Fascinante. Essa talvez seja a melhor palavra para definir a história da Inglaterra, repleta de acontecimentos tão gloriosos, inusitados, catastróficos, sangrentos e brilhantes, que compõem alguns dos mais incríveis capítulos da história da humanidade. Hoje, ninguém pode negar que o Reino Unido é uma enorme potência. Mas você sabe o que está por trás disso? ??
Bem, a história da Inglaterra atravessa os milênios. Afinal, estamos falando de um lugar habitado pelas primeiras civilizações do mundo. Celtas, romanos, vikings, normandos, anglo-saxões…todos esses povos já ocuparam o território que hoje chamamos de Reino Unido. Depois vieram os Reis e Rainhas da Idade Média, formou-se o Parlamento e, bem, até hoje a figura da monarquia continua viva e personificada na Rainha Elizabeth II.
É difícil reunir tanta história em um só artigo. Mas é isso que nós vamos tentar fazer no “resumão” de hoje. Vem conosco? ? ?
História da Inglaterra: as primeiras raízes
Você provavelmente já sabe que as Ilhas Britânicas abrigaram antigas civilizações. Vários povos passaram por esse território, influenciando sua cultura e seus hábitos através dos anos. Para entender melhor o que a Inglaterra é hoje, cabe compreender quem foram esses colonizadores. Abaixo, falamos mais um pouquinho sobre eles.
Povos da Inglaterra
Alguns indícios arqueológicos apontam que, mesmo antes do povoamento do restante da Grã-Bretanha, o sul da Inglaterra já era habitado (principalmente devido ao clima ameno favorável). Esses antigos habitantes, porém, não deixaram nenhuma prova documentada de sua existência. Só sabemos dela através de alguns monumentos, como o complexo de Stonehenge, que data da Idade do Bronze (até 2.300 anos a.C).
Celtas
A história da Inglaterra geralmente começa a ser contada a partir da habitação dos povos celtas, que povoaram o território inglês desde o século 5 a.C. Vivendo em tribos, organizadas por chefes, esses primeiros moradores passaram a ocupar praticamente todo o território das Ilhas Britânicas. Até os romanos entrarem em cena, é claro.
Romanos
Um dos primeiros capítulos entre os mais relevantes na história da Inglaterra foi a Invasão Romana, que deixou como legado alguns monumentos que até hoje podemos observar no país. Em 55 e 54 a.C, o imperador Júlio César já havia invadido Britânia (como se chamava o território na época), mas não obteve sucesso em conquistá-lo em sua totalidade.
Alguns anos depois, em 43 a.C, o imperador Adriano fez uma nova tentativa de invasão, que acabou bem sucedida. Com sua força militar impressionante, os romanos derrotaram os britânicos e dominaram a ilha, criando a Província Romana da Britânia. Durante o período em que estiveram no comando da Grã-Bretanha, até 410 d.C, eles começaram a moldar a Inglaterra que conhecemos hoje.
Foram os romanos que construíram diversas cidades pelo território inglês, inclusive Londres – que antes se chamava Londínio. O legado romano também aparece em fortalezas de uma engenharia impressionante, como a Muralha de Adriano, que permanece até hoje na região da Cornualha (norte do país, na fronteira com a Escócia). Seu objetivo era proteger a terra dos romanos de quaisquer possíveis invasores.
Os povos romanos também foram responsáveis por algumas das primeiras transformações culturais na Inglaterra, principalmente no que diz respeito à religião. Eles extinguiram a antiga doutrina das ilhas britânicas, o druidismo, e introduziram o cristianismo no território inglês.
Em Londres, uma parte dessa história pode ser conferida de perto, na London Wall, um muro que delimitava o espaço de Londinium, como a cidade era chamada na época. Hoje, dentro das dimensões daquela cidade antiga, encontra-se a City of London, berço histórico e distrito financeiro da capital britânica.
Anglo-saxões, vikings e normandos
Em meados do ano de 410 d,C, à beira do colapso do Império Romano, a Grã-Bretanha começou a se invadida pelos chamados anglo-saxões (como eram conhecidos os povos germânicos na época). Eles foram responsáveis por expulsar os celtas e romanos que ainda habitavam a região.
Posteriormente, no século 10, Britânia passou a ser atacada pelos vikings (em sua maioria, dinamarqueses), que decidiram tomar para si os reinos ingleses. Os anglo-saxões resistiram, mas a Inglaterra ainda viria a passar por uma outra invasão: a normanda (nome dado aos povos do norte da França).
Essa invasão, porém, já se confunde com o próximo capítulo dessa intensa história: as bases da monarquia. Então, vamos adiante. ?
