Alguns dias após o último post sobre preços de compras em supermercados de Londres, fui até o Tesco para comprar pães, frios, suco de laranja e algumas pizzas congeladas. Na hora de pagar e verificar o recibo da compra, lembrei de um detalhe importante para quem ainda está planejando sua viagem para Londres ou definindo como fará suas compras em mercados da cidade.
Vejam o papel que veio junto com o recibo:
Não é novidade, mas vale lembrar. Até porque muita gente não costuma verificar o recibo e caba nem lendo esse “Price Promise”. Funciona assim: o Tesco se compromete com preços baixos, pesquisa os custos de seus produtos na concorrência e, caso algum ou alguns de seus preços esteja acima dos outros mercados, devolve a diferença em vouchers para as próximas compras. É uma boa ideia e já usei o código algumas vezes.
Nesta compra, por exemplo, gastei um valor em torno de 20 libras e “recuperei” 1,10 libra. Na próxima ida ao supermercado, vou informar esse código e obter 1,10 libra de desconto no preço final da compra. Ou seja, o próximo pacote de pães de sanduíche já está garantido:)
A Era Vitoriana, nome dado ao período em que a Rainha Victoria ocupou o trono britânico, de 1837 a 1901, tinha diversas peculiaridades. Há exemplos amenos, como a Lei da Bandeira Vermelha, de 1865. Ela obrigava que, à frente de todo automóvel em locomoção, houvesse um homem tremulando uma bandeira vermelha, a fim de alertar da máquina letal que se aproximava (a 3 km/h!). Outros exemplos são um pouquinho mais assustadores, como as execuções públicas, então verdadeiras atrações turísticas de Londres.
Mostrar aos súditos o destino trágico de quem descumpria a leia compreendeu um capítulo longo da história britânica. Do século 12 ao século 17, a London Bridge era tomada por cabeças de prisioneiros executados em Tower Hill e em prisões da cidade.
No século 19, o intenso incremento da população reduziu as condições básicas de vida e elevou as taxas de crimes. Do início ao fim do século que posicionou a Inglaterra como principal potência mundial, a população londrina passou de 1 milhão para 6 milhões de pessoas. Até por volta de 1840, muitos tipos de crime, como falsificação e roubo, levavam à forca. Aos poucos, os critérios para a pena de morte foram alterados, e a maioria absoluta dos crimes passíveis de execução eram assassinatos. Assim, de 1800 a 1899, houve quase metade das execuções do que no século anterior: apenas 3.537 ingleses e galeses.
Execução em Tyburn
Independentemente do crime cometido pelos condenados, esses eventos constituíam-se de entretenimento para milhares de espectadores. A agência de turismo Thomas Cook, que existe ainda hoje, organizava excursões de trem para os enforcamentos. Os indivíduos mais abastados reservavam salas com vista para os locais de execução, especialmente na prisão de Newgate. Para obter uma visão ainda mais acurada do espetáculo de horrores, as senhoras usavam seus monóculos do teatro. Lá do alto, elas ouviam as cantorias dos bêbados, as piadas sobre os condenados e ficavam em segurança enquanto o clima de euforia tomava conta da turba. E não eram apenas adultos que se reuniam para assistir aos enforcamentos. Há registros de excursões escolares até o local das execuções públicas a fim de “educar os alunos” sobre os perigos de ir contra a lei.
Em Newgate Prison
Em 1849, o escritor Charles Dickens, que escrevia David Copperfield na época, somou-se a 30 mil pessoas para assistir ao enforcamento de Frederick e Marie Manning em Horsemanger Lane Gaol, em Londres. Ele ficou tão apavorado com a execução quanto com a reação das pessoas, absolutamente empolgadas com o acontecimento. Em carta para o jornal The Times, ele descreveu a execução, narrou a reação da multidão e condenou o espetáculo. Diz-se que a escolha de cetim preto na indumentária de Marie Manning levou ao descarte dessa roupa entre as senhoras que buscavam estar na moda.
