Família Real Britânica: uma instituição milenar

A Família Real Britânica é uma das instituições mais antigas da história humana. Embora hoje ostente mais pompa do que poder, a monarquia definiu os rumos do império até o fim do século 17 e, desde então, acompanhou tudo de perto, com sua fleuma, tradição e luxo, servindo de bastião da segurança para os britânicos e motivo de interesse e deslumbramento para milhões de visitantes de Londres, que ainda se amontoam em frente ao Palácio de Buckingham para assistir à Troca dos Guardas da Rainha.

Como entender a Família Real Britânica

A Família Real Britânica é o termo que designa os membros mais próximos da família do monarca do Reino Unido. Atualmente, a Sua Majestade é a Rainha Elizabeth II, que ostenta a coroa desde 1952. Ela é a monarca que sustenta o reinado mais longo de toda a história britânica com há 67 anos no trono, passando a sua tataravó, a Rainha Victoria que reinou por 63 anos.

Pela definição tradicional, a Família Real engloba o monarca, o seu cônjuge (Príncipe Philip), os viúvos ou viúvas de monarcas já falecidos (a Queen Mother, ou Rainha Mãe, faleceu em 2002, aos 101 anos de idade), os filhos (Príncipe Charles e seus irmãos, os príncipes Andrew, Edward e Anne), a atual esposa do futuro rei, Príncipe Charles (Camila), os netos (William e Harry, que são os filhos do Charles com a falecida e amada por muitos, princesa Diana) suas cônjuges (Katherine, a esposa de William, Meghan, a esposa de Harry), e os seus bisnetos (George, Charlotte e Louis, filhos de William, e Archie, filho de Harry).

Os poderes da Família Real

No início, os poderes da Família Real não tinha limites. O Rei podia aumentar impostos, gastar à vontade e cortar cabeças de todo mundo que discordasse de suas opiniões.

Carta Magna, assinada em 1215, foi o primeiro golpe no poder absoluto da Realeza. A partir de então, começou a se instituir e fortalecer o Parlamento, que gradualmente retirou poder dos monarcas. Em 1649, na guerra civil inglesa, a execução do Rei Charles I, o exílio de seu filho e a implementação da República deixaram bem claro que a Inglaterra não tinha mais espaço para uma monarca que não respeitasse seus súditos.

Roteiro em Londres

Hoje a Inglaterra e o Reino Unido têm um regime de monarquia parlamentarista, em que a Família Real e a Rainha Elizabeth II representam um papel muito mais simbólico do que executivo. O poder de fato é exercido pelo Primeiro-Ministro, que é escolhido pelo Parlamento.

Parlamento limita os poderes da monarquia. Foto: Mapa de Londres
Parlamento limita os poderes da monarquia. Foto: Mapa de Londres

Família Real Britânica, do Reino Unido ou da Commonwealth

Não é fácil de entender, mas vamos lá.

Quatro países fazem parte do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

A Rainha Elizabeth II é a monarca do Reino Unido e de outros 15 países da Commonwealth (a Comunidade das Nações, grupo de países que partilham de valores culturais).

Ou seja, não dá para dizer que a Família Real é só do Reino Unido nem das ilhas britânicas.

O termo “britânico” ainda causa muita confusão. As ilhas britânicas são um arquipélago que era parte do Império Britânico. Mas, com a extinção do império, muitos países buscaram e obtiveram uma completa independência em relação à Inglaterra e à Família Real.

As Ilhas britânicas incluem a Grã-Bretanha (onde estão Escócia, Inglaterra e País de Gales), a Irlanda (que se divide em Irlanda do Norte, parte do Reino Unido, e República da Irlanda, um estado soberano) e muitas outras ilhas menores.

Então, apesar de ser conhecida como Família Real Britânica, a Realeza não tem domínio nenhum sobre a República da Irlanda, por exemplo, que fica nas ilhas britânicas.

Apesar de todos esses detalhes, não há um jeito mais fácil de se referir à Família Real do que lhe adicionar o “Britânica” ao fim.

A linha de sucessão ao trono

A linha de sucessão ao trono do Reino Unido era determinada por descendência, legitimidade, gênero e religião. Desde 2011, a questão de gênero foi eliminada da equação.

Vamos ilustrar:

O Príncipe William é o segundo na linha de sucessão, após o seu pai, Charles, que é o filho mais velho da Rainha Elizabeth II. O primogênito do Príncipe William e Catherine é o Príncipe George. Ou seja, ele é o terceiro na linha de sucessão. Com a nova regra de 2011, se a primeira gravidez de Kate resultasse em uma menina, esta assumiria a ponta da linha de sucessão após seu pai, William.

Neste momento, por exemplo, a Princesa Charlotte, irmã do Príncipe George e filha mais nova de William, é a quarta na linha de sucessão. Mas, se o seu irmão mais velho ascender ao trono e tiver um filho, este assumirá o lugar dela na linha sucessória.

A família do Príncipe William. Foto: Royal Family
A família do Príncipe William. Foto: Royal Family, Chris Jelf

A Família Real Britânica já foi de diferentes dinastias (a mudança ocorre quando não há um descendente direto que seja legítimo para o trono). A atual é a House of Windsor, a Casa de Windsor. Mas você sabia que ela tem uma origem germânica oculta? Em 1917, antes da Primeira Guerra e diante de um grande animosidade em relação à Alemanha, o Rei George V mudou o nome da Casa Real de Saxe-Coburg and Gotha para o atual.

