A Guerra das Duas Rosas (ou Guerra das Rosas, War of the Roses) foi uma disputa de dinastias pelo trono da Inglaterra. Os conflitos ocorreram principalmente ao longo de 30 anos, entre 1455 e 1485. Dois dos motivos para essa briga pelo poder são as dificuldades financeiras do país após a Guerra dos Cem Anos e a fraqueza do Rei Henrique VI, muito questionado por sua atuação nas derrotas para os franceses.
O nome, Guerra das Duas Rosas, se deve aos símbolos das casas que disputavam o trono, a House of York (rosa branca) e a House of Lancaster (rosa vermelha), ambas originárias da dinastia Plantageneta. O final dessa história é o capítulo inicial de um dos dramas mais conhecidos e retratados da monarquia britânica, a dinastia Tudor.
Depois de três décadas de conflito, um nobre com uma ligação distante ao trono, Henrique Tudor ( Henrique VII), derrotou o último rei de York, Ricardo III, em 1485, na Batalha de Bosworth Field, com um exército bem menor do que o adversário. Assim assumiu a Coroa e, para unir as duas forças opositoras, casou-se com Elizabeth (Isabel) de York, filha de Eduardo IV.
Causas da Guerra das Duas Rosas
As principais causas dessa série de conflitos eram as seguintes:
- As derrotas nas batalhas finais da Guerra dos Cem anos, aquela guerra histórica com a França que durou na verdade 116 anos
- Dificuldade financeira do reino
- Instabilidade do Rei Henrique VI, que assumiu o trono com meses de idade e teve que deixar a regência sob os cuidados de seus tios, João, duque de Bedford, e Humphrey, duque de Gloucester
- Falta de pulso e segurança do Rei Henrique VI, que se deixava influenciar em decisões estratégicas por assessores, regentes e mais tarde por sua esposa, Margarida de Anjou.
Dois príncipes na Torre de Londres
Um dos mistérios da Torre de Londres se situa justamente nesse período da Guerra das Duas Rosas: o desaparecimento dos príncipes.
O resumo da história é o seguinte. Eduardo V e seu irmão Ricardo eram filhos do Rei Eduardo IV, o primeiro monarca inglês da casa de York. Quando seu pai morreu, Eduardo deveria ascender ao trono. Mas não foi isso que aconteceu.
Um dia, o homem que tinha sido incumbido de sua proteção, Richard, o Duque de Gloucester, levou os garotos de 12 e 9 anos para a Torre de Londres. A medida supostamente visava a uma preparação para a coroação do futuro Rei. Só que os príncipes foram trancados em uma das torres, nunca mais foram vistos, e Richard (Ricardo III) assumiu o trono para si.
Desfecho da Guerra das duas Rosas
Após o desaparecimento dos príncipes, Ricardo III virou rei, mas não se livrou das desconfianças em toda a corte. Por isso, muitos nobres se aliaram à causa de Henrique Tudor. Em agosto de 1485, na Batalha de Bosworth Field, marcada por muitas traições de aliados ao então rei, Henrique derrotou as forças do exército Yorkista de Richard e assumiu o poder na Inglaterra.
Esse Henrique Tudor, que fica para a história como Henrique VII, era o pai de uma figura muito conhecida da história da Inglaterra e do Reino Unido, Henrique VIII. O nome não lhe traz lembranças? Bom, Henrique VIII era aquele rei obcecado por um herdeiro homem, que casou seis vezes, mandou matar duas de suas esposas e rompeu com a Igreja Católica.
Depois de conhecer um pouquinho a confusão que foi a Guerra das Duas Rosas, fica mais claro o motivo para a obsessão de Henrique VIII em ter um herdeiro homem e assim garantir uma transição pacífica no poder. Se você quer entender melhor o próximo capítulo desse drama da monarquia britânica, leia: Henrique VIII e a loucura por um filho homem.
E para quem quer conhecer castelos e palácios e vivenciar a história de perto, uma dica é ler nosso roteiro em Londres.