Carta de Dickens ao Times
“Fui testemunha da execução em Horsemonger Lane nesta manhã(…) Acredito que a visão foi tão inconcebivelmente terrível quanto a maldade e a leviandade da multidão reunida na execução”, escreveu Charles Dickens.
A carta não foi o suficiente para que as execuções públicas fossem banidas. Em 1864, inclusive, foi impresso pela primeira vez um jornal que tinha, como um de seus principais focos, os enforcamentos. O Illustraded Police News narrava os episódios, apresentava desenhos detalhados e anunciava os próximos eventos do tipo. Mesmo assim, a partir da década de 1860, as camadas mais ricas da sociedade passaram a condenar esse tipo de programa cultural.
Old Bailey ocupa parte do local onde ficava a prisão de Newgate. Foto: MdL
A última execução pública da Inglaterra ocorreu em maio de 1868, quase 20 anos depois da carta de Dickens, do lado de fora da Newgate Prison, em Londres. A prisão, que funcionou de 1188 a 1902, situava-se na esquina da Newgate Street com a Old Bailey, na City of London, bem onde ficava o Newgate, portão da London Wall romana. Quem perdeu a cabeça foi Michael Barrett, membro da Fenian Brotherhood (organização política que lutava pela independência da Irlanda), condenado por participar de um bombardeio para liberar colegas irlandeses da prisão.
Uma execução no início do século 19
Na véspera da execução, a forca é levada por uma equipe até a frente do portão de Newgate. Assim que avistam a forca, curiosos e entusiastas das execuções começam a se reunir no local. Nos casos mais notórios, os espectadores ricos pagam até 10 libras (na época, uma fortuna) para assistir ao espetáculo de uma janela com boa vista e assento confortável. No início da manhã, jornais circulam pelo local com detalhes do evento e até os últimos dizeres dos presos. Sim, quase toda publicação que circula pelos locais de execução é completamente falsa.
Por volta das 7h30, os presos condenados são levados de suas celas até uma outra sala, onde o xerife e o capelão da prisão os encontram. O carrasco e seu assistente, então, amarram os pulsos dos condenados. Em torno de 7h45, o sino da igreja de St. Sepulchre começa a tocar (sinal para que os presos sejam levados ao pátio) e, então, para a plataforma. Ouvem-se berros, urros, palmas, cantorias e piadas. Um dos gritos mais ouvidos nessa hora é “Hats off“. A frase tem o objetivo de dissuadir o pessoal da frente de usar o chapéu, que atrapalha a visão dos convivas situados nas fileiras de trás.
Com o apenado devidamente posicionado na forca, o carrasco coloca um lenço em seu pescoço. Nesse momento, o capelão faz uma oração pedindo o perdão divino daquela pobre alma. A oração finda e, com ela, a vida do condenado. O prisioneiro se contorce, tem convulsões, mostra a língua. Alguns resistem à morte. Nesses casos, o carrasco puxa suas pernas para apressar o processo. Depois o corpo fica exposto no local durante uma hora para escrutínio do público.
Atualmente
A Newgate Prison, onde muitas das execuções públicas eram realizadas, não existe mais. No local, encontra-se hoje a Old Bailey, o corte criminal de Londres. Felizmente, não há mais execuções públicas. Mas você pode acompanhar um julgamento criminal ao vivo e conferir de perto o sistema judiciário do Reino.
Pertinho de Marble Arch, pedra marca local da forca de Tyburn
Já a Tyburn Tree, onde foram enforcados personagens célebres da história de Londres (como o líder da revolução que levou o Rei Charles I à forca, Oliver Cromwell, o qual foi enforcado simbolicamente, já morto), situava-se hoje pertinho de onde hoje está a Marble Arch. Hoje é possível ver uma pedra no local que lembra onde antes ficava a temida forca.
Outro local de execuções, a Tower Hill pode ser visitada na saída da estação de mesmo nome. Ali ao lado, a Torre de Londres reúne muitas histórias de execuções (não públicas), inclusive de esposas do Rei Henry VIII.