A tradição da Família Real Britânica

Veja alguns temas que ajudam a entender um pouco mais sobre a Família Real e sua importância na história britânica e mundial:

Palácio de Buckingham

Palácio de Buckingham. Fotos: Mapa de Londres
Palácio de Buckingham é um dos cartões postais de Londres, capital do Reino Unido. Fotos: Mapa de Londres

A residência oficial da Rainha Elizabeth II é o Palácio de Buckingham, que pode ser visitado durante o verão. No restante do ano, dá para conferir a Troca da Guarda em frente ao palácio. Como visitar o Palácio de Buckingham.

Troca da guarda em Londres

Troca da Guarda em frente ao Palácio de Buckingham. Foto: Mapa de Londres
Troca da Guarda em frente ao Palácio de Buckingham. Foto: Mapa de Londres

A Troca da Guarda é uma cerimônia militar que representa uma tradição em torno da proteção e da importância da Família Real. Há cerimônias em frente ao Palácio de Buckingham, em frente ao Palácio de St James, na Horse Guards e no Castelo de Windsor. Entenda a Troca da Guarda em Londres.

Os palácios de Londres

Hampton Court Palace - Mapa de Londres
Hampton Court Palace é um dos mais suntuosos palácios de Londres. Foto: Mapa de Londres

Londres é famosa por seus belos palácios, cuja história se relaciona intimamente com a do Reino Unido. Desde os primórdios da capital britânica, os palácios abrigam monarcas excêntricos, reuniões importantes e escândalos dos mais variados. Conheça os Palácios de Londres.

Parques Reais de Londres

Regent's Park é de tirar o fôlego no verão. Foto: Mapa de Londres
Regent’s Park é de tirar o fôlego em qualquer época do ano. Foto: Mapa de Londres

Os Parques Reais de Londres são áreas que no passado eram propriedade dos monarcas do Reino Unido e tinham acesso vetado aos súditos. Originalmente, serviam apenas para a recreação da Realeza. Mais tarde, foram abertos para a visitação do público. Conheça os Parques Reais de Londres.

Outros locais importantes para a Família Real Inglesa

  • Torre de Londres: Uma construção quase milenar que abrigou por muito tempo a família real;
  • Palácio de Kensington: Atualmente é onde mora o príncipe Willian e sua família. Esse lugar também já abrigou a família real inglesa nas décadas de 1960 e 1970.
  • Abadia de Westminster: É onde muitos casamentos da família real inglesa ocorreram, inclusive o casamento do príncipe Charles com a princesa Diana.

A Rainha Elizabeth II, Long Live The Queen

Rainha Elizabeth II - Mapa de Londres
Rainha Elizabeth II é a monarca do Reino Unido desde seus 25 anos de idade. Foto: Shutterstock

Coroada em 1952, a Rainha Elizabeth II é a monarca mais longeva a ocupar o trono em toda a história da Família Real. É a chefe de estado do Reino Unido e de outros 15 reinos da Commonwealth, como Austrália e Canadá. Ela superou em setembro de 2015 sua tataravó, a Rainha Victoria. Há muito tempo é uma certeza em um mundo de dúvidas e inquietações.

Leia:

15 fatos sobre a Rainha Elizabeth II

A jornada de Elizabeth até o trono

Príncipe William, o segundo na linha de sucessão

Príncipe William
Casamento de William e Catherine Middleton mobilizou o Reino. Foto: Shutterstock

O Príncipe William, o Duque de Cambridge, é o segundo membro da Família Real Inglesa na linha de sucessão ao trono, atrás de seu pai, o Príncipe Charles. William é o filho mais velho da Lady Diana, que morreu em um trágico acidente de carro quando ele e seu irmão Harry eram crianças. Ao lado de sua esposa, Kate, e seus dois filhos, George e Charlotte, possui carisma e popularidade muito maiores do que seu pai. Conheça a jornada de William.

Príncipe Charles, o futuro Rei

Príncipe Charles
Príncipe Charles e sua esposa, Camilla. Foto: Shutterstock

O Príncipe Charles, o Príncipe de Gales, é o filho mais velho da Rainha Elizabeth II e o herdeiro direto do trono.  Tem 67 anos, é casado com Camilla Parker Bowles e é pai do Príncipe William e do Príncipe Harry. Devido ao seu relacionamento e divórcio complicado com Lady Diana, perdeu a pouca popularidade que detinha. Por isso, é um dos membros da Família Real Inglesa que tem mais restrições dos súditos. Veja a trajetória do Príncipe Charles.

Royal Warrant da Família Real

Garantias Reais
A Família Real Inglesa oferece um selo de qualidade para produtos que aprova e consome. Foto: Mapa de Londres

A monarquia é uma instituição milenar e tem respeito e prestígio em todo o mundo. Você já imaginou associar uma marca, produto ou serviço à Realeza? Bem, isso é possível. Os Royal Warrants of Appointment são uma espécie de selo de Garantia Real. A regalia é concedida a quem presta serviços – não necessariamente gratuitos – à Rainha, ao Duque de Edimburgo ou ao Príncipe de Gales por um período mínimo de cinco anos, alcançando a satisfação da monarquia. Saiba mais sobre a Garantia Real.

Foto: V. Travi, MdM
Foto: Mapa de Londres

Rei Charles I e a Queda da Monarquia

Como a maioria dos Reis até então, Charles I, segundo filho de James I, acreditava que o soberano era designado por Deus para comandar o império. E sem a ajuda do parlamento. Por isso, lutou contra todo mundo que colocava sua aspiração celestial em dúvida e foi decapitado em frente ao Palácio de Whitehall em um período de exceção na história da Família Real e da monarquia britânica. Saiba mais.

 

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