a meados dos anos 1800. Mas se você está se perguntando “Afinal, quem inventou o trench coat? ”, a resposta é…ninguém. Ficou surpreso?
Acontece que o trench coat não foi inventado. Ele é produto de uma época e evoluiu através dos tempos. “O trench coat é o resultado da inovação científica, da tecnologia e da produção em massa”, explica Jane Tynan, em uma entrevista publicada na Smithsonian Magazine, site do Instituto Smithsonian.
Jane sabe do que está falando. Ela é professora em História do Design na Central Saint Martins, University of the Arts London, uma das mais conceituadas do mundo.
De onde veio a inspiração para o nome trench coat?
Mas se a origem remonta ao século 18, o nome surgiu bem depois, no início do século 20, durante a Primeira Guerra Mundial. Ele é inspirado em uma das características definidoras da Grande Guerra que foi a Guerra de Trincheiras (Trench Warfare).
Nesse tipo de combate, ossoldados abrem trincheiras profundas no chão para atacar e se defender. Para lutar em trincheira, os militares precisavam de um uniforme mais leve, mais curto, resistente e impermeável.
Daí que…
Em 1914, a pedido do Departamento de Guerra britânico, a Burberry incrementou o modelo do seu casaco. A roupa era bastante durável e versátil. A argola em D do cinto acomodava os equipamentos e supria as necessidades dos militares. As dragonas representavam a hierarquia militar.
O sucesso foi tanto que os exércitos da Europa Ocidental, Estados Unidos e União Soviética copiaram o modelo.
Terminada a Grande Guerra, o casaco caiu na simpatia dos civis, homens e mulheres. Sem falar que houve um enorme excedente do vestuário comprado pelo governo da Grã-Bretanha. Então ele foi distribuído à população.
Na década de 1940, durante a 2ª Guerra Mundial, a Burberry voltou a abastecero Exército Britânico. Dessa vez a divisão feminina também foi equipada com o vestuário militar que incluía acessórios, além do próprio trench coat.
3 – Burberry X Aquascutum: a batalha dos trench
Sabe a tal controvérsia mencionada ali em cima? Pois chegamos a ela.
Há décadas as duas centenárias marcas britânicas, Burberry e Aquascutum, disputam a paternidade do trench coat.
Entenda alguns pontos importantes sobre essa rivalidade:
John Emary, o fundador da Aquascutum, também desenvolveu uma lã especial à prova-de-água. Ele a batizou de waterproof.
O material foi patenteado em 1851, ou seja, cerca de 37 anos antes do gabardine de Thomas.
O material também foi usado para confeccionar os trench coats dos oficiais britânicos. Sim, a Aquascutum forneceu vestuário para a guerra, digo, guerras. Primeiramente para a Guerra da Crimeia e depois para as 1ª e 2ª Guerras Mundiais.
Para esquentar ainda mais essa história sobre a “genealogia” do trench coat, entra em cena um terceiro personagem: o químico escocês Charles Macintosh (ilustração acima).
Em 1823, portanto bem antes de Burberry e Emary, o químico inventou um casaco emborrachado (dizem que exalava um odor pavoroso) batizado de Mackintosh.
Curiosidade: No Reino Unido a palavra “trench” é muitas vezes referida como “macintosh” que, por sua vez, é um termo genérico para “raincoat” (capa de chuva).
4 – Burberry no cinema, mas nem sempre
Foi nas telas do cinema que o trench coat ganhou status de “objeto do desejo”. Na época não importava, necessariamente, o nome da grife que estampava na etiqueta costurada no forro do casaco do ator ou da atriz. Isso tudo veio depois, com o marketing de moda.
Talvez um dos momentos mais icônicos do trench coat Burberry no cinema tenha sido a cena romântica e “aquática” de Audrey Hepburn e George Peppard (foto colorida acima, ao centro) no clássicoBonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s,1961).
O premiado filme, uma adaptação da obra de Truman Capote, impulsionou a mudança na moda feminina, garantem os pesquisadores.
Aqui, um dado importante:
Muito embora o trench Burberry tenha feito parte do figurino de diversos clássicos da cinematografia, nem todos os trenchs carregavam a etiqueta da grife.
Mesmo assim, durante décadas, aseditoras de moda (e a própria Burberry, como você vai ver em seguida)) cometeram (algumas ainda cometem) um equívoco. Que foi o de dar o crédito para o trench Burberry como protagonista absoluto no figurino de obras primas do cinema, em matérias e editoriais de moda.
Curioso para conhecer alguns destes clássicos enganos?
Humphrey Bogart (foto no alto, em p&b, à direita): Sim, ele vestiu e eternizou o trench no papel de Rick Blaine, no oscarizado clássico romântico Casablanca(1942). E também antes, na pele do detetive Sam Spade, no filme noir O Falcão Maltês (1941). Mas a verdade é que ele usava Aquascutum (mais sobre a Aquascutum em seguida).
Rapidinho: A comprovação veio em 2016, após disputa judicial nos tribunais norte-americanos. A ação buscava ressarcimento milionário por uso indevido da imagem do ator nas plataformas sociais da Burberry. Stephen Bogart, filho do ator, alegou ainda que o trench que Bogart usava era da marca Aquascutum.
Moral da história: Após ganhar a ação, Stephen fechou um contrato com a Aquascutum. Por sua vez a marca lançou um modelo inspirado no ator. “É bem sabido que meu pai era um fiel cliente Aquascutum em sua vida pessoal”, reforçou Stephen ao tabloide Daily Mail.
Peter Sellers: o eterno inspetor Clouseau, em The Pink Panther (1963) vestiu Aquascutum.
Cary Grant (foto colorida acima, à direita): o ator vestiu Aquascutum em Charade (1963). Audrey Hepburn, o seu par romântico no filme, também vestiu um trench coat em algumas cenas do filme. Seria Aquascutum ou Burberry? O que você acha?
Curiosidade: A primeira atriz a vestir um trench coat em Hollywood foi a eternamente cult Greta Garbo. Está lá, no todo poderoso Women’s Wear Daily, jornal considerado a “bíblia da moda”.
No papel de uma londrina, Garbo aparece vestindo um casaco trench no filme mudo americano A Woman of Affairs (Mulher de Brio, no Brasil e em Portugal), ao lado do ator John Gilbert (foto acima, em p&b, à esquerda).
Não consegui descobrir qual foi a grife pioneira a estrear com a sueca Greta Garbo nas telas do cinema. Você arrisca algum palpite?
5. Burberry e a reinvenção do Tartan
Você já ouviu falar no tartã ou tartan?
