A Torre de Londres (Tower of London) é uma das principais atrações da capital britânica.
Construída às margens do Rio Tâmisa em 1078, a fortaleza tem uma história cheia de curiosidades. Inclusive, uma envolvendo corvos protegidos por um Decreto Real.
A Torre de Londres já foi casa da Moeda, Mostra dos Animais do Reino e até prisão, local de execuções e tortura. Hoje é a casa das Joias da Coroa, Patrimônio Mundial da UNESCO e um dos lugares mais visitados pelos turistas que desejam conhecer a história de Londres.
Atualmente, o lugar não apresenta apenas uma torre, mas 20 delas, erigidas ao longo de inúmeros reinados.
Esse é um dos ingressos mais caros que você terá que pagar em Londres, mas vale cada centavo.
A visita fica ainda melhor com o tour guiado por um dos guardas do local. Neste post, você vai conhecer melhor essa história, conferir fotos e entender passo a passo como e por que incluir a Torre de Londres no seu roteiro.
O que é a Torre de Londres
A Torre de Londres é um dos palácios reais de Londres. Foi construída para aterrorizar a população local durante a Invasão Normanda e hoje ainda assombra os turistas que a visitam.
A principal função da Torre hoje não é servir de moradia para a Família Real, e sim dar guarida às Joias da Coroa. Essa é uma coleção de valor inestimável que reúne algumas das maiores preciosidades da Coleção Real, como cedros, coroas, anéis, mantos e joias diversas.
Além da exposição das joias, a Torre de Londres também uma atração turística por conta de sua história milenar, que a viu servir de fortaleza à zoológico, passando por casa da moeda e habitat de corvos muito importantes para a integridade do Reino Unido.
Como visitar a Torre de Londres
A visita à Torre de Londres é imprescindível, na nossa opinião. Veja abaixo tudo que você precisa saber antes de dar os primeiros passos para um passado mais sangrento e conturbado da nossa querida London.
Encontre: Torre de Londres no mapa
Endereço: London EC3N 4AB, United Kingdom
Estação de metrô: Tower Hill (Circle e District Line)
Ingresso antecipado: site oficial
Você pode ver outras opções de visita pelo site da Viator, como por exemplo, fazer uma Excursão privada ou comprar uma Excursão turística por Londres incluindo a Torre de Londres: veja aqui.
Passeio guiado pela Torre de Londres
A visita à Torre de Londres deve ser feita de olho na história do lugar.
Pouco sentido terá seu passeio se você não prestar um pouquinho de atenção ao que levou Guilherme, o Conquistador (William, The Conqueror), a construir a torre, à quantidade de gente que foi morta e presa aqui e a importância das Joias da Coroa que você poderá observar.
Por isso, aguarde o próximo tour guiado com um beefeater, um dos guardas que hoje conduzem os visitantes e mostram um pouquinho do que já aconteceu dentro desses muros. É imperdível.
Os guardas contam a história da Torre de uma maneira bem-humorada, com impostações de voz e encenações para ilustrar a trama e assustador os distraídos.
Esse tour guiado só vale a pena, entretanto, para quem está com o inglês em dia, ok? 🙂
Se o seu não estiver, pegue um audio guide para acompanhar todas as informações ao longo do caminho.
O que você verá na Torre de Londres
Confira os principais destaques destaques de sua visita. E lembre que para visitar absolutamente tudo, com o devido tempo, você perderia um turno inteiro, pelo menos. Mas é tanta informação, que você vai ficar exausto em 2h30.
White Tower
Para muitos, ela é a própria Torre de Londres, já que foi a primeira das construções. Essa foi a fortaleza erigida pelos normandos para dar um recado claro à população: obedeçam ao novo Rei.
E como bom súdito, quase 1 mil anos depois, você pode explorar os quatro andares da White Tower. Nesse tour, você vai ver como era a arquitetura normanda, vai conhecer a Coleção Real de Armaduras e entrar em uma capela do século 11, a St John The Evangelist.
O porão da White Tower foi um local famoso de tortura, por onde passaram, por exemplo, Guy Fawkes (que tentou explodir o Parlamento na Conspiração da Pólvora) e o padre jesuíta John Gerard.
Fit for a King
Dentro da White Tower, você pode ver de perto as armaduras que Reis da Inglaterra utilizaram ao longo dos séculos.
