Por mais de 100 anos no trono, a dinastia Tudor marcou um dos períodos mais agitados de transformações no Reino Unido – e proporcionou alguns de seus acontecimentos mais marcantes, que hoje fazem parte dos livros de história. Os Tudors são simplesmente o maior símbolo da monarquia absolutista na Inglaterra. ?
Um fato interessante é que o primeiro Tudor a governar o país não herdou o trono por direito, mas sim por conquista. Essa história remonta ao período da Guerra das Duas Rosas (1455 e 1485), uma série de conflitos entre dinastias pelo trono da Inglaterra, que perduraram por 30 anos.
Quando Henrique de Tudor matou Ricardo III, deu fim à Guerra das Rosas na Batalha de BosworthField e recebeu a Coroa como Henrique VII, teve início o reinado da dinastia Tudor. Quer saber mais detalhes sobre a história dessa família que transformou a Inglaterra? Veja nosso resumão abaixo. ?
Os representantes da Dinastia Tudor
Já que são muitos os acontecimentos que permeiam o reinado dos Tudors, vamos aqui apresentar os principais monarcas dessa casa e suas principais ações como reis e rainhas da Inglaterra. Veja:
Henrique VII (1485-1509)
Filho de Edmund Tudor, Conde de Richmond e de Margareth Beaufort, Henrique VII foi quem estabeleceu as bases para o que viria a ser sua imponente dinastia no Reino Unido. A começar pela tensão com a Igreja.
Assim que assumiu a Coroa, o Rei tratou de garantir que ninguém poderia roubá-la. Fez isso convencendo o papa Inocêncio VIII a criar a chamada Bula da Excomunhão, uma espécie de pena espiritual para punir qualquer pessoa que tentasse tomar o trono inglês.
Na política interna, o Rei Henrique VII tomou medidas eficientes: reorganizou o exército, promovendo o comércio e a navegação, fez um tratado comercial com a Holanda e participou de diversas descobertas marítimas. Em seu reinado, já foi capaz de encher novamente os cofres do Tesouro Real.
Henrique VIII (1509-1547)
Filho de Henrique VII, é considerado um dos reis mais marcantes da história do Reino Unido. Afinal, foi ele quem lançou as bases para a criação da Igreja Anglicana. Embora tenha tido um importante papel da criação de uma burocracia estatal eficiente e moderna, que consolidou de vez o poder absoluto da monarquia inglesa, o interesse pela figura desse monarca se deu muito por sua vida particular.
Henrique VIII teve seis esposas. Foi do desejo de divórcio da primeira, Catarina de Aragão, para desposar Ana Bolena, que iniciaram os conflitos com o catolicismo romano. Aliando a vontade de diminuir o poder de Roma sobre a Inglaterra e a de ter uma nova mulher, fundou a Igreja Anglicana.
Se quiser saber mais sobre a história de Henrique VIII (vale a pena), espie este artigo: “O Rei Henrique VIII e sua obsessão por um herdeiro homem”.
Eduardo VI (1547-1553)
Filho de Henrique VIII e sua terceira esposa, Jane Seymor, o pequeno Eduardo se viu na posição de Rei da Inglaterra muito jovem, aos 9 anos de idade. Foi o primeiro rei inglês criado na doutrina do protestantismo. Enquanto esteve no trono, o país foi comandado por um Conselho Regencial, liderado inicialmente por Eduardo Seymour, seguido por João Dudley, 1.º Duque de Northumberland.
O reinado de Eduardo foi turbulento, marcado por dificuldades econômicas e agitações sociais. Mas, antes que atingisse a maioridade, o pequeno Rei Eduardo foi diagnosticado com uma doença terminal e faleceu em fevereiro de 1553.
Maria I, a “Bloody Mary” (1553-1558)
Filha de Henry VIII e de Catarina de Aragão, Maria sempre fora uma católica ferrenha – assim como sua mãe. Quando chegou à posição de Rainha, seu objetivo principal era claro: restabelecer as relações com Roma e o catolicismo na Inglaterra. Em 1555, se dedicou a decretar leis contra a heresia e reverter diversos outros decretos anti-católicos feitos por Eduardo VI e Henrique VIII (sim, seu pai).
Mas a caça aos protestantes não ficou só no papel. Durante o reinado de Maria, mais de 300 pessoas foram acusadas de heresia e queimadas na fogueira. Foi essa perseguição que rendeu a ela o título de “Maria Sangrenta”. Embora intenso, porém, seu reinado não durou muito: a monarca ficou doente e morreu no dia 17 de novembro de 1558, aos 42 anos.
Se quiser saber mais sobre a Rainha Maria, sugerimos este artigo: “Bloody Mary: a origem do drinque e a história da Rainha Maria I”.
Elizabeth I (1558-1603)
Filha de Henry VIII e sua segunda esposa, Ana Bolena, a Rainha Elizabeth I teve um longo e próspero reinado. Nos 45 anos em que esteve no trono, ela foi capaz de apaziguar os ânimos religiosos, republicando uma versão em inglês da Bíblia, vencer a Armada Espanhola que tentou depô-la e recuperar a posição da Inglaterra como uma futura potência mundial.
Seu reinado foi marcante por um período cultural efervescente na Inglaterra, com grandes dramaturgos como Shakespeare e Christopher Marlowe nos teatros. Elizabeth I faleceu em 24 de março de 1603, aos 69 anos, encerrando assim o ciclo dos Tudors no poder.
Como a dinastia Tudor transformou o Reino Unido?
Agora que você já sabe quem foram os Tudors que governaram a Inglaterra, já tem uma ideia melhor de como eles transformaram os rumos de sua história. Mas vale fazer uma breve síntese: foi durante o período em que estiveram no trono, que o país se estabeleceu como um dos maiores poderes de toda a Europa, assumiu o controle da Irlanda e expandiu seu domínio pela América.
Os Tudors também tiveram como marca de seu reinado o tumulto religioso, com as duas mudanças oficiais de religião e a criação da Igreja Anglicana, que resultaram no martírio de diversas vítimas: tanto católicos, quanto protestantes. Por outro lado, o reinado da Casa Tudor também está associado ao renascimento cultural da Europa, permeado por nomes como William Shakespeare e Edmund Spenser.
E aí, gostou de aprender um pouco mais sobre a história da Dinastia Tudor? Qual é o seu Tudor favorito? Conte para a gente nos comentários! ?