Nunca antes na história do conflito humano tanto foi devido por tantos a tão poucos. Na verdade, “Never in the history of human conflict was so much owed by so many to so few”. A frase foi proferida em agosto de 1940 pelo então primeiro-ministro britânico Winston Churchill, em discurso no Parlamento. Afastado do centro de Londres, em Colindale, na Zona 4, o Museu da Força Aérea Real (Royal Air Force Museum) conta a história desses “few”.
Esse é o apelido dos combatentes da Força Aérea Real, a primeira força aérea independente (do Exército e da Marinha) no mundo. A Royal Air Force (RAF) foi criada pela Inglaterra no fim da Primeira Guerra, em 1918. Na época, tratava-se da maior força aérea do planeta.
Hoje, prestes a embarcar para o seu primeiro centenário, a RAF segue como uma das mais poderosas forças aéreas em ação e é lembrada por campanhas históricas, como a da Battle of Britain, de 1940, quando enfrentou a temida Luftwaffe, reprimiu durante quase quatro meses as investidas nazistas e frustrou os planos de Hitler, obcecado por invadir e subjugar Londres, último foco de resistência na Europa.
Visita ao Museu da Força Aérea Real
O Royal Air Force Museum não consta na maioria dos roteiros turísticos em Londres. A visita ao Museu da Força Aérea é para quem se interessa pela história das guerras nas quais a Inglaterra já se envolveu (Primeira e Segunda Guerra Mundial, Iraque, Malvinas, entre muitas outras), pela história da aviação e pela própria história da RAF. No primeiro caso, há que se lembrar ainda da existência de dois museus muito importantes, o Churchill War Rooms e o Imperial War Museum. A menos que você tenha um interesse específico pelos ares, esses dois museus devem aparecer antes no seu itinerário.
Ingresso: Gratuito
Onde: RAF Museum London, Grahame Park Way, London, NW9 5LL
Metrô: Colindale (Northern Line).
Horários: Diariamente, das 10h às 18h (entrada até 17h30)
Tempo no museu: no mínimo, 2 horas
O que você encontra no Royal Air Force Museum
O museu apresenta, principalmente, aeronaves utilizadas nos grandes conflitos nos quais a Inglaterra se envolveu em sua história. Além dos aviões (alguns deles inacreditavelmente gigantes), a exposição conta com outros destaques, como cartas de combatentes, equipamentos de proteção utilizados nas aeronaves, motores de diferentes períodos e fabricantes, fotos de momentos históricos, filmes explicando alguns aspectos da Battle of Britain e das Bouncing Bombs e até as instruções dadas aos combatentes britânicos em caso de captura pelas forças nazistas.
A primeira coisa que você verá no museu é um grande hangar repleto de aviões (alguns pelos ares, alguns no solo) e monitores com informações sobre cada um deles. Você pode tirar fotos, admirar um ou outro e buscar mais detalhes sobre alguns. Mas não se empolgue: esse é apenas o primeiro hangar – há outros quatro, com tantas ou mais aeronaves em cada um.
Conflitos
Para o visitante médio, que não tem tanto interesse por detalhes técnicos das aeronaves, a melhor maneira de se organizar mentalmente é dividir os aviões em conflitos: Primeira Guerra, Segunda Guerra, etc. Muitos, claro, foram usados em mais de uma guerra. Todas essas informações constam em placas próximas aos modelos.
Segunda Guerra
Um dos tópicos mais fascinantes entre todos os conflitos bélicos que a humanidade já vivenciou, a Segunda Guerra Mundial tem grande destaque no Museu da Força Aérea em Londres. Entre aviões, cartas, placas, objetos e informações diversas, confira cinco itens da coleção sobre o tema:
Keith Moon
Para o fã de The Who, o símbolo da RAF é o que mais vai chamar a atenção. Sim, você já viu essa imagem em diversas camisetas utilizadas por Keith Moon, o baterista mais louco do Rock, que esmurrava os pratos com uma técnica singular enquanto ditava o ritmo de Pete Towshend, John Entwistle e Roger Daltrey. (Nota paralela para esse fã hipotético: Keith Moon morreu em um apartamento em Londres, em Mayfair, em 7 de setembro de 1978.)
Conexão Real
Para o fã da Realeza, a monarquia tem laços tradicionais com a RAF. O Príncipe de Gales, Charles, e o Duque de Cambridge, William, já serviram. O Príncipe Harry ainda detém o posto de capitão e chegou a voar em duas missões no Afeganistão.
Mais destaques
Loja da RAF
A visita ao museu acaba na lojinha da RAF, que tem um monte de itens interessantes. Vale dar uma voltinha por aqui. Ó:
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