Trata-se de uma exposição de 300 anos de idade, chamada de Line of Kings, montada pela primeira vez no século 17. É uma mostra CHEIA de artefatos interessantes, cujos detalhes vão prender sua atenção por um bom tempo e remetê-lo diretamente a personagens do passado, como Henrique VIII e Charles I.
Você vai ver:
- Armaduras de Henrique VIII, de 1515 e 1540
- Armadura de Charles I, de 1612
- Armadura do Príncipe Henry Stuart, de 1608
- Armadura do Rei James II, de 1686.
Royal Beasts
A Torre de Londres chegou a abrigar 600 animais doados por outros reis e líderes mundiais. Na prática, foi o primeiro zoológico da cidade, com leões (aqueles de Trafalgar Square), macacos, elefante e muito mais.
Até um urso polar, que tinha direito a pegar alguns peixes no Tâmisa, vivia aqui. Para entender melhor essa história, leia: Animais da Torre de Londres (você vai se surpreender)
Joias da Coroa
Um dos grandes símbolos da monarquia britânica, as Joias da Coroa podem ser observadas em todo seu esplendor. Você só não vai poder tirar fotos, ok? Mas o tour é impressionante e dá uma boa dimensão dos detalhes e liturgia por trás das cerimônias de coroação.
Você vai ver:
- A Colher da Coroação, que é usada há 800 anos na cerimônia de coroação de Reis e Rainhas britânico
- O enorme diamante do Cetro do Soberano
- Coroa de St Edward, de ouro, que é colocada pelo monarca na coroação
- Imperial State Crown, que é usada nas aberturas do Parlamento todo ano
- Coroa da Rainha Mãe, adornada com 2.800 diamantes.
Apesar de estarem à mostra, as Joias da Coroa ainda são usadas pela Rainha Elizabeth II em importantes cerimônias nacionais. Todos os objetos que ainda são utilizados têm, ao lado, um aviso: “In use”.
Local de execuções
Um dos aspectos mais macabros de uma visita à Torre de Londres é entender quão brutal é a história dessa fortaleza. Havia execuções públicas na Tower Hill, aqui ao lado, e dentro da Torre eram aprisionados e torturados homens e mulheres que ousavam se voltar contra o Rei.
Na Execution Site, dentro do pátio da Torre de Londres, eram realizadas as execuções dos prisioneiros mais importantes, seja por proximidade do Rei ou popularidade junto à plebe, dois fatores que levavam o desafortunado a ser decapitado aqui.
Hoje o visitante pode ver um memorial em homenagem às vítimas do passado. Três delas são bastante lembradas:
- Ana Bolena (Anne Boleyn), segunda esposa de Henrique VIII
- Catherine Howard, quinta esposa de Henrique VIII
- Lady Jane Grey, que foi Rainha de fato por nove dias.
Corvos da Torre de Londres
Uma antiga lenda dizia: “Se os corvos deixarem a Torre de Londres, o Reino ruirá”. Preocupado com a coroa, Charles II, filho do decapitado Charles I e primeiro rei desde o período de exceção, decretou que os seis corvos da Torre de Londres teriam proteção e cuidados permanentes. Melhor prevenir.
Desde então, os personagens mais mimados da Torre de Londres não são as Joias da Coroa, e sim os corvos. Eles perambulam acompanhados à distância por um guarda-costas vigilante: o Raven Master, cuja única função é cuidar e tratar das aves.
Ao total, são oito corvos: os seis necessários para a manutenção do folclore e dois reservas. Munin, de 18 anos, fugiu uma vez da Torre e foi encontrado cinco dias depois em Greenwich. É o mais velhinho da turma e já excede a expectativa normal de vida, de 10 a 15 anos. Seus companheiros são Merlin, Hugin, Jubilee, Portia, Erin, Rocky e Grip.
Cada um dos corvos da Torre conta com uma fitinha colorida que indica a sua identidade. Um deles, Merlin, não precisa de fitinha, pois gosta de chamar a atenção. Um de seus truques é se fingir de morto, deitado de costas. Mais de uma vez, visitantes assustados já correram para informar aos guardas que um dos corvos havia morrido.
Mesmo que você aviste Merlin ou se apaixone por um desses corvos, é melhor tomar cuidado. Você pode até tirar uma foto com seu preferido, mas é melhor manter alguma distância. As aves da Torre de Londres não são bichinhos de estimação, e o Raven Master não vai ficar nada feliz se você lhes der comida.
