Andar de metrô em Londres exige alguma técnica. Nada sobrehumano, tudo muito lógico. Saiba o que fazer antes de sair perambulando pelo metrô mais antigo do mundo.
A melhor parte do metrô não é a voz com sotaque do south west britânico dizendo Mind The Gap, mas sua a eficiência. Tudo ali anda rápido, inclusive os londrinos na correria do dia a dia britânico – pontual e apressado, com um Kindle na mão, um fone grandão nos ouvidos e uma mochila nas costas. Por isso, o novato deve atentar para certas regras de convivência com aqueles que não estão no metrô para turismo e ficam enfurecidos com gente parada no meio do caminho ou tomando dois assentos do vagão com mochila, câmera e mapa da cidade.
Como andar no metrô em Londres
– Não leve mais bagagem do que você pode carregar. O staff do tube pode ser solícito, mas não foi treinado para atender a demanda de malas gigantes nas mãos de turistas inaptos a carregá-las.
– Se você carrega uma mochila, tire-a das costas antes de embarcar no trem. Pode deixá-la a seus pés, de modo que não atrapalhe o espaço dos outros passageiros.
– Nas escadas-rolantes, muito cuidado: nunca fique parado do lado esquerdo. O lado esquerdo das escadas rolantes se destina aos apressados, que sobem caminhando. Quer curtir a viagem de escalator paradinho? Então trate de se manter à direita. E, por favor, não banque o engraçadinho dando uma rasteira no londoner esbaforido que subir correndo.
– Permita que os passageiros desembarquem antes de você embarcar nos trens. Isso não é uma regra no metrô em Londres, mas uma tática de eficiência simples e lógica – muitas vezes, desrespeitada no Brasil.
– Não ultrapasse a linha amarela nas estações. Acontecem acidentes assim todo ano, e os londrinos temem também aqueles casos que não são acidente. O suicídio no metrô é comum.
– Não encare os passageiros do trem. OK, eles são diferentes, mas isso não dá o direito de você assustá-los com o olhar e uma câmera apontada. Tente se distrair lendo os anúncios engraçadinhos e observar a movimentação geral.
– Nas estações, cuidado com os pickpockets. São aqueles indivíduos ágeis que metem a mão no seu bolso e tiram a carteira sem que você perceba.
– Não é feio perguntar à equipe de funcionários do Tube sua localização ou uma coordenada para chegar a determinado lugar. Mas é muito, muito feito interromper a passagem de outros passageiros ao parar no meio de uma estação com o mapa do metrô de Londres aberto.
– Por fim, obedeça aos avisos de Mind The Gap e cuide com o buraco que existe entre a plataforma e o trem. Em algumas estações, como Bank, o gap é gigante, e o perigo, maior.
Duas coisas que todo mundo sabe: os tradicionais táxis pretos (black cabs) de Londres são símbolo da cidade e custam muito caro. O que nem todo mundo fica sabendo é que esse tipo de táxi oferece um serviço muito útil ao visitante: tours pela capital britânica, guiados por motoristas experientes que passaram quatro anos estudando para ganhar a licença de black cab driver.
Os motoristas dos táxis costumam ser senhores de idade, que possuem experiência de vida enorme e uma habilidade incrível para contar histórias. Eles são submetidos a testes rigorosíssimos antes de principiar a dirigir e perambulam por aí em uma das mais folclóricas marcas da capital britânica. Por isso, costumam cobrar valores superiores aos despendidos pelos turistas no ônibus e no metrô. Uma milha, de 6 a 13 minutos, custa entre 5 e 8 libras, por exemplo.
Um jeito bem peculiar de conhecer a cidade é pegando um tour de táxi. Eles podem custar entre 100 e 400 libras, de uma a sete horas de viagem. Como dá para dividir o valor entre cinco passageiros, a corrida acaba não custando tanto assim.
Uma semana antes de ver seu neto casar, a Rainha Elizabeth comemorou nesta quinta-feira seu aniversário de 85 anos. A idade não impediu a soberana de distribuir sorrisos e utilizar seus indefectíveis chapéus ao longo das fileiras formadas por súditos, turistas e Guardas Reais.
No dia 29 de abril, a Rainha Elizabeth II acompanhará na Abadia de Westminster o casamento de William, provavelmente futuro Rei da Inglaterra. Ele se unirá à plebeia Catherine Middleton, que pode ocupar o lugar de Elizabeth caso o marido assuma o trono após o falecimento de Charles, o primeiro na linha de sucessão.