É aquela padronagem quadriculada de origem escocesa. Ela é impressa tradicionalmente em tecido de lã e faz parte da cultura do Reino Unido. Ao longo das décadas, tornou-se marca registrada da grife e ficou popularmente conhecida como o “xadrez Burberry”.
Algumas curiosidades sobre ele:
O “xadrez Burberry” foi criado em 1920 e usado como forro nos trench coats. Em 1924 a marca patenteou o tartan.
Bege, branco, preto e vermelho eram as cores originais. Atualmente há 8 variações do original e cada uma tem um nome próprio.
Com isso, a padronagem ganhou as mais variadas cores, impressa nos mais variados itens, como roupas, malas, armações de óculos, echarpes, cachecóis, lenços, sapatos, bonés, guarda-chuvas, passando por bolsas, embalagens e frascos das envolventes fragrâncias Burberry, carteiras e mochilas.
A popularidade do tartan já deu muita dor de cabeça à marca.
Burberry e o estereótipo chav
Num passado distante, mas nem tanto assim, por volta do final da década de 1990 e início dos anos 2000, a Burberry teve a sua imagem associada ao estereótipo chav.
No Reino Unido, esse termo pejorativo é empregado para definir jovens e adolescentes agressivos, que se envolvem em confusões. Não confundir com os hooligans. Talvez eles sejam primos, ou não.
Alguns fatos curiosos:
Entre os anos de 1990 e 2000, o tartan Burberry virou uma espécie de “arroz de festa” da grife. Em quase tudo o que era item, lá estava ele, marcando presença.
Rapidinho surgiram no mercado os produtos falsificados. Produtos esses usados pelos “chav”.
Vale lembrar que o guarda roupa de um “chav” é montado com roupas de grife, embora muitas vezes eles estejam desempregados ou tenham baixos salários.
Em função de alguns episódios até bizarros, a Burberry virou piada nos tabloides britânicos.
Pubs e clubs ingleses proibiram a entrada de pessoas vestindo a marca, fosse ela legítima, ou fake. Teve até briga na porta de um desses tradicionais estabelecimentos com a expulsão dos clientes mais desavisados.
Não demorou muito para a Burberry tomar várias medidas estratégicas e até ações legais. Tudo para distanciar-se do estereótipo com conotação depreciativa.
6. Burberry no céu, no mar, nas montanhas e no Polo Sul
Chegamos ao momento “aventura e adrenalina” e nele aqui temos maiscertezas e menos controvérsias.
Por muitos anos a Burberry patrocinou importantes expedições polares, assim como o montanhismo e a aviação. Além de uniformes em gabardine, a marca supriu a todos participantes dessas modalidades com equipamentos como sacos, sacolas e barracas.
Quer conhecer algumas dessas personalidades e suas principais aventuras?
O explorador polar norueguês, zoologista e mais tarde ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Fridtjof Nansen (foto acima) foi o primeiro explorador polar registrado a levar a gabardine Burberry aos pólos. A aventura, batizada de Expedição Fram, aconteceu em 1893. Nansen navegou em direção ao Círculo Ártico, à bordo do famoso navio Fram. A embarcação também serviu a outras expedições, entre elas, a de Roald Amundsen, a próxima personalidade desta lista.
Primeiro homem a chegar ao Polo Sul, em 1911, Roald Amundsen também era norueguês. O seu grande inspirador foi Fridtjof Nansen. A grife desenvolveu barracas e casacos para ele e toda sua equipe.
Famosa Expedição Transantártica Imperial: em 1914 foi a vez de Ernest Shackleton. Ele liderou uma expedição para atravessar a Antártica, a bordo do mítico Endurance, Embora mal sucedida, a façanha deu status de herói ao irlandês Shackleton.
O Everest e a famosa frase de George Mallory: o alpinista britânico também trajou Burberry durante a sua controversa expedição ao Monte Everest, em 1924. Certa vez, quando repórteres perguntaram a ele, durante uma série de conferências em Nova Iorque, por qual motivo ele queria escalar o Monte, Mallory respondeu: “Porque ele está lá”. A frase é hoje associada a ele e ao montanhismo.
Burberry e a aviação desportiva, um capítulo à parte
Além de uniformes para a aviação, a grife patrocinou um voo histórico, em 1937.
Entre os principais pilotos e seus eventos, estão:
O inglêsClaude Grahame-White . Ele foi a primeira pessoa a voar entre Londres e Manchester, em 1910.
A dupla de recordistas Arthur Clouston e Betty Kirby-Green (aka Kirby Green). A Burberry vestiu e patrocinou os pilotos, em 1937. Eles receberam o título mundial da aviação. A aeronave pilotada por eles foi rebatizada e a fuselagem recebeu a inscrição “The Burberry”. Os aviadores conquistaram o título de “os mais rápidos no vôo de Londres à Cidade do Cabo”, ida e volta.
Curiosidade: Se você curte aviação, aventura e História, esse vídeo é para você. Nele é possível ver a inscrição com o nome da Burberry na fuselagem da aeronave.
7 – Acoustic Experience: sons da Burberry
O Acoustic Experience, também conhecido como Acoustic Burberry, é uma das estratégias digitais altamente integradas da marca.
Esse projeto está para além da comercialização de moda luxuosa para a elite da Grã-Bretanha. A ideia partiu do então diretor criativo Christopher Bailey, um obcecado confesso de música.
Em tempo: Bailey deixou a Burberry em fevereiro deste ano, após uma longa e frutífera parceria de 17 anos com a grife.
No canal do projeto no Youtube tem entrevistas e apresentações de bandas emergentes e consagradas do Reino Unido.
8. A Burberry e o seu incrível filme de 3 minutos
A Burberry sacudiu a internet com um trailer que tem mais de 15 milhões de visualizações no Youtube. Esse acontecimento foi no Natal de 2016.
The Tale of Thomas Burberry é o nome do filme. Ele tem exatos 3 minutos e 35 segundos e foi produzido para comemorar o aniversário de 160 anos da marca.
Pelo título do filme, já dá pra imaginar que a história conta a descoberta pioneira do seu fundador, Thomas Burberry.
A direção é de Asif Kapadia, vencedor do Oscar 2016 pelo documentário Amy. Já o roteiro é assinado por Matt Charman, indicado ao Oscar no mesmo ano por Bridge of Spies (2015).
Estão no elenco nomes como o do ator e dramaturgo irlandês Domhnall Gleeson, no papel de Thomas Burberry, Sienna Miller, Dominic West e Lily James.
9. Burberry: Millennials, tecnologia e mídias sociais
Com o foco nos Millennials, a Burberry usa a experiência online para seduzir essa geração.
Para os Millenials luxo é, por exemplo, a experiência interativa e não o objeto em si. Antenada com a tendência, a grife está aproximando os seus itens de luxo através de suas plataformas digitais.
