Imagens da Segunda Guerra Mundial em Londres contam história de bravura e resistência

Quem acha que a capital britânica vai tremer diante de atentatos terroristas como os perpetrados nos últimos dias não conhece sua história. Neste post, você vai ver 5 imagens da Segunda Guerra Mundial em Londres que mostram a resistência da cidade, a resiliência da Inglaterra, a bravura de Winston Churchill e os esforços para barrar os avanços de uma Alemanha Nazista que já dominava boa parte da Europa.

Antes, lembre que, em 1940, Londres era o último bastião de resistência aliada contra Hitler. A França, potência vizinha, já havia capitulado. Países menores caíram antes. Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos não queriam se envolver no conflito. A ameaça germânica tomava proporções tão grandes, que muitos políticos ingleses defendiam que se fizesse um acordo com o Führer para conter seu ímpeto antes que a ilha da Grã-Bretanha fosse tomada por suásticas.

Mas Londres resistiu. Em 1940, a Batalha da Inglaterra, ou Batalha da Grã-Bretanha, tomou os céus de Londres, durante ataques fulminantes dos nazistas que desejavam ardorosamente destruir a capital britânica.

Foi nesse episódio que Churchill proferiu a célebre frase: “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”, em uma referência aos pilotos da Força Aérea Real.

8 imagens da Segunda Guerra Mundial em Londres

A seguir, veja imagens da Segunda Guerra Mundial que mostram por que Londres não vai se dobrar ao terror.

1. “Keep Calm and Carry On” nunca foi utilizado

Keep Calm and Carry On - Segunda Guerra

A famosa frase “Keep calm and carry on” se popularizou ao virar meme e viralizar nas redes sociais em montagens com vários sentidos e situações diferentes. Você provavelmente cruzou com essa frase em algum momento, não é mesmo? Mas, acredite, quando esta frase foi criada, a ideia era que ela nunca fosse usada.

Na verdade, a conhecida frase foi criada durante a Segunda Guerra Mundial. Onde exatamente? Em Londres, claro. Durante o período de guerra, pairava a ameaça constante de uma invasão das ilhas britânicas pelos alemães. Realmente Hitler se esforçou para conseguir debelar os britânicos, mas felizmente não conseguiu transpor a resistência nos ares.

Devido à constante ameaça de invasão, o governo britânico decidiu criar cartazes persuasivos e com conteúdo motivador para espalhar pelas cidades. Os cartazes eram motivacionais e tentavam animar o espírito de luta da população.

A inscrição “Keep calm and carry on” foi exatamente uma dessas mensagens em cartazes, mais especificamente, a mensagem que seria utilizada em caso de invasão terrestre das cidades britânicas (daí a sua cor forte e avermelhada).

Felizmente esses cartazes não tiveram que ser utilizados e ficaram esquecidos até a década de 1980, quando algumas cópias foram encontradas em uma pequena livraria no interior da Inglaterra.

2 – St Paul’s Cathedral resistiu aos bombardeios

St Paul's Cathedral na Segunda Guerra Mundial
St Paul’s Cathedral resiste aos bombardeios nazistas. Foto: IWM

A palavra Blitz vem do alemão e significa relâmpago. Para os britânicos, a palavra remete imediatamente à Batalha da Inglaterra, entre setembro de 1940 e maio de 1941, quando os Londres e o Reino Unido foram bombardeados incessantemente pelos aviões da Luftwaffe.

Como você deve imaginar, o nome está relacionado à Blitzkrieg, a estratégia de ataques-relâmpagos elaborada pelo general alemão Heinz Guderian na Segunda Guerra Mundial, responsável por parte do sucesso militar alemão em suas ofensivas na Polônia e nas primeiras campanhas no front oriental.

A imagem que você vê acima é St Paul’s Cathedral (Catedral de São Paulo), um ícone londrino, envolta em fumaça e poeira logo após um bombardeio à cidade de Londres.

A St Paul’s Cathedral foi alvejada em diferentes momentos, mas os ingleses fizeram de tudo para protegê-la. Eles não queriam que a catedral histórica ruísse, o que constituiria uma grande vitória para os inimigos e um baque para a população.

No fim, a St Paul’s sobreviveu e virou um símbolo da resistência britânica na Segunda Guera.

Várias cidades do Reino Unido foram alvos dos aviões alemães, mas Londres foi onde os ataques começaram e também o principal destino das bombas nazistas.

O principal objetivo dos ataques era enfraquecer o moral britânico. Mas a resistência foi ferrenha, e o ânimo não se esmoreceu.  

Com o recrudescimento dos embates no front oriental, onde a operação Barbarossa estava em pleno movimento, os alemães se viram obrigados a parar com os bombardeios em grande escala de Londres.

3 – Ataque a Londres mudou o rumo da Segunda Guerra Mundial

Batalha da Grã-Bretanha
Observador perscruta os céus de Londres à procura dos caças nazistas. Foto: National Archive

A imagem acima mostra um observador voluntário em um telhado espiando os céus de Londres em meio aos bombardeios à cidade, em 1940. 

Até o dia 24 de agosto de 1940, eram amplamente conhecidas as declarações de Hitler de que Londres não seria bombardeada sem que antes houvesse alguma provocação inimiga. No entanto, nesse fatídico dia, que alguns apontam como o dia em que Hitler perdeu a guerra (do ponto de vista estratégico, que considera também o envolvimento dos americanos depois), caças alemães alvejaram a capital britânica e fizeram o primeiro bombardeio à cidade.

Uma versão curiosa desse evento, indica que o primeiro bombardeio de Londres foi acidental, com os pilotos alemães tendo atacado o alvo errado durante a noite. Algumas declarações de Hitler reforçam essa tese. O fato é que esse bombardeio foi uma das fagulhas que promoveram uma reviravolta na guerra.