Você poderá acompanhar ao vivo pela internet todos os detalhes do casamento mais aguardado do ano. A procissão Real do Palácio de Buckingham até a Abadia de Westminster e a cerimônia serão transmitidos pelo YouTube. A partir das 6h da manhã (horário do Brasil) do dia 29 de abril, uma sexta-feira, o St. James Palace vai disponibilizar fotos pelo Flickr, informações por um blog, comentários pelo Twitter e imagens pelo YouTube.
Mas o matrimônio do possível futuro Rei da Inglaterra, o Príncipe William, e Kate Middleton, também será veiculado pelos veículos tradicionais da mídia. A audiência total do casamento é estimada em 2 bilhões de pessoas. Sabe qual é o único evento assistido por mais gente? A Copa do Mundo.
Todos os links para você acompanhar o casamento do Príncipe William
Um porta-voz do Palácio de St. James explicou a relação dos noivos com a internet:
— Nós queríamos que as pessoas pudessem interagir com o casamento enquanto assistissem — explicou ao Telegraph. — O Príncipe William e Catherine Middleton são como qualquer um da idade deles em respeito às mídias sociais. Eles são usuários do Facebook e do YouTube. E a intenção deles sempre foi que o casamento deveria ser acessível a todos.
Esta é mais uma entrevista da série Minha Londres, que dá dicas de viajantes e moradores sobre a capital britânica.
João Guilherme Brotto e Natasha Schiebel são um casal de jornalistas de vinte e poucos anos que viajou para Londres em 2010 e criou um blog para contar suas histórias e ajudar os leitores a se encontrar na capital britânica. Durante seis meses, entre as aulas de inglês, as degustações de cervejas, as caminhadas pelos parques e todos os roteiros turísticos, os dois tiraram dúvidas dos internautas, publicaram fotos e criaram um conteúdo didático em seu Pra Ver em Londres.
João e Natasha (Praveremlondres.com)
A validade do visto de estudante atrapalhou a estada do casal na cidade. Mas a viagem não parou por aí. Logo, João e Natasha rumaram para Buenos Aires, onde vivem hoje e mantêm o blog Pra Ver em Buenos Aires. Tudo isso, claro, faz parte de um projeto maior, chamado Pra Ver no Mundo. A ideia é tão legal e sedutora, que vale a pena conferir a entrevista que a Natasha gentilmente concedeu ao Mapa de Londres. Depois de responder tudo diligentemente, ela escreveu: “Desculpa se me empolguei demais, mas comigo é assim: falou de Londres, eu me empolgo”. A gente entende.
Nossa relação com Londres é linda, hehehe. Somos completamente apaixonados pela cidade que, na nossa opinião, é a mais cosmopolita do mundo. A viagem do ano passado, que originou o blog, foi a primeira do João. Eu, Natasha, já havia estado lá duas outras vezes (em 2005, passei dois meses estudando inglês e, em 2007, voltei a passeio).
Quais foram as primeiras impressões da cidade?
A primeira impressão de Londres foi extremamente positiva, para nós dois. A cidade é muito bem organizada. Ao contrário do que muitos dizem, os ingleses são super simpáticos e, é claro, gentis e pontuais. Os pontos turísticos são belíssimos. O inglês falado por eles é maravilhoso. O sistema de transporte é incrível… Enfim, a cidade é (quase) perfeita. Agrada a gregos e troianos e é extremamente acolhedora.
O sonho da vida é voltar pra morar maaaaais tempo. Seis meses é muito pouco para Londres. O problema, porém, é que não queremos voltar com visto de estudante. Ou seja, só nos resta esperar o João conseguir a cidadania italiana e me pedir em casamento. =D
Quando falam para os amigos sobre Londres, quais são as recomendações?
Temos muitas recomendações:
– Compre tickets de metrô por semana, não por dia (sai bem mais barato!) – Caminhe pelos parques – Experimentar as diversas cervejas super típicas dos pubs – Comer quantos fish and chips tiver direito (é típico e não é caro!), – Ande, ande, ande – E não esqueça da gente. =)
Qual é o seu roteiro favorito em Londres?
Londres é nosso roteiro favorito, hehehe. O que queremos dizer é que a cidade precisa ser bem explorada, não dá pra ficar apenas no que os guias dizem. Em todos os cantos, existem belos parques, belas praças, bairros aconchegantes… Prova disso é que no nosso bairro, o nada badalado Clapton, um parque MARAVILHOSO encantava nossos dias: o Springfield. Leia sobre o parque no Pra Ver em Londres.
Mas é claro que, se formos pincelar os principais pontos, destacamos a região do Big Ben (mais London Eye, Westminster Abbey), Notting Hill (que também foi alvo de post) e nossa adorada Camden Town.