Para aquecer o namoro com a Geração Y, a marca investe pesado nas suas ações digitais.
Você sabia que a Burberry foi uma das primeiras marcas a apostar em tecnologia e mídias sociais?
Algumas dessas apostas:
Art of the Trench. É uma plataforma de mídia social autônoma. O projeto foi criado em 2009 e se auto define como um registro vivo do trench coat. Os próprios consumidores postam suas fotos diariamente de todas as partes do mundo. Tem ainda a participação de fotógrafos convidados.
Apple Music da Burberry é uma parceria com a multinacional na criação de um canal curado exclusivo na Apple Music. A ideia é envolver os fãs no espaço digital. O projeto tem principalmente músicas do Burberry Acoustic Experience, (ali em cima, no ítem 4). Mas tem também músicas e vídeos de cantores do mainstream como sir Elton John.
Pelo que você pode perceber, não é à toa que a Burberry é uma das plataformas de luxo mais seguidas nas redes sociais. São mais de 50 milhões de seguidores em todas as 20 plataformas da marca.
10. O quartel-general da Burberry
Chegamos ao último, mas não o menos importante, “capítulo” dessa história.
As lojas físicas da Burberry estão presentes em mais de 50 países e somam 500 estabelecimentos. Em Londres, tem pelo menos uma dúzia delas. Só no aeroporto de Heathrow há duas lojas.
O Brasil tem nove lojas ao todo. As cidades de Brasília, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro e Curitiba também têm uma Burberry para chamarem de suas.
A marca global desembarcou no Brasil durante o famosoboomda classe média brasileira. Dê uma olhada nesta reportagem da BBC Brasil.
Mas o quartel-general e uma das queridinhas está no coração da badalada 121 da Regent Street.
Quando você passa pela porta de entrada da loja, inaugurada em 2012, é automaticamente catapultado para um mundo onde a inovação e a modernidade se conectam à herança e à tradição.
Além das roupas e acessórios, entre as muitas coisas bacanas que você vai encontrar lá estão:
Conteúdos multimídias imersivos que proporcionam uma experiência de compra muito próxima da que é feita no site da Burberry. Há todo um aparato de última geração para o serviço de atendimento ao cliente.
As peças de roupas têm etiquetas RFID (Radio-Frequency Identification). Quando você fica diante do espelho no provador da loja, é refletido um conteúdo audiovisual. As imagens mostram detalhes da roupa em situações como a passarela ou em um filme publicitário, por exemplo.
No primeiro piso da loja tem um telão que exibe os desfiles, as campanhas e o Acoustic Burberry mencionado lá em cima, no ítem 7. Tem até um palco hidráulico permanente, onde rolam os eventos e performances acústicas ao vivo. Simples, assim.
Sem esquecer que lá tem uma café fantástico, o Thomas’ Cafe.
Curiosidade: Em contraponto à sofisticada tecnologia, no teto da loja estão pendurados enormes e elegantes lustres. As peças, originais estilo Art Nouveau já estavam no prédio desde a sua construção, em 1820.
Aliás, vale dizer que o prédio é tombado e protegido por lei pelo complexo sistema de tombamento do Reino Unido.
Bora dar um rolê dentro da flagship store da Burberry?
E você, já usa Burberry ou visitou a flagship store da marca em Londres, na Regent Street? Comente.
Se existe uma religião da Inglaterra, ela é a Igreja da Inglaterra, a Church of England (mais conhecida no Brasil como Igreja Anglicana), que tomou forma a partir da cisão com Igreja Católica.
A história é relativamente famosa: o Rei Henrique VIII queria se separar de sua esposa e, sem o consentimento do Papa, decidiu “fundar” sua própria religião, a Igreja da Inglaterra. Essa é uma simplificação, claro, mas resume o que aconteceu.
Na verdade, já existia igreja na Inglaterra, só que de orientação Católica, submetida ao Vaticano. Lembre-se, nessa hora, que o Império Romano perambulou pela Grã-Bretanha já no século 1 e, com ele, vieram os cristãos.
Mas a origem da religião da Inglaterra remete ainda à cultura celta, sabia?
Então, quer saber mais sobre a Igreja da Inglaterra e o que a religião representa para os ingleses? Ao longo das próximas linhas, explicamos um pouco do histórico e contextualizamos como a Igreja Anglicana se consolidou na sociedade inglesa.
História da Religião da Inglaterra
No século III, quando a Bretanha era apenas mais uma região dominada pelo Império Romano, a religiosidade já aflorava na sociedade.
A história data a conquista da Bretanha em 43 d.C, mas a nomenclatura da região passou a ser aplicada às Ilhas Britânicas, localizadas ao sul da Muralha de Adriano, construída pelos romanos. Posteriormente, essa primeira região da Bretanha passou a ser conhecida como Albion.
A religião entra nesse contexto antes mesmo do período pré-Romano, com o paganismo, que era uma espécie de corrente menosprezada e tratada como pejorativa pelos católicos.
A Igreja, que estava em plena catequização da Europa, viveu um momento crucial no ano 312, quando o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e ajudou a popularizar a religião no território onde hoje se localiza a Inglaterra.
Por mais de mil anos, o cristianismo era a principal doutrina do povo britânico, alternando com o pelagianismo, credo considerado como heresia em 418 d.C.
Apenas no século XVI, com a Reforma Inglesa, consequência da Reforma Protestante de Martinho Lutero, a Igreja da Inglaterra se afastou da influência do Papa e da Igreja Romana.
A Igreja Anglicana teve em Henrique VIII seu fundador, mas por um motivo curioso: o rei pretendia anular a sua união matrimonial com Catarina de Aragão e enfrentou diversas barreiras políticas e religiosas, sobretudo a oposição dos romanos. O intuito era que o rei pudesse se casar legalmente com Ana Bolena, com quem pretendia ter herdeiros.
Além de tentar expurgar as raízes romanas da Igreja Anglicana, Henrique VIII também ordenou que houvesse uma grande dissolução de mosteiros entre 1536 e 1540, se apropriando de conventos e priorados. Na época, essas comunidades religiosas eram concentradas em partes muito ricas do território inglês.
A venda das propriedades refletiu uma medida econômica, não necessariamente de intolerância religiosa. Como a maioria dessas comunidades se localizava em setores muito valorizados, era muito rentável para a coroa liquidá-las, a fim de financiar operações militares lideradas por Henrique VIII.
Para acabar com o domínio romano, sobretudo no que se referia à arrecadação de contribuições feita por Roma, Henrique VIII conseguiu aprovar em 1534 um ato parlamentar que o considerava o representante máximo da Igreja na Inglaterra, conferindo a ele poderes jurídicos e religiosos, anulando de vez a influência romana naquela área.