A monarquia na história da Inglaterra
Os primeiros reis da Inglaterra (ainda que ela não estivesse unificada oficialmente) surgiram na época do domínio dos anglo-saxões. Alfred, o Grande (871 a 899), por exemplo, foi um dos reis saxões que impediram a invasão viking, protegendo seu reinado de Wessex. Sua dinastia foi a primeira na história do Reino da Inglaterra.
Mas os primórdios do que viria a ser a monarquia inglesa durante a Idade Média se formaram quando Guilherme, o Conquistador (um normando), venceu a Batalha de Hastings e tomou para si a coroa inglesa do Rei Haroldo. Foi ele quem deu início à unificação da Inglaterra – e foi o primeiro monarca a ser coroado na Abadia de Westminster.
Foi Guilherme, também, quem construiu alguns dos monumentos emblemáticos da Inglaterra (ele tinha mania de erguer fortalezas para demonstrar grandiosidade e subjugar o povo através do medo). O mais importante deles? A Torre de Londres.
Reis e rainhas da Inglaterra
A lista de monarcas que ocuparam o trono inglês é extensa. Quando Guilherme, o Conquistador conseguiu a Coroa, deu início à dinastia Normanda, que governou o país até o ano de 1135. Foram muitas as dinastias que se sucederam nos séculos seguintes (muitas saíram depois foram reinstauradas no poder). Cabe citar a Dinastia de Blois, a Dinastia de Plantageneta, a Dinastia de Lencastre e a Dinastia de Iorque.
Na Idade Média, uma das dinastias mais conhecida até hoje é a dos Tudors (1585 – 1603). Principalmente porque seu reinado marcou um período de intensas transformações no Reino Unido. O Rei Henrique VIII, por exemplo, foi o fundador da Igreja Anglicana. Ele desfez os laços do catolicismo com Roma e criou uma religião própria – principalmente para poder se separar de sua mulher, Catarina de Aragão, e desposar Ana Bolena.
As filhas do Rei Henrique, Maria e Elizabeth, também foram figuras centrais do trono inglês. A primeira, pela sangrenta execução dos protestantes (sim, ela queria acabar com a religião instaurada pelo pai e implementar novamente o catolicismo), recebeu o apelido de Bloody Mary. A segunda, é recordada pelo longo reinado de 45 anos, marcado pela expansão cultural e territorial da Inglaterra – foi nesse período que entraram em cena gênios como Shakespeare e Christopher Marlowe.
É claro que esses não foram todos os reis e rainhas da Inglaterra. Afinal, como você já sabe, até hoje temos uma Rainha. Mas, para não nos alongarmos demais nesse capítulo, vamos falar sobre a importância de alguns outros monarcas enquanto estivermos abordando acontecimentos relevantes dentro de seus respectivos reinados, ok?
Seguimos, então. ?
Império britânico: o ápice na história da Inglaterra
A Inglaterra sempre foi uma potência ambiciosa. No reinado do Rei Henrique VIII, a indústria naval começou a ser desenvolvida e, quando Elizabeth I esteve no trono, foram estabelecidas as primeiras colônias britânicas. Foi na Era dos Descobrimentos (entre os séculos 15 e 17), porém, que os ingleses começaram a dominar o mundo.
Neste período, grandes nações como França, Holanda, Portugal e Espanha disputavam entre si os principais territórios da Ásia, da África e das Américas. O Império Britânico se consolidou como a nação mais poderosa do mundo, principalmente após a derrota das tropas de Napoleão na Batalha de Trafalgar (1805), na costa espanhola.
Para se ter uma ideia, no auge do Império, as colônias britânicas ocupavam praticamente um quarto da área total da Terra. Eram cerca de 458 milhões de pessoas, o que também era equivalente a um quarto da população mundial à época, sendo governadas pelos ingleses. Isso ocorreu durante o reinado da Rainha Vitória (1837 – 1901), período que ficou conhecido como Era Vitoriana.
Explosão cultural e industrial na Inglaterra
Graças ao enriquecimento territorial da Inglaterra como nação, o país viveu um período muito próspero também em outros setores durante a Era Vitoriana. Ele se tornou um dos mais industrializados e inovadores do globo e se consolidou como um centro mundial de referência em conhecimento e pesquisa – não é à toa que até hoje abriga algumas das melhores universidades do mundo, como Oxford e Cambridge.
O Império Britânico também foi responsável por impulsionar a Revolução Industrial precoce da Inglaterra (entre os séculos 18 e 19), que a tornou pioneira na construção de estradas, ferrovias e maquinário de produção para impulsionar a economia. Não é de hoje que o país é um centro econômico de referência para o mundo.
A geopolítica atual, no entanto, já evidencia que o Império Britânico não durou para sempre. Seu declínio teve muito a ver com algumas das guerras nas quais a Inglaterra esteve presente, especialmente os dois grandes conflitos mundiais. Você pode entender um pouco melhor essa história abaixo, onde falamos um pouquinho sobre algumas das principais batalhas que os ingleses protagonizaram.