Fizemos um passeio no nosso primeiro sábado em Londres que a gente super recomenda pra quem tem pouco tempo na cidade (aqui, ó)
Cinco atrações imperdíveis
1. Comer fish and chips – como disse, é um prato típico e é bem mais barato do que almoçar ou jantar em qualquer restaurante mais chique.
2. Ver o Big Ben de manhã, de tarde, de noite, de madrugada – ele é com certeza O CARA de Londres. O João fez um post bem bacana sobre ele no blog, que mostra o que a gente sente na presença dele.
3. Dar uma volta na London Eye – ver Londres da London Eye é simplesmente incrível. Fiz o passeio duas vezes e nas duas vezes tive sensações indescritíveis. A cidade chega a parecer pequena lá de cima. Dá pra ver vários pontos turísticos imponentes estando lá. Vale o investimento.
4. Passear pelos mercados de rua (Notting Hill, Borough, Camden Town) – os mercados são atrações e tanto em Londres. Reunem sabores diferentes, povos diferentes, línguas diferentes e são encantadores.
5. Visitar o Museu de Londres – Se me pedirem UM museu pra recomendar a visita em Londres, com certeza seria o Museum of London. Ele faz você entender toda a história da capital da Inglaterra e valorizar ainda mais a cidade.
João e Natasha no Museum of London (Praveremlondres.com)
Por que jornalistas gostam tanto de Londres?
Acho que porque tudo acontece em Londres, o tempo todo. No nosso twitter do blog (@praveremlondres; segue lá!) a gente twitta e retwitta diversos acontecimentos todos os dias. E isso encanta qualquer jornalista. A sensação que dá é que nenhuma cidade no mundo é como Londres. Mas, sei lá, a gente é suspeito pra falar! 😉
E, finalmente, como surgiu a ideia do blog?
Logo que começamos a planejar nossa viagem para Londres, em outubro de 2009, decidimos que criaríamos um blog contando nossa experiência e tentando facilitar a vida de quem tem sonhos parecidos com os nossos (viajar, descobrir novas culturas, aprender novas línguas… VIVER intensamente!).
Aos poucos, fomos “desenhando” o projeto e estabelecendo critérios para os posts.
Infelizmente, nosso visto de estudante em Londres se encerrou em outubro de 2010, e a gente teve que voltar ao Brasil – com um aperto enorme no coração por deixar Londres. Porém, a alma viajante continuava pulsante e a gente precisava de uma solução.
Pensamos em Buenos Aires pelo custo de vida ser (teoricamente) mais baixo, por estarmos mais perto de casa e por ser uma nova língua a aprender.
Estamos gostando muito e, aqui, mantendo um novo blog: o Pra Ver em Buenos Aires, que pode ser acessado pelo pai dos nossos blogs: o Pra Ver no Mundo.
Ou seja, a ideia é fazer a família crescer ainda mais. Ano que vem não sabemos onde estaremos, mas, onde estivermos, com certeza faremos um blog para contar nossas experiências e ajudar viajantes do mundo todo! 😉
A princesa portuguesa Catarina de Bragança foi a responsável pela introdução do Chá na Inglaterra. As histórias dos portugueses e do chá se cruzaram em 1560, quando os lusitanos chegaram ao Japão e se depararam com a cultura de utilizar os chás como bebidas sociais, o que ocorria por lá desde os primórdios da Dinastia Tang.
Catarina, princesa de Portugal, levou a ideia para o Reino Unido quando se casou com o rei Carlos II da Inglaterra. Lá começou a receber membros da realeza para as Tea Parties – as Festas do Chá. Até hoje o chá das cinco é oferecido nas casas inglesas.
O novo brinquedinho do sistema de transporte de Londres vai custar caro para os britânicos: 50 milhões de libras (aproximadamente 130 milhões de reais). O teleférico que cruzará o Rio Tâmisa ligando a O2 Arena, em Greenwich, ao Excel Exhibition Center, em Royal Docks, terá uma vista “espetacular”, afirmou o prefeito Boris Johnson nesta segunda-feira.
– Sobrevoar suavemente ao longo do Rio Tâmisa vai prover uma visão sublime da nossa maravilhosa cidade – disse Johnson em nota do Transport For London (TFL) divulgada hoje.
De acordo com a TFL, 89% dos londrinos consultados aprovaram o projeto do teleférico de Londres, que pretende fortalecer ainda mais o East side da cidade.
A TFL anunciou também que a construção deve começar ainda neste verão e ser finalizada até as Olimpíadas de Londres, em julho de 2012.