O metrô de Londres é incrível. O Mapa de Londres não cansa de enumerar suas qualidades: história, praticidade, intuitividade, cobertura, frequência, entre outras. Mas, no dia a dia, em horário de pico, cedo pela manhã, alguns trens lotados podem converter, em alguns minutos, qualquer adepto do tube em um passageiro revoltado diante de uma confluência de cheiros indesejáveis, calor excruciante, olhares estranhos, mochilas grandes demais e espaço exíguo.
Entrada para Charing Cross Station, em Trafalgar Square. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Até que o passageiro sai do trem e escuta, além dos passos apressados de centenas de londrinos atrasados, a melodia de uma bela música que se imiscui entre os sons do Underground. Long Live The Buskers, os músicos de rua (ou, nesse caso, undeground artists) que transportam o espírito de viajantes para outras dimensões em troca de um punhado de moedinhas.
O Belushi’s é uma rede de pubs que começou em Londres em 1993 e se espalhou por outras cidades da Europa. Ele é uma mistura de pub inglês e bar americano, com burgers, Happy Hour de 2 for 1 beers, karaokê em algumas noites, drinques razoavelmente baratos, telões para assistir a jogos de futebol e um público predominantemente jovem.
Belushi’s tem boas bebidas e bons preços. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Já fui em três deles: London Bridge, Covent Garden (o primeiro) e Berlim. Em todos, a experiência é semelhante, então acho que posso recomendar a rede toda. Quando você estiver passeando pela cidade e encontrar uma plaquinha do Belushi’s, pode entrar. Existem pubs da rede em Hammersmith, Camden Town, Greenwich e Shepherd’s Bush. Veja no site.
O pub tem sempre vários telões com jogos rolando. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
O que você encontra no Belushi’s
– Stouts bem servidas (no de London Bridge, tinha Murphy’s, e não Guinness – sem problema, pois adoro ambas)
– Preços amenos (para Central London): entre 3,50 e 4,30, dependendo da marca da cerveja e estilo, em garrafa ou chope
– Happy hour (17h às 20h) com ofertas interessantes: 2 for 1 para garrafas de cerveja, Balde com 5 cervejas de garrafa por 10 libras, garrafa de vinho por 10 libras, jarra de coquetel por 10 libras
– Público animado, descontraído e jovem, com idades (chutadas) entre 21 e 30 anos
– Telões com jogos de futebol e outros esportes (especialmente no de London Bridge, que conta com DIVERSOS telões)
Rock também tem espaço no Belushi’s. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Público
O Belushi’s faz parte da mesma empresa responsável pelos albergues St Cristopher’s Inn, que também estão espalhados por toda a Londres e pela Europa. Assim, sempre há um pub Belushi’s perto ou dentro de um albergue da St Cristopher’s.
Essa característica é bacana para os hóspedes do hostel, que desfrutam de um bar dentro do albergue (com alguns deals exclusivos), e para o público de fora, que sabe o tipo de clientela que frequenta o local.
No quarto do St Cristopher’s, anúncios do bar. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Pessoalmente, adoro o clima de hostel e a galera que costuma se hospedar em albergues europeus. Por isso, recomendo o Belushi’s para todo mundo que curte esse clima mochileiro/alberguista que permeia os hostels mais bacanas da Europa.
Noite de karaokê no Belushi’s de London Bridge. Melhor do que o esperado. Foto: Gustavo Heldt, MdL
Em Londres
Em Londres, fui apenas no Belushi’s de London Bridge e no de Covent Garden.
As fotos deste pub são do Belushi’s de London Bridge. Foto: Gustavo Heldt, MdL
London Bridge
Estação: Borough (Northern Line) ou London Bridge (Northern e Jubilee Lines)
Endereço: 161-165 Borough High Street – Southwark, London, SE1 1HR
Novos números revelados nesta quinta pelo Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido confirmam a tendência apresentada no início do ano: Londres é a campeã de turismo em todo o mundo. No ano passado, 16,8 milhões de pessoas viajaram a turismo para a capital britânica, 9% a mais do no ano que detém o recorde anterior, 2006, quando 15,6 milhões de turistas desembarcaram por aqui.