Pela sua postura em relação à Igreja Romana, Henrique VIII foi excomungado pelo Papa Paulo III. Ao mesmo tempo, o monarca da Inglaterra passou algum tempo de seu reinado considerando que os católicos romanos e protestantes eram hereges, levando a diversos julgamentos.
Religião da Inglaterra x Igreja Católica
Com a criação da Igreja Anglicana, a monarquia inglesa tinha maior autonomia sobre a religião local, inclusive para decidir sobre mudanças na doutrina. Com o passar dos anos, em especial no reinado de Eduardo VI, a Inglaterra se inclinou ao protestantismo, obedecendo às regras ditadas por Thomas Cranmer, Arcebispo da Cantuária, figura importantíssima na Igreja da Inglaterra.
Entre 1549 e 1552, o Livro de Oração Comum serviu como modelo para a Comunhão Anglicana na Inglaterra, com base na liturgia de Jerusalém, composta por São Tiago.
Contudo, as preces também atendiam ao modelo protestante, uma marca indissolúvel no período de Eduardo VI. A doutrina-base se alterou diversas vezes, com ou sem conflito, ao longo da história da religião na Inglaterra.
Nos primeiros anos da Reforma Inglesa, protestantes foram perseguidos, mas a situação se amenizou com o Ato de Supremacia de 1559, outorgado por Isabel I. A rainha, chefe suprema da Igreja Anglicana, pregava tolerância religiosa entre católicos e protestantes. Chegava ao fim a turbulenta era de repressão.
Por outro lado, o ato de Isabel I também previa lealdade obrigatória à monarquia, forçando católicos a renegarem suas crenças e a lealdade ao Papa, chefe da igreja romana.
Para que qualquer católico ocupasse um cargo público, era preciso renunciar ao catolicismo. Nesse momento, o Estado entrava em conflito político com a Igreja, na concepção cristã.
Como é a Igreja da Inglaterra hoje
A Rainha Elizabeth II é a chefe da Igreja da Inglaterra, embora não tenha grandes poderes sobre os rumos e dogmas da religião. Em seu lugar, o Arcebispo da Cantuária é o representante da Igreja Anglicana nos dias de hoje.
A Igreja Anglicana era totalmente protestante até o século 19, quando o Movimento de Oxford restaurou as origens e orientações do catolicismo romano. Isso culminou com a divisão entre Alta e Baixa Igreja, opondo novamente (mas de forma pacífica) as vertentes católicas e protestantes.
Pelo fato do catolicismo e o protestantismo coexistirem na Igreja Anglicana, a congregação ostenta uma imagem de maior tolerância dentro da Inglaterra, afastando-se da imagem que se tinha da Igreja durante a Idade Média, com histórico de opressão e perseguição.
Muito embora o modelo seja muito mais conciliador e traga referências fortes de ambos os dogmas, a base da Igreja Anglicana continua sendo o cristianismo. No censo de 2011 na Inglaterra, foi apontado que 59,4% da população da Inglaterra segue os princípios do cristianismo, enquanto 24,7% não possuem religião. Outros dados relevantes desta porcentagem se referem ao islamismo (5%) e ao hinduísmo (1,8%).
Gostou de conhecer mais sobre a religião na Inglaterra? Comente.
Todo o ano os preços do transporte público de Londres aumentam um pouquinho. Nada comparado ao Brasil, claro.
Para quem está viajando para Londres a turismo, recomendamos o uso do passe diário ou do passe semanal, que dão direito a ônibus e metrô liberados nas zonas 1 e 2, que concentram a maioria das atrações.
Preços do transporte público em Londres em 2018
O teto diário (pode chamar de passe diário também) passou de 6,60 libras para 6,80 libras, e o passe semanal subiu para 34,10 libras.
Como você sabe, o Oyster Card é aquele cartão magnético que é usado no transporte público de Londres. Para obtê-lo, você deve ir a uma estação e solicitar em uma guichê ou em uma máquina, mediante depósito de 5 libras (reembolsáveis ao fim da viagem). A partir daí, você pode carregá-lo com o valor que quiser, dependendo de quantas viagens vai fazer.
Veja uma indicação nossa de acordo com os dias de viagem:
1 dia em Londres
Carregue seu Oyster Card com 6,80 libras ou escolha a opção Day Anytime, que vai custar esse valor. Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Então, em vez das 6,80 libras, carregue seu Oyster com 8 libras, que dá direito à circulação livre por um dia nas zonas 1, 2 e 3.
2 dias em Londres
Carregue seu Oyster Card com 13,60 libras (6,80 do teto diário x 2). Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Então, em vez das 6,80 libras de um dos dias, carregue seu Oyster com 8 libras, que dá direito à circulação livre por um dia nas zonas 1, 2 e 3.
3 dias em Londres
Carregue seu Oyster Card com 20,40 libras (6,80 libras de teto diário x 3). Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Então, em vez das 6,80 libras de um dos dias, carregue seu Oyster com 8 libras, que dá direito à circulação livre por um dia nas zonas 1, 2 e 3.
4 dias em Londres
Carregue seu Oyster Card com quatro vezes o teto diário: 27,20 libras. Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Então, em vez das 6,80 libras de um dos dias, carregue seu Oyster com 8 libras, que dá direito à circulação livre por um dia nas zonas 1, 2 e 3.
5 dias em Londres
Carregue seu Oyster Card com o 7 Day Travelcard, o passe de 7 dias. Ele custa 34,10 libras. Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Use o calculador de tarifas de passagens para entender qual é o valor extra que você terá que carregar a partir da última estação na zona 2.
6 dias em Londres
Carregue seu Oyster Card com o 7 Day Travelcard, o passe de 7 dias. Ele custa 34,10 libras. Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Use o calculador de tarifas de passagens para entender qual é o valor extra que você terá que carregar a partir da última estação na zona 2.
7 dias em Londres
Carregue seu cartão com o 7 Day Travelcard, o passe de 7 dias. Ele custa 34,10 libras. Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Use o calculador de tarifas de passagens para entender qual é o valor extra que você terá que carregar a partir da última estação na zona 2.
8 dias em Londres
Carregue seu cartão com 7 Day Travelcard, o passe de 7 dias, que custa 34,10 libras, e mais 6,80 libras, o teto diário do Oyster. Assim você terá passe livre para usar, a qualquer momento, ônibus por toda a cidade e metrô pelas zonas 1 e 2.
Vai até algum lugar na zona 3? Então, além do passe semanal, carregue o cartão com 8 libras referentes ao dia na zona 3.
Mais dias?
