Mais de 125 anos depois, Sherlock Holmes ainda é um dos personagens mais queridos de Londres. Abaixo, você descobrirá como era a Londres do detetive e como você poderá encontrar um pouquinho dela atualmente na capital britânica.
Sherlock Holmes não parou no tempo. Ao longo dos anos, o detetive já foi incorporado por mais de 75 atores em mais de 200 filmes. Em 2009, um longa de Guy Ritchie, com Robert Downey Jr. e Jude Law nos papéis de Holmes e Watson, virou blockbuster. A sequência também fez um sucesso enorme. Atualmente, duas séries, Sherlock e Elementary, retratam as histórias criadas pelo escocês Sir Arthur Conan Doyle em 1887.
Sherlock Holmes, personagem de Londres
É engraçado que uma cidade como Londres tenha uma figura fictícia como um de seus personagens mais conhecidos. Ainda hoje, carteiros britânicos lidam com mensagens destinadas a 221b Baker Street, onde residia Sherlock Holmes. Só que esse endereço nunca existiu. O lar do detetive e de seu companheiro Dr. John Watson surgiu no fim do século 19 na literatura e, desde então, povoa o imaginário de seus leitores.
Quando as primeiras histórias foram publicadas, os endereços na Baker Street não chegavam ao número 221. Mais tarde, porém, a rua se expandiu. Em 1932, a Abbey National Building Society se mudou para o endereço 219-229 Baker Street. Por muitos anos, a sociedade manteve uma secretária para responder cartas endereçadas a Sherlock Holmes. Em 1990, a tradicional placa azul, que registra a ligação entre lugares em Londres e pessoas ou eventos famosos, foi instalada no Sherlock Holmes Museum, 237-241 Baker Street, onde há uma réplica da residência do detetive.
Onde encontrar Sherlock Holmes em Londres
A primeira parada é a estação de Baker Street (Circle, District, Jubilee, Bakerloo, Metropolitan e Hammersmith & City Line). Nela, saindo do trem, você encontrará, nas paredes, murais em alusão a Sherlock Holmes e seu cachimbo. Na saída da estação, você verá uma grande estátua de bronze em homenagem ao detetive.
Logo ao lado, na Baker Street, encontra-se o Museu de Sherlock Holmes, que recria com perfeição a residência de Holmes e Watson. Nele, você vê objetos que marcaram as histórias e entra nos cômodos arrumados pela Senhora Hudson. Não deixe de visitar a lojinha ao lado, que guarda alguns souvenirs muito interessantes para os fãs. Veja como visitar o museu.
E pertinho, veja no mapa, na 2 Devonshire Place, está a casa onde se localizava o consultório de Conan Doyle.
Na vizinhança, o Museu de Cera Madame Tussauds não tem quase nada a ver com Sherlock Holmes, mas abriga uma estátua de cera de Robert Downey Jr. como o detetive e objetos da história à mostra.
De volta à estação, pegue o metrô para Charing Cross (Northern Line e Bakrloo Line). Trafalgar Square, ao seu lado, serviu de cenário para trechos dos livros, dos filmes e das séries. Agora desça a Northumberland Ave para encontrar o Sherlock Holmes Pub, completamente dedicado à temática. Veja no mapa
Outros locais:
Lyceum Theatre (Signo dos Quatro)
Royal Opera House (Diversos)
British Museum (Onde Holmes pesquisava antes do Google)
St Paul’s Cathedral (Cenas do filme de 2009)
Tour a pé
Para um tour completo pelos locais relacionados a Sherlock Holmes, recomendamos a London Walks, a mais tradicional empresa de tours a pé em Londres (em inglês). O tour ocorre toda sexta, 14h, com saída da estação de Embankment (Circle, District, Bakerloo e Northern Line). Custo: 9 libras, pagas na hora para o guia. Saiba mais
Como era a Londres de Sherlock Holmes
Os mistérios, as investigações e peregrinações de Holmes se situam na fase final da Londres Vitoriana. Mais precisamente, entre as andanças frenéticas de Charles Dickens e a matança promovida por Jack, o Estripador. Presume-se que o detetive tenha nascido em 1854. O Palácio de Westminster, destruído por um incêndio, estava sendo reconstruído, e a Tower Bridge nem existia ainda. Pelas ruas, circulavam os primeiros automóveis. As vias eram escuras, amparadas apenas por luminárias a gás.
Os automóveis ainda eram uma novidade assustadora. Por isso, a Lei da Bandeira Vermelha, de 1865, obrigava que, à frente de todo automóvel em locomoção, houvesse um homem tremulando uma bandeira vermelha durante o dia e uma lanterna acesa durante a noite, a fim de alertar a todos da máquina letal que se aproximava. Além da sinalização, os carros tinham de se submeter ao limite de velocidade: 2 milhas por hora (aproximadamente 3,2 km/h).
Mas havia muitas outras novidades à época, pois o império britânico era a maior potência do mundo. A Inglaterra entrava na segunda Revolução Industrial. E Londres era a capital dessa combustão econômica e mecanicista. A população da cidade, a maior do mundo, passou de 1 milhão em 1800 para 6,7 milhões em 1900.
Devido principalmente à densidade populacional à época, o biógrafo de Dickens, Peter Ackroyd, aponta: “Se uma pessoa do fim do século 20 se encontrasse subitamente em uma taverna daquele período, ela ficaria literalmente doente – doente pelos cheiros, doente pela comida, doente com a atmosfera ao seu redor”.
Nessa época, o departamento de investigação da Metropolitan Police, a Scotland Yard, ainda engatinhava. Por isso, faz sentido que um detetive arguto tivesse de auxiliar a Scotland Yard e o inspetor Lestrade. A ciência forense era incipiente: não se faziam exames de DNA, não se tiravam impressões digitais (papiloscopia) e se acreditava em superstições diversas, como fotografar os olhos das vítimas para descobrir as últimas cenas vistas por elas.
Confira
Visitando o Museu de Sherlock Holmes