Conflitos políticos e geográficas na história da Inglaterra
Entre tantos acontecimentos que citamos, houve diversos conflitos determinantes para a formação da Inglaterra que conhecemos hoje. A Idade Média inglesa, especialmente, foi caracterizada por guerras civis, guerras internacionais e inúmeras intrigas políticas. Até mesmo a monarquia e o parlamento se enfrentaram – e o resultado foi o regime de governo atual que prevalece hoje no Reino Unido: a monarquia parlamentarista.
Para você não se perder entre tantas guerras históricas, vamos contextualizar um pouquinho de algumas das mais importantes individualmente, mantendo a ordem cronológica:
Guerra dos 100 Anos
A Guerra dos 100 Anos caracteriza uma série de batalhas sangrentas entre a França e Inglaterra, que começou em 1337 e só foi terminar em 1453 (apesar do nome, ela durou 116 anos). O motivo inicial foi uma disputa de poder entre Inglaterra e França pelo trono francês, já que desde a invasão normanda a mistura de posse entre territórios ingleses e franceses ficou bastante confusa.
Ao fim da guerra, os ingleses não conquistaram o trono francês. Isso foi importante para consolidar França e Inglaterra como duas nações distintas.
Guerra das Duas Rosas
A Guerra das Duas Rosas foi um conflito que perdurou por 30 anos, entre 1455 e 1485. O motivo por trás dele era uma disputa entre duas dinastias pelo trono da Inglaterra: a House of York (cujo símbolo era uma rosa branca) e a House of Lancaster (simbolizada por uma rosa vermelha), ambas originárias da dinastia Plantageneta.
A guerra só terminou quando Henrique Tudor venceu a Batalha de BosworthField, uniu as duas forças opositoras e assumiu o trono inglês, dando início à Era Tudor.
Guerra Civil da Inglaterra
A Guerra Civil Inglesa perdurou entre os anos de 1641 e 1649 e foi, basicamente, um conflito travado entre o exército da monarquia e o do parlamento. Aqui, cabe um adendo: a monarquia absolutista já havia sofrido uma freada com a assinatura da Carta Magna, em 1215, com o objetivo de limitar os poderes totais dos monarcas (vamos admitir: alguns reis da Inglaterra eram mesmo muito sem noção).
O documento estipulava que o Rei não poderia tomar decisões como as de criar impostos, sem que estas passassem antes por um Grande Conselho (que veio a se tornar o Parlamento). O que ocorreu foi que o Rei James I, da Dinastia Stuart, queria restaurar a monarquia absolutista – basicamente, pegar todos os poderes de volta para si. Foi assim que iniciou o conflito.
Para resumir um pouco, o exército do Parlamento saiu vitorioso. Um pouco mais adiante, com a Revolução Gloriosa, foi instituída a Bill of Rights (1689), uma carta de direitos que subjugava definitivamente os poderes da monarquia ao Parlamento.
Guerras mundiais
Como você deve saber por conta das aulas de história no Ensino Médio, a Inglaterra teve um papel de destaque nas duas grandes guerras mundiais. Na I Guerra (1914-1918), os ingleses se juntaram aos países aliados e participaram das sangrentas batalhas nas trincheiras. Apesar de saírem vitoriosos, os britânicos sofreram perdas significativas: mais de um milhão de soldados foram mortos durante o conflito.
Já na Segunda Guerra (1939-1945), os ingleses tiveram um papel fundamental na derrota nazista. Foi nesse período que surgiram figuras ovacionadas até hoje, como Winston hurchill, o Rei George VI (pai da Rainha Elizabeth II) e o gênio Alan Turing, que auxiliaram no triunfo dos Aliados.
História da Inglaterra: legado para o mundo
O Império Britânico quase chegou a tomar conta do mundo. Mas mesmo que isso não tenha ocorrido, é inquestionável o legado da Inglaterra para a humanidade – até os dias de hoje. Vale lembrar que o idioma mais falado do globo é o inglês, uma herança dos britânicos. A nação inglesa também é uma das mais relevantes política e economicamente, tanto que a libra está entre as moedas mais fortes do sistema capitalista.
Mas o legado da Inglaterra para o mundo vai muito além. Passa pela Invasão Britânica, que revolucionou o rock mundial com bandas como The Beatles e The Who. Também passa pelos grandes gênios da arte, da ciência, da astronomia, da navegação e da literatura, como Stephen Hawking, Newton, George Orwell, James Cook e Agatha Christie.
É por isso que a história da Inglaterra é tão fascinante. ❤️
E você, gostou de aprender um pouquinho mais sobre ela? Deixe um comentário. ?