Todos os caminhos levam à St Paul’s. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
O país que mais envia visitantes a Londres são os Estados Unidos. Em 2013, 1,88 milhão de americanos vieram conhecer a cidade, onde gastaram 1,5 bilhão de libras. Em segundo lugar, estão os franceses, com 1,87 milhão de turistas, seguidos por 1,34 milhão de alemães.
Com a ascensão de Londres, Paris cai para o segundo lugar ranking do turismo. Em 2012, quando os últimos números foram divulgados, a capital francesa recebeu 15,7 milhões de turistas.
Os entusiastas da Família Real vão adorar esta exposição: First Georgians – Art & Monarchy 1714 a 1760. A mostra, na Queen’s Gallery, no Palácio de Buckingham, em Londres, conta a história da dinastia que está no trono até hoje no Reino Unido. De abril a outubro, das 10h às 17h30, na Ala Oeste do palácio.
Aproximadamente 450 relacionados aos Georgians estão expostos na Queen’s Gallery. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Trezentos anos atrás, Georg Ludwig, o Eleitor de Hanôver, na Alemanha, ascendeu ao trono britânico como George I, o primeiro monarca constitucional do país. Na Queen’s Gallery, no Palácio de Buckingham, entre abril e outubro, uma mostra com cerca de 450 itens conta a história do Rei que estabeleceu a linha de sucessão que levou a Rainha Elizabeth II ao trono.
Como visitar
Onde: Ala Oeste do Palácio de Buckingham (Quem está olhando para o Palácio a partir do monumento em homenagem à Rainha Victoria deve contornar o palácio pela esquerda. Em 400 metros, mais ou menos, surgirá a entrada para a Queen’s Gallery, pouco antes do Royal Mews)
Metrô: Victoria (Victoria, Circle e District Lines), St James’s Park (Circle e District Lines) e Green Park (Piccadilly, Victoria e Jubilee Lines)
Período: 11 de abril a 12 de outubro de 2014
Horários: Diariamente, das 10h às 17h30
Fechado: Em 2014, 13 a 30 de outubro e 24 e 25 de dezembro
Ingressos:
Apenas Queen’s Gallery: Adulto: 9,50 libras / Criança (até 17 anos) 4,80 libras/ Criança (menor de 5 anos) gratuito
Royal Day Out (inclui visita aos State Rooms, aos Estábulos Reais e à Queen’s Gallery): Adulto 34,50 libras/ Criança (menor de 17 anos) 19,50 libras / Criança (menor de 5 anos) gratuito
Compre com antecedência: online ou pelo telefone +44 (0)20 7766 7301.
Duração: 1h30
George I da Grã-Bretanha e Irlanda, Eleitor de Hanôver. Pintura de Sir Godrey Kneller
A exposição explora o início da dinastia dos Georgians, nos reinos de George I (1714-1727) e seu filho George II (1727-1760). Na mostra, os visitantes podem compreender melhor o papel da nova dinastia na transformação política, intelectual e cultural na Grã-Bretanha. Pinturas, móveis, recortes, cartas e outros itens compõem o quadro dos primórdios dessa linhagem real no período em que a Grã-Bretanha se consolidava como a sociedade mais liberal, comercial e cosmopolita da Europa.
George II retratado por Sir Godfrey Kneller em 1716. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Ao longo dos corredores e salas, cheias de quadros, móveis e adereços, pode-se descobrir detalhes importantes desse período. Um exemplo reside na constatação de disputas familiares ferrenhas tanto os reino de George I quanto no de George II. Ambos os reis brigaram com seus filhos mais velhos e acabaram os expulsando da corte. Nos dois casos, os filhos criaram sua própria residëncia em grande estilo, para rivalizar com o luxo da moradia de seus pais. O filho de George II, Frederick, Príncipe de Gales, usou essa independência para se regalar com o trabalho dos antigos mestres, entre eles Guido Reni, Anthony Van Dyck e David Teniers.