Use a mesma lógica de cálculo. Até 4 dias, 6,80 libras por dia. De 5 a 7 dias, 34,10 libras pelo passe de 7 dias. Para quem vai ficar ainda mais tempo, há um passe mensal, que custa 131 libras.
É claro que você não precisa usar o transporte público todo dia, e assim vai economizar bastante. Mas a gente adora essa liberdade de ir para qualquer lugar a qualquer hora, de qualquer jeito, sem precisar calcular e se preocupar com tarifas e gastos extras. Experimente 🙂
Um dos mais memoráveis patrimônios da humanidade está na Inglaterra e se chama Stonehenge.
O monumento pré-histórico de Stonehenge, localizado em Wiltshire, a oeste de Londres, mais precisamente na planície de Salisbury.
Estima-se que o círculo feito por pedras foi construído por volta de 2000 a 3000 a.C.
Ao longo da história, Stonehenge se converteu em uma grande atração para turistas.
Quer conhecer um pouco mais desse lugar curioso e cheio de história? A seguir, falaremos sobre a sua origem, importância, lengas e peculiaridades.
O que é Stonehenge, na Inglaterra
Stonehenge, em sua caracterização, é um círculo estabelecido sobre um gramado com várias pedras de quase cinco metros de altura alinhadas, colocadas em uma área que se alterou de maneira severa através dos séculos.
A grande pergunta que se faz é: como as pedras chegaram lá? A principal tese de historiadores é que elas foram carregadas por dezenas de quilômetros a partir de Preseli Hills e Marlborough Downs, sendo que cada uma possuía um tipo de rocha. Stonehenge é constituído por pedras azuis e blocos de arenito.
Erguidas à base de ferramentas que utilizavam madeira e cordas, as grandes rochas foram erguidas da terra e colocadas de pé sob o solo. Foi também nessa época que a humanidade descobriu o ferro como um utensílio imprescindível para o trabalho. Outra técnica presente foi a escultura, que deu às pedras o formato que conhecemos hoje.
Especialistas em arqueologia traçam uma linha do tempo de mais de 6000 anos entre as primeiras formações rochosas e a composição do monumento, em área isolada e hoje controlada pelo National Trust, um órgão responsável por conservação e gerenciamento de patrimônios históricos e ambientais.
Stonehenge, na Inglaterra, é um ícone que se situa em um local onde se enterravam e cremavam corpos na pré-história. Nas primeiras escavações feitas naquele pedaço de terra foram encontrados ossos e outros restos mortais. Estima-se que mais de 150 pessoas foram enterradas lá, desde os primórdios, tornando Stonehenge em um verdadeiro cemitério da antiguidade.
A área do monumento tinha vários buracos usados para esconder pedaços de madeira usados para a construção de postes. Alguns teóricos da arqueologia afirmam que também havia rochas escondidas debaixo da terra.
Durante a época de ouro do seu império, de 43 d.C em diante, os romanos visitavam a região para rituais religiosos. Isso foi descoberto apenas mediante as escavações na área, onde foram encontrados resquícios desses rituais e outros itens da cultura romana.
A estrutura básica das pedras de Stonehenge já mudou algumas vezes ao longo da história, mas nada que fosse radical. Restaurações pontuais acontecem desde o século XIX. Nos anos 1900, o Ministério da Defesa do Reino Unido comprou alguns terrenos próximos ao monumento, para treinamentos militares. Hospitais de campo e vias férreas foram construídas nas imediações, facilitando o acesso à região.
Em 1964, quando a Inglaterra já vivia tempos de paz, as últimas pedras foram acrescentadas à estrutura de Stonehenge, completando o que conhecemos hoje como uma das maravilhas do mundo. Para muitos, o local é considerado sagrado, atraindo muitas caravanas religiosas de diversos países, todos os anos.
Curiosidades e lendas de Stonehenge
Uma curiosidade muito difundida a respeito do monumento é que, até os primeiros anos do século 20, Stonehenge, na Inglaterra, era uma propriedade privada que pertencia a Cecil Chubb. O magnata inglês comprou o monumento em um leilão em 1915, temendo que estrangeiros se apropriassem da estrutura.
Três anos depois, em 1918, Chubb doou o monumento à nação, liberando completamente o acesso aos visitantes, com a condição de que o Estado ficasse responsável pela conservação e manutenção da obra. Uma lenda que circula em torno dessa doação é que Stonehenge teria sido um presente de Cecil à sua esposa, que não gostou da ideia e o convenceu a se desfazer da propriedade.
Muito se discute sobre qual é a verdadeira razão de existir de Stonehenge. Os debates se arrastam ao longo das décadas e as teorias mais frequentes dão conta de que se trata de uma homenagem aos britânicos mortos por saxões. Outros pontos de vista trazem a versão de que Stonehenge já foi um centro de cura e um templo druida.
A mais curiosa, no entanto, é a que diz que Stonehenge era uma ferramenta utilizada pelos antigos para a previsão de fenômenos como o eclipse. Há quem diga também que alienígenas passaram pelo local.
Como visitar Stonehenge, na Inglaterra
Por meio do instituto English Heritage, é possível agendar uma visita a Stonehenge. Existe uma linha de ônibus especial que sai da estação de trem em Salisbury. Outra forma é um ônibus direto que está disponível em cidades como Londres e Bath.
O conselho do Condado de Wiltshire oferece alguns roteiros e passeios guiados por Stonehenge, na Inglaterra, com trilhas de aventura para ciclistas e caminhadas.
A principal atração, evidentemente, é o Stone Circle, a famosa formação rochosa de Stonehenge, que compõe uma linda paisagem e contracena com as casas da aldeia do período neolítico. É possível ter uma ideia de como viviam os primeiros povos que habitaram a área.
Os ingressos podem ser comprados diretamente no site do English Heritage, que apresenta datas e horários disponíveis. Além da entrada, o visitante pode baixar um arquivo digital com o Audio Tour, com suporte para dez línguas, que pode ser ouvido durante o passeio no celular, seja no Android ou no iPhone.
Além do próprio monumento de Stonehenge, o tour também contempla bares e restaurantes no roteiro. São comidas típicas da região como o bolo da pedra de Stonehenge e a Stonehenge Brewery, uma cervejaria tradicional de Salisbury.
Gostou das dicas para visitar esse patrimônio da humanidade? Comente.
A história do Reino Unido é densa, vasta e sedutora. Desde a chegada dos romanos às Ilhas Britânicas, são quase dois mil anos de lutas, conquistas, império, reinado e, recentemente, um Brexit.
Mas, antes de mergulharmos na história do Reino Unido, que tal nos determos, por alguns instantes, na conceituação e caracterização dessa complexa união de países em torno da Coroa e da Rainha Elizabeth II?