Em retaliação ao bombardeio “acidental” de Londres, Churchill ordenou um ataque aéreo à capital Berlim, o que surpreendeu Hitler e deixou a população alemã atônita.

Após a retaliação, Hitler alterou sua estratégia para a guerra com o Reino Unido e passou a bombardear alvos civis em larga escala, deixando em segundo plano os ataques à infraestrutura militar e de radares britânicos. A expectativa de Hitler era de que Churchill anunciasse a rendição de forma rápida ao ver a população sendo atacada.

A nova estratégia deu completamente errado, com o povo britânico não só resistindo mas também recompondo as capacidades militares e voltando a apresentar resistência maior aos alemães. Mesmo assim, ao fim dos ataques nazistas, 30 mil civis ingleses haviam sido mortos.

4 – Winston Churchill foi uma das vozes de resistência

Big Ben e a estátua de Winston Churchill
Parlamento e a estátua de Winston Churchill em Londres. Foto: iStock, Getty Images

Winston Leonard Spencer-Churchill, nascido em 1884 e falecido em 1965, foi um dos personagens mais importantes da história. Este político e estadista inglês foi o primeiro-ministro do Reino Unido pelo partido conservador durante a Segunda Guerra Mundial.

Nessa posição, Churchill foi fundamental para a resistência britânica e para todo o esforço de guerra que levou os aliados a derrotar o exército hitlerista.

Churchill nasceu em Londres, e como um típico filho da cidade, não poupou esforços em defendê-la frente às incursões aéreas da Luftwaffe (força aérea alemã).

Não se sabe como teria se desdobrado o esforço de guerra caso o primeiro ministro britânico não tivesse o pulso e a capacidade de Churchill.

Seus discursos, que avisavam dos perigos dos nazistas muito antes da Segunda Guerra, são lembrados até hoje.

Um fato interessante é que apesar de político e estadista, Churchill recebeu o prêmio nobel de literatura, sendo o único primeiro-ministro britânico e um dos únicos estadistas do mundo a receber tal láurea. O Nobel foi dado em homenagem aos 5 volumes de suas  memórias de guerra.

Além do Nobel de Literatura, Winston Churchill se tornou cidadão honorário dos EUA, em homenagem feita pelo presidente John Kennedy em 1963, apenas dois anos antes do seu falecimento.

5 – Míssil nazista levou o homem à lua depois da guerra

v2 - Rocket - Museu de Ciências
O gigante V2 era a arma de Hitler para destruir Londres. Foto: Mapa de Londres

Este foguete da imagem acima, o V2 rocket, foi uma das tantas invenções da indústria bélica nazista. Na verdade, foi um projeto no qual o próprio Hitler depositou grandes expectativas, principalmente para usar contra a capital britânica, Londres. A história da guerra nós já conhecemos. Hitler jamais conseguiu tomar Londres e, ao fim, os aliados dominaram Berlim.

E o V2 Rocket? Bom, a história do foguete nazista não acabou com o fim da guerra. Essa perigosa arma de tecnologia alemã foi usado como base para que Wernher von Braun e sua equipe desenvolvessem o Saturn V, foguete que alçou o homem à lua em 1969. Von Braun foi engenheiro chefe do desenvolvimento do V2, e após o fim da guerra, foi cooptado pelos aliados e acabou trabalhando para o programa espacial americano.

6 – Estações de metrô viraram abrigo

Metrô na Segunda Guerra Mundial
Estação de metrô na Segunda Guerra. Foto: National Archive

Para fugir das bombas nazistas, a população se refugiava nas dezenas de estações de metrô de Londres. Durante muitos dias, as pessoas eram obrigadas a ficar confinadas no Underground e, para passar o tempo, promoviam concertos e davam aulas para as crianças.

7 – Cartazes orientavam a população

Segunda Guerra Mundial
Eu tenho nove vidas. Você, não. Foto: The Royal Society for the Prevention of Accidents

Uma das principais preocupações do governo britânico era que a população mantivesse a cabeça no lugar e tentasse viver normalmente, como se Londres não estivesse sob ataque. Em caso de pânico coletivo, a situação poderia ter sido ainda pior.

Por isso, além dos cartazes para manter o moral e o ânimo elevados, os esforços de guerra incluíam a produção de placas e avisos para orientar a população e alertar para os perigos durante a Blitz.

8 – Alvos civis foram atacados em Londres

Segunda Guerra Mundial
Transporte público de Londres foi alvejado em diferentes momentos. Foto: Ministério da Defesa

Os rumos da guerra mudaram quando Hitler decidiu atacar alvos civis em Londres e recebeu a resposta imediata de Churchill e seus homens da Royal Air Force.

Por muito tempo, imagens como essa acima pareciam indicar uma vitória iminente dos nazistas.

A resistência britânica na Segunda Guerra

Se você também se empolga com a história da Segunda Guerra Mundial e do envolvimento de Londres e da Inglaterra no confronto contra a Alemanha nazista, a dica é visitar algum ou alguns dos museus que tratam do assunto na viagem à capital britânica.

No Museu Imperial da Guerra, você pode entender exatamente como era a vida dos londrinos durante a blitz nazista e visitar um memorial apavorante sobre o holocausto.

No Churchill War Rooms, você entra no bunker de Churchill, vê como funcionava o gabinete de guerra e encontra um museu sobre o primeiro-ministro.

No Museu da Força Aérea Real, você acompanha a história da Segunda Guerra sob o prisma dos combatentes da Batalha da Grã-Bretanha.

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