Obras de grandes nomes, como Peter Paul Rubens, estão expostas. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
A contínua ameaça ao poder da dinastia dos Georgians, em casa e além-mar, é refletida na coleção de mapas e desenhos militares da exposição. Um plano de batalha do filho de George II, o Duque de Cumberland, que liderou as tropas do Rei para a Batalha de Culloden em 1746, está entre os destaques. Entre mapas, fotos, desenhos e pinturas, descobre-se que o último Rei a liderar suas tropas em uma batalha foi George II na Batalha de Dettingen, contra os franceses, em 1743. A investida Real resultou em vitória britânica e em uma composição de Handel em homenagem ao feito.
Em carta, Frederick I da Grã-Bretanha aconselha George II a evitar guerras, não confiar em bajuladores e recuperar a glória ao trono
“A exposição apresenta uma visão definitiva dos Reinos de George I e George II e é a culminação de anos de pesquisa de como essa era é representada na Coleção Real. Os itens que os primeiros Georgians colecionavam e expunham em suas residências revelam não apenas seu apuro artístico, mas também as preocupações humanas que os norteavam”, diz Desmond Shawe-Taylor, Surveyor Of The Queen’s Pictures e curador da exposição.
Durante os reinados de George I e George II, público podia assistir à Realeza jantando. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
A Queen’s Gallery é uma ala do Palácio de Buckingham, em Londres, que abriga exposições temporárias da Royal Collection, a Coleção Real. A galeria apresenta em torno de 450 itens a cada exibição. Entre as peças, sempre reunidas em torno de um tema, estão pinturas de artistas renomados, joias da Coroa, esculturas históricas, artefatos ligados à monarquia e outros objetos do acervo da Rainha Elizabeth II.
Queen’s Gallery apresenta exposições da Coleção Real. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de LondresGeorge I da Grã-Bretanha e Irlanda, Eleitor de Hanôver. Pintura de Sir Godrey Kneller
A Queen’s Gallery não é uma das atrações mais comuns nos roteiros turísticos tradicionais.
Para entrar, um adulto desembolsa atualmente 13,50 libras, valor que dá direito ao audio guide (extremamente necessário para esse tipo de exibição). O passeio pode ser combinado com uma visita às Salas de Estado (State Rooms) do Palácio de Buckingham e ao Royal Mews, os Estábulos Reais. Chamado de Royal Day Out, o pacote para os três locais custa aproximadamente 35,60 libras (confira abaixo no link do site oficial). Vale a pena para quem tem um dia sobrando no roteiro, grana para desembolsar e um verdadeiro interesse para aprender mais sobre a monarquia britânica.
De abril a outubro de 2014, uma exposição chamada First Georgians contou a história de como, 300 anos atrás, Georg Ludwig, Eleitor de Hanôver, na Alemanha, ascendeu ao trono britânico como George I, o primeiro monarca constitucional do país.
Exposições como essa são fascinantes e valem muito a sua visita. Confira as próximas exposições.
Como visitar
Onde: Ala Oeste do Palácio de Buckingham (Quem está olhando para o Palácio a partir do monumento em homenagem à Rainha Victoria deve contornar o palácio pela esquerda. Em 400 metros, mais ou menos, surgirá a entrada para a Queen’s Gallery, pouco antes do Royal Mews)
Exposições temáticas revelam parte dos tesouros da Coleção Real. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
A Coleção Real está entre as maiores e mais importantes coleções de arte no mundo. Trata-se de uma das mais vastas coleções reais da Europa ainda intactas. Cobrindo praticamente todos os aspectos das artes, a Royal Collection é distribuída entre as 13 residências oficiais da Realeza no Reino Unido e outras antigas moradas monárquicas, a maioria acessível pelo público. A coleção é mantida pelo Soberano para os seus sucessores e a nação – não se constitui de patrimônio privado da Rainha.
É o fim do mundo. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Para o incauto, pode parecer o fim do mundo. A música é muito alta. O rock é bem pesado. As paredes são decoradas com caveiras. A bartender tem a cara cheia de piercings e tatuagens. Na parede, o aviso: “Estão proibidos cachorros, andar de bicicleta, animais estranhos e armas nucleares”. Em uma jarra, no bar, a convocação: “Dê gorjeta para que a gente possa ficar bêbado e pelado depois do trabalho”. Atrás do papel, um ursinho de pelúcia é enforcado. Bem-vindo ao pub dos seus pesadelos. Bem-vindo ao World’s End, em Londres.