É chamada de Reino Unido o reino composto pelos países Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, que responde à Rainha Isabel II.
Já a Grã-Bretanha é a maior e mais famosa ilha britânica (são mais de uma), onde ficam a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. Como a Irlanda do Norte fica lá do outro lado do mar, na Ilha da Irlanda, não dá para se referir à Grã-Bretanha como se fosse um sinônimo de Reino Unido.
Grã-Bretanha: a maior das ilhas britânicas, onde se situam a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales
Reino Unido: reino que une os países Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte: é o nome completo do reino.
Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda: não existe mais. O Reino Unido era chamado assim antes da independência da República da Irlanda, no século 20.
Inglaterra: país que fica dentro da Grã-Bretanha e faz parte do Reino Unido.
Londres: capital da Inglaterra e do Reino Unido. Embora seja chamada, de vez em quando, de capital britânica, não existe tal elemento, ou seja, não há uma capital da Grã-Bretanha ou das Ilhas Britânicas.
Ilhas Britânicas: é um arquipélado de sei mil ilhas, que incluem, além da Grã-Bretanha, lha de Man, Jersey e Guernsey (dependências da Coroa, mas não parte do Reino). No início, a ilha da Irlanda era chamada também de ilha Britânica, mas, depois da independência, não pega bem associar tudo na mesma denominação.
Ilha da Irlanda: é onde ficam a República da Irlanda e a Irlanda do Norte. Apenas a Ilha do Norte (cuja capital é Belfast) faz parte do Reino Unido.
Pronto, agora você já tem uma noção melhor do que é esse tal de Reino Unido. Mas vamos entender como começou essa história?
História do Reino Unido
História do Reino Unido, de fato, com essa nomenclatura, começa em 1707, quando a Escócia se uniu à Grã-Bretanha. Mas isso não quer dizer que a trajetória e todas as outras raízes inglesas tivessem nascido naquele momento.
A origem do Reino Unido, a Inglaterra, vem dos romanos, que estenderam os tentáculos do império por lá no início do século 1.
Já os primeiros traços ingleses são do século 10, aproximadamente de 939 d.C, quando os conquistadores anglo-saxões uniram forças com o Império do Mar do Norte, liderado por Canuto II da Dinamarca. Dessa forma, os povos ingleses, dinamarqueses e noruegueses reinaram absolutos por muito tempo na faixa de território que hoje é ocupada pela Inglaterra.
Anos mais tarde, durante a invasão normanda (viking), em 1066, a configuração do reino privilegiou Westminster (onde fica hoje o Parlamento do Reino Unido) como capital política e lar da realeza. Essa decisão impulsionou Westminster comercialmente e acabou criando uma identidade inglesa, à parte da ascendência escandinava nos tempos de Império do Mar do Norte.
Além da questão social, os poderes militares dos britânicos aumentaram consideravelmente, sobretudo no período em que Eduardo III esteve no comando. Houve enorme desenvolvimento político, com a criação da legislação e do parlamento. Nesse ínterim, aconteceu a dominação dos celtas no País de Gales, em momento de imponência do exército de Eduardo I, em 1284.
Especialmente após a dominação normanda, dinastias inglesas se apossaram da coroa durante séculos com uma configuração absolutista. Ou seja: o monarca em exercício detinha todo o poder e era considerado como um representante divino na Terra.
Em 1603, sob a dinastia da Casa Stuart, Jaime I da Inglaterra decretou uma união com Escócia e Irlanda, causando uma enorme divergência e eventualmente uma guerra civil no Reino. O rei Carlos I foi assassinado em 1649, enfraquecendo a posição da monarquia, que perdeu sua soberania em 1688, durante a Revolução Gloriosa.
A paz e a organização parlamentar em conjunto com a monarquia só se tornaram realidade em 1808, com a assinatura do Ato de União, formando o Reino Unido como conhecemos hoje. A ordem permaneceu a mesma até 1921, quando a Irlanda conseguiu sua independência do reino, depois de muitos anos de luta desde o Levante de Páscoa, em 1916, que acendeu as tensões entre irlandeses e britânicos. O Ato de Governo da Irlanda criou, em virtude deste processo, o estado da Irlanda do Norte, que ainda faz parte do Reino Unido.
Importância do Reino Unido para o mundo
O idioma inglês ainda é o terceiro mais difundido no planeta. Essa influência se deu sobretudo no Império Britânico, que se estendeu até o século XX. A importância do Reino Unido para o mundo, no entanto, não consiste apenas na língua, seu maior produto de exportação.
A capital do Reino Unido, Londres, é um dos lugares mais famosos do mundo e certamente um dos destinos que mais aparecem em planos de turistas. Todos querem conhecer a metrópole inglesa, suas tendências de moda, comportamento e agitos da vida noturna.
Enquanto ainda pertence à União Europeia, algo que deve mudar nos próximos meses com a efetivação do Brexit, a Inglaterra é uma notória exportadora de bens e matéria-prima para países como França e Alemanha.
Contudo, depois que a votação pela saída da União Europeia (UE) decretou novos tempos no Reino Unido, é de se esperar que uma onda separatista ressurja em escoceses e norte-irlandeses, que se posicionaram contra a decisão.
A posição política da Inglaterra influenciou outros países como a Grécia, que estuda passar pelo mesmo processo de saída da UE.
E mesmo tendo argumentos contrários muito convincentes, os ingleses também estão minando o poder do próprio bloco europeu, que já está em litígio com a Rússia. Especialistas em política internacional afirmam que o Brexit pode motivar mais nações nessa empreitada.
A herança do Reino Unido
Uma tradição que muito se espalha ao redor do mundo é a da pontualidade. Atribuída historicamente aos ingleses, essa noção não tem uma origem concreta, mas é visível ao redor das cidades a obsessão com relógios em locais públicos.
A preocupação com o horário ressalta o respeito dos ingleses com seus compromissos, uma marca indelével deixada pela sua civilização ao longo dos séculos. O símbolo da pontualidade é o Big Ben, instalado no Palácio de Westminster, cartão postal de Londres e responsável por ditar as horas para a população.
Curiosidades sobre a História do Reino Unido
Chegou a hora de conhecer algumas curiosidades sobre a História do Reino Unido. Você sabia que a Rainha Isabel II, de 91 anos, é a monarca que está há mais tempo no trono? Ela assumiu em 1952 e ultrapassou a Rainha Vitória em 2015 como o reinado mais longo da história do Reino Unido, já durando quase 66 anos.
Em virtude da longa relação entre Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte, são três as línguas oficiais faladas no Reino Unido: inglês, galês e escocês gaélico.
