Que a economia da Inglaterra é uma das mais fortes do mundo, isso você provavelmente já sabe. Ao comprar algo em Londres, diante da necessidade de converter o valor dos artigos multiplicando por quatro, o visitante entende a dimensão dessa nação como uma potência global ?. Mas ela não se tornou o que é da noite para o dia.
Na Europa, a Inglaterra sempre teve um papel importante economicamente. Desde a Idade Média, com o fortalecimento do comércio através de rotas marítimas que começou no reinado do Rei Henrique VIII, até o período da Era Vitoriana, em que o Reino Unido enriqueceu significativamente conquistando terras nos quatro cantos do mundo, sua ascensão foi notável.
Mas como, entre guerras mundiais e conflitos internos, a Inglaterra foi capaz de se consolidar como um centro financeiro mundial? De que forma essa economia se fortaleceu ao ponto de ter, até hoje, uma das moedas mais fortes do mundo – mesmo diante de eventuais crises? É isso que vamos explicar melhor abaixo. ?
As bases da economia da Inglaterra
Nos primórdios da vida na Inglaterra durante a Era Medieval, entre os séculos 11 e 15, o principal produto a impulsionar as exportações do país para o restante da Europa era a lã. Fácil de entender, então, por que nos séculos subsequentes os ingleses desenvolveram um dos principais setores da indústria têxtil na Europa.
Vale lembrar, nesse contexto, que a Inglaterra foi um dos primeiros países do mundo a passar por uma Revolução Industrial, na segunda metade do século 18. Para compreender melhor sua ascensão em termos financeiros, cabe compreender o cenário anterior e posterior a esse acontecimento.
Economia da Inglaterra antes da Revolução Industrial
No século 17, a economia inglesa já estava em pleno desenvolvimento. O país se encontrava unificado, tinha uma situação política relativamente estável, estava livre de tarifas alfandegárias e possuía uma infraestrutura bancária bem estabelecida. Era o cenário perfeito para o desenvolvimento capitalista da Inglaterra.
Em meio à produção têxtil e exportação de carvão, a agricultura também se fortaleceu a partir do desenvolvimento de novas técnicas. Na zona rural, artesãos passaram a tecer e tingir tecidos de lã para sustentar financeiramente suas famílias, fornecendo a matéria-prima necessária para alavancar, de vez, o comércio nesse setor.
Tudo parecia estar funcionando em perfeita harmonia. Mas a infraestrutura terrestre precária de transporte dificultava o crescimento da indústria em grande escala. A solução encontrada pelos ingleses foi começar a construir canais e estradas de ferro. Abriam-se as portas para uma Revolução Industrial.
Economia da Inglaterra após a Revolução Industrial
No século 18 e início do século 19, a Inglaterra se consolidou como um verdadeiro centro industrial. Além de construírem rotas para comercializar seus produtos, os ingleses revolucionaram os processos da indústria, com invenções de maquinários que agilizavam a produção.
Ao mesmo tempo, a Revolução Industrial foi impulsionada pelo investimento do capital dos burgueses, que tinham interesse em aplicar verba em algo que pudesse multiplicar seus lucros. Assim, abriu-se espaço para novos mercados de produtos. Tudo isso, somado às rotas terrestres e marítimas estabelecidas para o comércio de tabaco e algodão, consolidou a Inglaterra como uma enorme potência econômica.
Economia da Inglaterra no século 21
Atualmente, a Inglaterra possui uma das moedas mais fortes do mundo: a libra esterlina, cotada acima do dólar e do euro. Mas é claro que muita coisa mudou desde a Revolução Industrial. As atividades do setor primário (agricultura, pecuária, pesca), hoje representam somente cerca de 2% do PIB do país.
A indústria também está encolhendo cada vez mais, principalmente por conta da dificuldade em competir com outros gigantes mercados mundiais, que acabaram fechando muitas estatais pela Inglaterra. Ainda assim, a fabricação segue responsável por cerca de 26% do PIB do Reino Unido e os ingleses mantêm um papel fundamental na indústria farmacêutica, química, automobilística e aeroespacial.
Mas o que, de fato, mantém a Inglaterra como uma das maiores potências mundiais atualmente? A resposta é o setor terciário, que engloba finanças e comércio. Os serviços, nas áreas de turismo, bancos e seguros, são os principais responsáveis por enriquecer o país. Eles empregam cerca de 80% dos ingleses. Além da importantíssima Bolsa de Valores de Londres, a cidade de Leeds abriga mais de 30 bancos (nacionais e internacionais).
Economia da Inglaterra depois do Brexit
Com o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, muitos economistas fizeram previsões acerca do impacto da decisão na economia britânica. As apostas sugeriam uma recessão imediata, mas por enquanto a situação não está tããão dramática. Em julho de 2016, inclusive, o setor de serviços ainda cresceu 0,4%.
Mas é claro que alguns impactos negativos também apareceram, com o aumento da inflação e a queda de cerca que chegou a 20% no valor da libra. Os pequenos empresários também estão menos confiantes e a perda de acesso ao mercado único sem impostos e tarifas comerciais entre os países da União Europeia pode dificultar ainda mais a situação para os britânicos.
Para os brasileiros, porém, a queda no valor da libra pode ser o momento ideal para investir em um intercâmbio ou uma viagem a Londres, já que a moeda está pesando menos sobre o real. Que tal? ?
E aí, gostou de aprender um pouco mais sobre a economia da Inglaterra? Deixe um comentário. ?