Fotos de simulação do teleférico de Londres
Números do teleférico
Trajeto: 1,1km
Duração: 5 minutos
Passageiros: 2,5 mil pessoas transportadas por hora em 34 gôndolas
A Abbey Road é conhecida como a rua dos Beatles em Londres, uma espécie de meca dos fãs do quarteto britânico. É o único lugar do mundo onde o congestionamento é na faixa de pedestres, e não de carros na via.
Neste post, você vai entender como visitar a Abbey Road, qual é a história por trás do nome e descobrir que o estúdio ainda se encontra lá, no mesmo local.
Esta é a foto icônica do álbum Abbey Road, o 12º dos Beatles. Foto: Divulgação
Como visitar a Abbey Road em Londres
Rua da Abadia é o significado em português de Abbey Road. Naquela rua simples, muito tempo atrás, havia um mosteiro e daí veio o nome. Mas a fé nunca deixou o lugar. Depois da abadia, o estúdio eternizado pelo álbum homônimo transformou o local em templo de adoração de seguidores dos Beatles em Londres.
É bem fácil chegar até a Abbey Road.
Estação de metrô: St John’s Wood (Jubilee Line)
Há apenas uma saída na estação de St John’s Wood. Siga pela Grove End Road na direção Oeste por aproximadamente 500 metros e dobre à direita na Abbey Road, onde você verá a famosa faixa de pedestres e o estúdio.
Fotos em Abbey Road
Falta gente nessa foto. Fotos: Mapa de Londres
A foto da capa do álbum, que apresenta os quatro rapazes de Liverpool atravessando a rua em uma faixa de pedestres, foi replicada por milhares de fãs em suas viagens a Londres. Se você curte os fab four, certamente terá de passar pela rua e tentar simular a imagem mais famosa do rock.
Muita gente atravessa na faixa, mas poucos se esforçam para reproduzir com perfeição a foto. Uns atravessam correndo, com vergonha. Outros atravessam sozinhos. Outros param olhando para a câmera. O fotógrafo aqui, posicionado no lugar errado, também não ajuda. E alguns transeuntes são apenas londrinos indo ou voltando do trabalho, sem dar a mínima bola para a faixa de pedestres mais clicada da história.
O estúdio de Abbey Road
Não foram apenas os Beatles que gravaram em Abbey Road, em Londres. A lista inclui (mas não se resume a): Blur, Sarah Brightman, Placido Domingo, Elliot Smith, Foo Fighters, Ella Fitzgerald, Green Day, The Hollies, Iron Maiden, Michael Jackson, Mick Jagger, Jamiroquai, Lady Gaga, Dave Matthews, Oasis, Pink Floyd, Red Hot Chilli Peppers, Radiohead, Rush, Queen, James Taylor, The Zombies.
Placa na frente homenageia Sir Edward Elgar. Foto: Mapa de Londres
Se você não prestar atenção à plaquinha na fachada, pode achar que ela se refere aos Beatles. Mas ela homenageia, na verdade, Sir Edward Elgar, clássico compositor britânico que conduziu a Orquestra Sinfônica na inauguração do estúdio, em 1931.
O estúdio mais famoso do planeta tem seu muro completamente dominado por beatlemaníacos. O tom das mensagens varia do “Alô, mãe” a referências a letras e canções do grupo, como “All you need is love”. E os brasileiros parecem visitar Abbey Road com frequência. Até o Grêmio ganha destaque por aqui.
O Grande Incêndio de Londres modificou completamente o panorama da capital britânica. Em 1666, apenas um ano depois da Grande Praga, um grande incêndio, que começou em uma padaria de Pudding Lane, alastrou-se pela cidade e disseminou pânico, destroços e desabrigados pelas ruas. Foi uma das maiores catástrofes da história inglesa.
Descubra o que foi o Grande Incêndio de Londres
O Grande Incêndio de Londres praticamente destruiu a City of London, berço histórico de Londres, onde moravam, na época, 80 mil pessoas, 1/6 da população total da cidade. O incêndio começou no dia 2 de setembro e terminou no dia 5. Saldo total: destruição de 44 prédios públicos, 87 igrejas, a St. Paul’s Cathedral e 13.200 casas.
Na época, acreditava-se que o numero de vitimas tinha sido baixíssimo: menos de 10 óbitos. Todavia hoje se sabe que o número pode ter sido bem maior, pois cidadãos pobres e de classe média não eram contabilizados.
A estrutura medieval da cidade contribuiu muito para o alastramento do fogo, pois as casas eram muito próximas e de madeira, alem das ruas serem estreitas. A reconstrução da cidade foi comandada pelo rei Carlos II, que, apesar de receber inúmeras críticas, a reconstruiu nos moldes antigos.