Onde e quando?
O World’s End não faria sentido em outro lugar senão em Camden Town, uma das artérias ainda pulsantes do rock de Londres. O pub se situa a alguns passos da estação Camden Town, na Northern Line (linha preta), zona 2.
Horários: Segunda a quarta, das 11h às 23h; quinta-feira, 11h às 00h; sexta e sábado, das 11h à 1h; domingo, das 12h às 23h. A festa no Underworld rola até mais tarde
Preços das cervejas: em torno de 4 libras
Durante o dia, sobra espaço no fim do mundo. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de LondresPub é frequentado por uma fauna eclética. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Além da temática “Fim do Mundo”, o World’s End tem uma história interessante. Há registros de uma taberna no local desde o século 17. Mas o prédio atual é bem mais recente: 1875. Por aqui, passaram alguns famosos habitantes de Camden, como Charles Dickens, um dos maiores escritores do período vitoriano. O nome do pub ainda não era esse, contudo. E, ao que tudo indica, o bar não empregava a execução pública de ursinhos de pelúcia.
Primeiro nome do pub era The Mother Red Cap
O fim do mundo é bem grande. Gigante, até. Do tipo que revela lugares e caminhos desconhecidos a cada ida ao banheiro. O local possui dois bares, um mezanino e ainda uma casa de shows no subsolo. Adivinha qual é o nome desse último espaço? Underworld, claro.
Durante o dia, há lugar à vontade para sentar, pois existem muitas mesas e bancos espalhados ao redor do bar principal. Durante a noite, entre quinta e sábado, o lugar fica apinhado de gente, a música aumenta de volume e o Underworld clama pela sua presença.
As caveiras são onipresentes por aqui. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de LondresIda ao banheiro revela novos contornos do World’s End. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
A oferta de cervejas é bem generosa. Há de tudo, inclusive uma quantidade razoável de lagers diferentes, o que não é tão comum. Experimentei um pint da cervejaria da casa, uma ale, e gostei.
Experimente a ale da casa. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
No fim da história, vale até para quem não curte rock. Mas não esqueça:
Um aspecto ainda inexplorado da literatura de viagem são as idas ao banheiro durante a descoberta de uma nova cidade. Para o viajante que passa o dia inteiro fora do hotel, algumas dicas podem ser úteis. Por sorte, Londres é bem receptiva às necessidades do turista e oferece mais de 800 banheiros públicos. A vontade pode surgir nos momentos mais inesperados: no tube, no meio de um museu, pouco antes da troca da Guarda no Palácio de Buckingham ou no segundo andar do novo Routemaster.
Por sorte, o Mapa de Londres pensa em tudo. Veja algumas dicas do que fazer quando o alivio imediato é a sua maior atração:
Estações de metrô
Há muitas estações de metrô que dispõem de banheiros públicos – alguns deles, pagos. No próprio mapa do metrô, aquele que você pode obter gratuitamente nas estações, você pode verificar todas as estações que dispõem de banheiros. Olha aí:
Símbolos indicam, entre outras coisas, se a estação possui banheiros e se é acessível para pessoas com problemas de mobilidade.
O Transport for London também tem um mapa especial mostrando em detalhes os banheiros do Underground.
Fast food, Fast toilet
Um guia da Walks.com um dia me disse que Londres possui banheiros públicos em toda esquina, e eles se chamam McDonald’s e Burger King. Mesmo que você não concorde com a ideia de usufruir de banheiros sem consumir, lembre dessa possibilidade em casos de urgência.
Museus
Todas as atrações turísticas possuem banheiros. Como a maioria dos museus de Londres tem entrada gratuita, um mundo de banheiros se descortina.