Durante a II Guerra Mundial, o Reino Unido lutou ao lado da União Soviética na frente Aliada. Vencido o confronto contra os países do Eixo, em 1945, o mundo se dividiu em outra ordem com a Guerra Fria, de 1945 a 1991. Nesse conflito, que teve como opositores os Estados Unidos e a União Soviética, o Reino Unido se posicionou contra a causa comunista dos soviéticos.
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Yorkshire cuida bem de suas belezas naturais, atrai muitos turistas e é aclamada na Inglaterra como uma região que respira cultura quase 24 horas por dia. Como a zona montanhosa é uma das mais belas da Europa, a região recebeu o apelido de “Condado de Deus”.
Você sabe quais são as principais atrações e destinos de Yorkshire, na Inglaterra? Vamos revelar algumas delas nos próximos parágrafos.
Por que visitar Yorkshire, na Inglaterra
O primeiro grande motivo para visitar Yorkshire, na Inglaterra, é a variedade de festivais de música. O maior deles é o Festival Republic, com bandas de sucesso no cenário internacional. A adrenalina também corre solto em corridas anuais como a Yorkshire Summer Festival, que recebe famílias inglesas em grande número.
Outros eventos famosos na região são os que envolvem literatura, agricultura, arte e alimentação. Yorkshire reúne boas opções de entretenimento para todas as áreas, com um roteiro recheado de festas durante o ano.
Os esportes também representam uma grande parte do envolvimento da população local. A região possui focos em modalidades como futebol, rúgbi, cricket e até mesmo corridas de cavalo. O mais destacado é o Leeds United, três vezes campeão inglês e finalista da principal competição de clubes europeus nos anos 1970. Atualmente, o Leeds está na segunda divisão nacional.
As cervejarias de Yorkshire são muito apreciadas pelos ingleses. São pelo menos dez fábricas e rótulos que circulam pelo país, fazendo do condado uma referência nacional no empreendimento e no consumo cervejeiro. A tradição na produção da bebida remete ao século XII. A fabricação em escala industrial, no entanto, começou a ganhar força durante o século XVIII.
Dentro do raio de Yorkshire, estão as seguintes cidades: Leeds, Sheffield, Bradford, Kingston upon Hull, York, Huddersfield, Middlesbrough, Doncaster, Rotherham, Halifax, Barnsley, Wakefield, Harrogate, Keighley, Dewsbury, Scarborough, Batley, Castleford, Redcar e Bridlington.
A mais populosa entre as vinte cidades é Leeds, com cerca de 750 mil habitantes. Ao todo, Yorkshire concentra 5 milhões de pessoas em seus domínios.
Onde fica Yorkshire
Com uma área de 11.903 km², Yorkshire está situada na região norte da Inglaterra. Ao redor do condado, existe uma grande concentração verde, o que mostra a preocupação dos ingleses com a natureza.
Yorkshire é cercada por rios e mares de suma importância geográfica na Europa como o Rio Tees, o Mar do Norte, o Rio Don, o Rio Sheaf e o estuário de Humber. Em virtude dessa proximidade com vias marítimas, a indústria têxtil do condado evoluiu bastante ao longo dos últimos séculos, especialmente após a Revolução Industrial no século XVIII.
A atividade de exploração de minas também rendeu bastante projeção financeira ao condado, que recuperou o controle sobre a região norte da Inglaterra após a Batalha de Marston Moor, no século XVII, como um dos capítulos mais marcantes da Guerra Civil Inglesa (1642-1646).
Inicialmente, o terreno onde fica Yorkshire, na Inglaterra, foi ocupado por celtas. Mais tarde, viveu período de dominação romana e dos vikings, quando recebeu seu nome. Jórvik, em dinamarquês, foi o primeiro batismo oficial da região, depois da invasão de tropas dinamarquesas em 866 d.C, no que foi constituído o Reino de Jórvik. O nome York é nada mais que uma adaptação anglófona do original.
Mais de dois séculos depois, em 1069, o povo do norte fez um levante contra o domínio dos Normandos, que ocuparam o território desde 911.
Historicamente, esse pedaço da Inglaterra também teve papel crucial na Guerra das Rosas, entre as casas de York e Lancaster. As duas famílias nobres (dinastias), descendentes do Rei Eduardo III, lutaram pelo trono britânico entre 1455 e 1485. A identidade de Yorkshire pode ser resumida com a rosa branca, símbolo da Casa de York.
Muitas emissoras e produtoras costumam usar a região de Yorkshire para gravar episódios de seriados e filmes. A série Downton Abbey, com temática de drama histórico, acontece em uma propriedade privada nos campos do condado. Já Happy Valley, um thriller policial, foi gravado na região oeste de Yorkshire, em uma área urbana.
As paisagens mais estonteantes de Yorkshire, na Inglaterra, ficam em Ilkley Moor, Whitby e Kilnsea. A primeira, em Ilkley Moor, consiste em um vale com mais de 400 metros de altura, que proporciona uma excelente vista panorâmica do lugar.
Whitby, por sua vez, está situada em uma zona portuária, com apelo para a pescaria e para viagens de barco. Lá também ficam as ruínas da Whitby Abbey, uma abadia beneditina abandonada desde o século XVI.
Mas se você prefere algo mais silencioso e tranquilo, Kilnsea pode ser uma boa pedida, bem na ponta leste de Yorkshire. A praia de Kilnsea, e o farol de Spurn são muito visitadas por turistas, além da fronteira com o estuário de Humber.
De Londres a Yorkshire
Para chegar a Yorkshire, não é preciso gastar muito tempo. A forma mais comum de se encarar o trajeto é por trem. Trens de alta velocidade fazem o trajeto entre Londres e as grandes cidades do condado em pouco mais de 100 minutos.
São várias as empresas que oferecem transporte por via férrea: CrossCountry, Virgin Trains, First Hull Train, Northern Rail, First TransPennine Express e Grand Central, que ligam Yorkshire a outros cantos do país como Manchester, Liverpool, e claro, Londres, a capital.
O ônibus é outra opção em conta a se considerar. A viagem pela empresa National Express Coaches dura, em média quatro horas no trajeto Londres-Leeds. Se você estiver de carro, dependendo do lugar de origem, as estradas A1, M1, M5, M42 e M62 cruzam o condado.
Em último caso, se a ideia for uma viagem rápida, a ponte aérea também é recomendada. Existem aeroportos de porte nacional e internacional, como o Leeds-Bradford e o Doncaster-Sheffield. O segundo, inaugurado recentemente, pode ser acessado facilmente pela estrada M18, a Great Yorkshire Way.