Os beefeater, os Guardas da Torre de Londres, avisam com veemência que os corvos podem se sentir ameaçados quando os visitantes lhes oferecem comida. E você não quer ameaçar os guardiões da Torre de Londres, né? Além disso, a alimentação é controlada: ganham carne crua duas vezes por dia e, em ocasiões especiais, um ratinho.
Os Guardas da Torre de Londres
Os guardas da Torre de Londres são os Yeomen Warders, conhecidos popularmente como Beefeaters, ou seja, os comedores de carne. Apelido curioso, não? E eles revelam essa alcunha nos tours guiados, nos quais contam as grandes curiosidades do palácio e de seus habitantes.
Mas de onde será que vem esse apelido?
Beef em inglês é carne, eaters é “comedor”, “devorador”. A origem do nome não é consensual, mas há algumas explicações que dão alguns sinais de onde pode ter surgido essa alcunha incomum para um corpo de guardas reais.
Consta que a primeira referência ao nome foi feita pelo grande duque da Toscana Cósimo III de Médici. O nobre italiano, em visita à Londres no século 17, teria feito uma menção aos guardas da Torre notando que a ração diária de carne que eles comiam era particularmente grande, chamando-os de beefeaters.
O termo também pode ter sido derivado da denominação francesa “buffetier”, que era o nome dado aos guardas reais franceses que protegiam e testavam a comida dos reis da França (apesar de que essas não eram funções dos beefeaters ingleses).
Há também quem comente que, durante os tempos de guerra, esses soldados teriam direito a uma porção de carne maior do que os cidadãos londrinos normais.
A história da Torre de Londres
A história da Torre de Londres começa com William, o Conquistador, após a invasão normanda, em 1066. O Rei normando decidiu construiu fortificações por toda a Inglaterra para assombrar a população local e amealhar-lhes respeito e submissão.
Na época de sua construção, em 1078, a Torre de Londres era o prédio mais alto da cidade. Serviu a todos os propósitos possíveis até hoje, incluindo casa da moeda, local de tortura, palácio real, prisão, zoológico e muito mais.
Residência Real
No século 13, o prédio tornou-se residência real, quando o Rei Henrique III construiu ali edifícios palacianos. No século 14, os edifícios foram destruídos, e a Torre deixou de ser uma residência real.
Prisioneiros
Já ouviu a frase “Send him to the Tower”? Não? Que bom. Antigamente, ela significava que o desafortunado seria encarcerado na Torre de Londres. Mas essa ordem não era dada a qualquer um.
Apenas prisioneiros importantes passaram por aqui, e alguns deles foram executados. Na
Primeira Guerra Mundial, por exemplo, foram mortos na Torre onze espiões alemães. E, apesar de estar oficialmente fora de uso militar na Segunda Guerra Mundial, a prisão foi usada para enclausurar soldados inimigos. A última execução foi a do espião Josef Jakobs.
Esta foto abaixo é do Traitor’s Gate, por onde os prisioneiros mais afamados eram transportados de barco para dentro da Torre de Londres:
Literatura
Shakespeare, em sua peça Ricardo III, chamou a Torre de Londres de Torre Sangrenta e retratou o lugar como obscuro e sombrio, onde as torturas eram comuns.
Baixe o mapa da Torre de Londres
Arquitetura da Torre de Londres
O complexo é formado por duas muralhas concêntricas e edificações auxiliares que, junto com a torre principal de 27 metros de altura, definiram a sua configuração básica já no fim do século 13.
Ao longo dos séculos 13 e 14, foi adaptada para também abrigar instalações reais, constituindo uma espécie de “fortaleza-palácio” que se tornou um dos exemplares mais significativos e influentes da Europa nesse período.
Já durante os séculos 18 e, sobretudo, 19, o crescente interesse pelo passado medieval da Inglaterra gerou intervenções arquitetônicas que procuravam resgatar as feições originais do conjunto, remodelando e demolindo construções posteriores a esse período.
Com a sua reconstrução após as duas guerras mundiais, consolidou-se como uma das principais atrações turísticas do país. Em 1988, foi classificada como patrimônio histórico mundial pela UNESCO, devido a sua relevância histórica e arquitetônica.
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