Você já passou em um pub antigo e observou a data de construção? Faça isso e você verá que muitos dos pubs mais velhos foram reconstruídos no fim da década de 1660. O motivo, claro, é o Grande Incêndio de Londres.
Monumento ao Grande Incêndio de Londres
Foto: Mapa de Londres
O Grande Incêndio de Londres foi um capítulo tão trágico da história da cidade, que há um monumento para lembrar o episódio.
O Monument é uma coluna dórica desenhada por Sir Christopher Wren, arquiteto da St Paul’s Cathedral. Construído entre 1671 e 1677 na junção da Monument Street com a Street Hill, o memorial possui 61 metros de altura (contando a urna dourada no topo), medida que equivale à distância dali até a padaria onde o incêndio começou.
Uma das ruas mais importantes de Londres é desconhecida de boa parte dos turistas que visitam a capital inglesa. A Savile Row, em Mayfair, vestiu os homens mais renomados da Inglaterra nos últimos séculos. Figuras como Winston Churchill, Lord Nelson e até Napoleão Bonaparte – em sua incursão britânica – interromperam os planos de guerra para visitar os alfaiates do lugar.
Como chegar
Estação: Piccadilly Circus (Bakerloo e Piccadilly Lines)
Caminhada de 5 minutos: Saia da estação e siga pela Regent Street. Entre à esquerda em uma pequena rua chamada Vigo Street e logo na primeira à direita. Você chegou à Savile Row.
O viajante que entra em uma dessas dezenas de lojas, situadas lado a lado ao longo da rua, pode se assustar por dois motivos: a ausência de clientes e os preços. Os dois fatores estão relacionados. Ternos sob medida chegam a custar mais de 10 mil dólares, o que afugenta os consumidores comuns.
A falta de visitantes, no entanto, não assusta os alfaiates, pois as lojas da Savile Row contam com clientes dispostos a gastar por todos os outros. O Duque de Edimburgo, marido da Rainha Elizabeth, por exemplo, não gostaria de se acotovelar para indagar a respeito de determinado tecido.
Ele é um dos clientes de uma das mais tradicionais alfaiatarias da região, a Gieves & Hawkes, localiza no número 1 da rua. O estabelecimento fornece ternos e vestimentas Reais desde o século 19. Naturalmente, o Duque de Edimburgo não precisa visitar a loja. Pode solicitar que um dos alfaiates transporte opções diversas de roupa para o Palácio de Buckingham, a fim de apreciar e decidir suas vestes ao lado da esposa Elizabeth.
A Família Real é cliente fiel. Tanto o Príncipe Charles quanto seus filhos, William e Harry, confiam no estabelecimento para obter os ternos de melhor tecido e caimento. Quando o primogênito subiu ao altar da Abadia de Westminster para se casar com Kate Middleton, ele carregou, em seu corpo, um terno especial, confeccionado sob medida pela Gieves & Hawk.
Os Beatles
Mas a Gieves & Hawk não é nem foi a única na Savile Row a fornecer ternos para a monarquia inglesa. Antes dela, a H. Huntsman & Sons, no número 11, recebeu o certificado do Príncipe de Gales daquela época, o que conferia ao lugar a garantia de que o membro da realeza era comprador da loja. Mais recentemente, a Nutters of Savile Row, no número 12, vestiu quatro caras que se tornaram mais famosos do que boa parte da monarquia britânica: os Beatles. A loja também foi a responsável por ternos de Mick Jagger e Jack Nicholson.
A Savile Row não somente vestiu os Beatles, como também lhes deu o teto para a gravação do documentário Let It Be, em 1969. O escritório da gravadora Apple situava-se no número 3 da rua. Nessa época, os Kinks aproveitaram a fama da Savile Row para citá-la na canção End of The Season. O fashion designer interpretado por Keith Moon, do The Who, no filme The Sextette fala sobre a rua ao comentar a procedência de um terno.
Volta ao Mundo em 80 Dias
A literatura também foi incluenciada pela rua. O endereço de Phileas Fogg, protagonista do célebre Volta ao Mundo em 80 Dias, é o número 7 da Savile Row. No livro O Alfaiate do Panamá, a rua constitui-se da antiga localização da alfaiataria Pendel & Braithwaite.
Alguns museus amplamente visitados em Londres guardam menos histórias do que a Savile Row. Nas lojas, não se paga ingresso para entrar, mas os flashes são coibidos com olhares britânicos e os preços dos ternos, atemorizantes, desmotivam o turista a se aventurar em uma das ruas mais instigantes da capital inglesa.