As armaduras medievais hoje são artigo de filmes e séries. Mas, por muito tempo, foram peças fundamentais em batalhas.
Desde os tempos do Império Romano, soldados e outros guerreiros precisavam estar protegidos para as disputas bélicas. Ao longo dos anos, surgiu a necessidade de implementar essa proteção contra armas brancas como espadas, adagas e outros objetos perfurantes.
Foi criado então o conceito de uma roupa de metal que diminuía o dano em combates. Entravam em cena as armaduras medievais, muito populares em guerras envolvendo os britânicos.
O que era uma armadura medieval
Para começar essa história, é preciso voltar um pouco mais no tempo, antes mesmo da Idade Média. Os primeiros registros de armaduras foram feitos ainda no Império Romano, em 400 a.C.
Mas os romanos (e os celtas) não se preocupavam muito com o corpo em geral: o uso mais comum era de uma espécie de rede feita de metal, couraça, bronze ou aço, chamada cota de malha que protegia o pescoço e as orelhas. O mesmo material era frequentemente utilizado para proteger o torso.
Com o tempo, as armas ficaram mais letais, e foi preciso sofisticar a proteção. No século 9, surgiram os primeiros elmos, mais sólidos e com pequenas barras de metal para proteger o osso do nariz.
Esses capacetes tiveram a sua abertura reduzida no campo de visão a cada alteração, ao ponto de que os elmos no século 15 possuíam grades que dificultavam a perfuração na região dos olhos.
Enquanto isso, a armadura usada no torso e nos ombros também evoluiu bastante. Os materiais ficavam mais resistentes, mas traziam um custo enorme: o peso, que dificultava a mobilidade dos soldados. Foi no século 14 que as armaduras medievais passaram a ser consideradas essenciais em um campo de batalha.
Àquela altura, o corpo estava bem resguardado contra flechas, adagas e espadas. Placas de metal ou aço se espalharam por todas as extremidades, por cima da cota de malha. Cabeça, tronco, braços, pernas, pés e mãos ficavam cobertos e havia poucos ou nenhum ponto exposto para ser golpeado.
Entretanto, pode-se imaginar que os guerreiros encontrassem certa dificuldade para golpear os adversários, tamanho esforço para erguer uma espada com todas as camadas de armadura por cima do corpo. Alguns iam para a batalha com escudos, tendência que vinha desde o Império Romano.
Além do modelo com placas de metal, havia também a armadura de escamas, que nada mais era um casaco com material leve utilizado por soldados e seus cavalos. Esse tipo era conhecido como catafracta e durou até o fim do Império Bizantino, no século 15.
Os ingleses produziam suas armaduras e materiais na região de Greenwich. Cada reino ou país tinha diferenças e peculiaridades na construção. Os principais mercados em armaduras medievais, no entanto, eram italianos e alemães, com desenhos exclusivos.
As composições de armadura medieval completamente fechadas ficaram em evidência por mais de 200 anos, entre os séculos 13 e o 15. Daí em diante, com a criação de armas de fogo, a disputa bélica alcançou outros patamares de destruição.
Os japoneses, assim como outros países asiáticos, desenvolveram armaduras com uma identidade visual bem distinta, criando traços que são referências da cultura oriental até os dias de hoje. Os grandes samurais faziam uso dessas tecnologias até o início da Era Moderna.
Como eram usadas as armaduras medievais
Apesar da motivação principal ser a proteção de soldados durante guerras ou conflitos específicos, existiram diversas competições locais onde eram usadas as armaduras medievais entre os séculos 12 e 16. Era uma evolução natural das grandes disputas de gladiadores no Império Romano.
Estes torneios medievais, que possuíam um código de honra próprio e reuniam competidores (essencialmente membros de famílias nobres) de diversas regiões com foco na hípica. A justa era a modalidade mais comum, envolvendo cavalos, cavaleiros e lanças de madeira, que eram apontadas em direção ao adversário.
Dois competidores saíam de uma extremidade e se encontravam no meio da arena para trocar golpes. Quem derrubasse o adversário, vencia. Esse esporte, muito popular na Idade Média, foi tema do filme “Coração de Cavaleiro”, (2001) estrelado por Heath Ledger. Na trama, o personagem de Ledger, um escudeiro, se passa por nobre para poder disputar uma competição.
Enormes públicos se juntavam nas arquibancadas para acompanhar os duelos. E embora a justa seja a mais popular e relembrada posteriormente por historiadores, outras modalidades de combate aconteciam nos torneios, como lutas homem a homem, com uso de espadas e escudos.
A História conta que uma grande tragédia se abateu sobre a família do Rei Henrique II da França, em 1559. Durante um torneio de justa, o rei foi declarado vencedor, mas exigiu uma terceira rodada.
Henrique II enfrentou Gabriel de Montgomery, chefe da guarda escocesa, mas se deu mal. Depois de ser derrotado a primeira vez, o monarca francês exigiu uma revanche e foi atingido nos olhos pela lança de Gabriel. Pequenos fragmentos de madeira perfuraram o cérebro de Henrique II, que morreu dez dias depois.
O acidente motivou uma proibição da justa em território francês. Na Inglaterra e outros países do Reino Unido, a prática durou até meados do século 17, sendo substituída por esportes equestres, mais pacíficos e sem armas, como o hipismo e o turfe.
Curiosidades sobre as armaduras medievais
Chegou a hora de conhecer algumas curiosidades sobre as armaduras medievais. Estima-se que toda a estrutura de proteção aos soldados pesava por volta de 25 quilos no século 15.
Quando havia tropas que usavam cavalos para se locomover entre as terras, os animais também eram equipados com o mesmo material dos humanos: metais, aço e cota de malha, embora as patas dos cavalos ficassem expostas e fossem alvo fácil de adversários que vinham pelo chão.
No filme de comédia “Monty Python e o Santo Graal” (1975), a história se passa em 932 d.C, contando a lenda do Rei Arthur em busca do Santo Graal. Uma cena particularmente engraçada é quando Arthur enfrenta o Cavaleiro Negro. Ambos usavam espadas e modelos ainda rudimentares de armadura, com capacetes de metal e cotas de malha.
Armaduras em Londres
Se você quer conferir essa história de perto, uma dica é visitar a Torre de Londres, que abriga uma exposição de armaduras medievais na Torre Branca (a primeira, erigida por William, o Conquistador no século 11).
Além de armaduras, espadas, armas e objetos utilizados em batalhas e duelos medievais, a Torre de Londres guarda inúmeras preciosidades para os visitantes. Uma delas são as Joias da Coroa, mantidas até hoje sob a proteção dos Beefeaters (os guardas da Torre, apelidados assim por terem o privilégio de comer carne em períodos magros, digamos).
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