Banheiros públicos
Londres tem aproximadamente 800 banheiros públicos. Observando esse número, pode-se ficar com ideia de que ele vá cobrir todos os pontos por onde você perambular, mas, infelizmente, na prática, não é bem assim. De qualquer forma, há muitos deles por aí.
Site
Uma boa maneira de encontrá-los é usando este site, que mostra os banheiros por toda a Londres, alguns deles até com review dos usuários.
Aplicativo
Outro jeito bem prático é baixando este aplicativo (disponível para Android e iPhone), que não apenas mostra os banheiros mais próximos, como indica o melhor caminho para chegar até eles.
Parques Reais
Todos os parques têm banheiros públicos. O problema é que alguns dos parques são realmente grandes, então nem sempre vai ser fácil descobrir para que lado se dirigir. Para isso, procure por “toilets” no mapinha que se encontra na entrada do parque.
Ah, não esqueça
1) Muitos banheiros espalhados pela cidade são cobrados (às vezes, até 50 pence). Antes de se sentir ultrajado, lembre que banheiros pagos costumam ser mais limpos do que os gratuitos.
2) Se você não tiver o troco exato nos banheiros pagos com catraca automática, verifique ao seu redor: muitas vezes, você encontrará máquinas justamente para o troco.
Com o Citymapper, você descobre até quanto tempo ficará esperando pelo próximo trem. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Aqui está um passo a passo para você usar o Citymapper, um aplicativo que mostra a situação atualizada das linhas do metrô, indica a melhor rota para a sua viagem e diz exatamente como chegar a pé ou usando bicicleta ou transporte público de um ponto A para um ponto B.
Tudo de graça, para Android e iOS.
É muito simples. Antes de seguir os passos abaixo, baixe o app neste link ainda no Brasil e depois, em Londres, dirija-se a uma operadora de celular e peça um SIM Card gratuitamente para carregá-lo com 10 libras de dados. Eu uso a O2, mas há diversas excelentes opções por aqui.
Depois, de posse de um Oyster Carddevidamente carregado com seu passe ou Pay As You Go (Não sabe do que estou falando? Acesse este post), você vai:
1. Abrir o aplicativo
2. Clicar em ‘Get me Somewhere’
3. Digitar o endereço, estação ou local desejado
Neste caso, eu digitei “Oxford Circus”, que fica na zona 1, bem no centro.
4. Confirmar o local
5. Verificar as opções de rota
O Citymapper dá alternativas para uso de metrô e de ônibus, informa quantas calorias seriam gastas a pé ou de bicicleta, apresenta o clima no momento naquele local e indica o tempo previsto para cada um dos meios de transporte.
6. Escolha uma das opções
Neste caso acima, eu escolhi a mais rápida, o metrô. O app indica que eu devo caminhar até a estação de Seven Sisters (percurso que levará 5 minutos), dirigir-me até a plataforma (2 minutos), esperar pelo trem da Victoria Line (4 minutos) e então pegar o metrô que me conduzirá diretamente para Oxford Circus.
7. Siga as indicações de navegação
Neste screenshot acima, escolhi ir de ônibus até Oxford Circus.
Quando você selecionar uma das opções disponíveis, o app vai levar você do ponto onde você está até o ponto desejado, seja de ônibus, trem, metrô, bicicleta, etc.
No caso do metrô, é bem básico: vá até tal estação, pegue tal linha, troque por outra em tal lugar e depois caminhe até aqui ou ali.
No caso de ônibus, o app diz exatamente o nome da parada onde você deve descer e quantas paradas existem até lá, o que pode ser realmente útil para quem se aventura pela primeira vez pelas ruas da capital britânica.
Duas dicas
Você ainda pode salvar essa navegação clicando em “Save“. Assim, você pode retomá-la mais tarde, facilmente, sem precisar buscar de novo.
E também dá para cadastrar a sua “home”, que pode ser seu hotel, hostel ou hospedagem em Londres. Assim, quando você estiver cansado de digitar ou sem nem saber onde se encontra às 3h da manhã depois de uma festa, basta abrir o aplicativo e selecionar o “Take me home”. Bem útil, eu garanto.