Através de filmes, notícias, séries ou livros, você já deve ter ouvido falar na Scotland Yard, que se refere à Polícia Metropolitana de Londres, a Metropolitan Police. A força policial da capital da Inglaterra é tão imponente e histórica que se difundiu pela cultura popular e ficou conhecida ao redor do globo.
Fundada em 29 de setembro de 1829, a Scotland Yard é a instituição policial mais antiga do mundo ainda em atuação. O nome tem relação com a antiga localização do prédio. A rua dos fundos, através da qual o público era capaz de acessar a sede, se chamava Great Scotland Yard.
7 curiosidades sobre a Scotland Yard
Quer saber mais sobre a Scotland Yard? Nós separamos sete curiosidades sobre a sua história:
1. Reputação na ficção
Depois da Primeira Guerra Mundial, a reputação da Polícia Metropolitana de Londres sofreu um impacto. Nos filmes e romances, os detetives da força eram retratados como amadores de alta classe. Exemplos podem ser observados em obras de Dorothy L. Sayers e Agatha Christie.
2. Técnicas de investigação
Quando a Scotland Yard surgiu, não havia departamento de investigação. Eram apenas policiais uniformizados que ficavam rondando as ruas em busca de arruaceiros e criminosos. No fim do século 19, na época dos assassinatos de Jack, o Estripador, a polícia de Londres não tinha exames de DNA, não tirava impressões digitais (papiloscopia) e acreditava até em superstições diversas, como fotografar os olhos das vítimas para descobrir as últimas cenas vistas por elas (possivelmente, do assassino).
3. Sede
O quartel-general original, na Great Scotland Yard, foi transferido em 1890 para Victoria Embankment, e passou a ser conhecido como New Scotland Yard. Em 1967, uma nova mudança, mas o mesmo nome: daquele ano até 2016, a sede se situava no 8-10 Broadway, também chamada de New Scotland Yard. Neste ano, a força policial vai se mudar para Curtis Green, ali perto, e cortar o “new” de seu apelido.
4. Armas de fogo
Uma curiosidade interessante é que, via de regra, a força policial de Londres não utiliza armas. A maioria dos oficiais que fazem vigia pela cidade andam apenas com spray de pimenta, cassetete e, em alguns casos, taser. Somente em caso de necessidade, é solicitado reforço ao grupo de profissionais autorizados a utilizar pistolas ou metralhadoras.
5. Capacetes
Os capacetes dos policiais da Scotland Yard ficaram famosos ao longo dos anos e de suas aparições em filmes e seriados de televisão. Eles fazem parte do equipamento de trabalho da polícia desde 1863. A versão atual dos capacetes é esta aqui abaixo:
6. Bobbies
No início de sua atuação, em 1829, os policiais da Metropolitan Police eram conhecidos como “Bobbies”, em alusão ao criador da força policial, Robert Peel.
7. City of London
A Metropolitan Police é a força policial de Londres, mas há uma parte da cidade que não pertence a sua jurisdição. O berço histórico e distrito financeiro da capital, a City of London, conta com a sua própria polícia. E não é de hoje: lá no século 19, acredita-se que Jack, o Estripador tenha utilizado esse conhecimento para confundir os policiais. Ele alternava assassinatos dentro e fora da City of London, para que os investigadores das duas polícias, que não compartilhavam todas as informações, tivessem ainda mais trabalho para descobrir sua identidade.
Scotland Yard: história e cultura popular
A criação da Scotland Yard muito teve a ver com a expansão britânica no período da Revolução Industrial (1829). A capital da Inglaterra, além de um grande centro político e marítimo, consolidou-se como uma potência mundial. Assim, uma metrópole tão agitada, cercada de crimes e vícios, precisava de uma força policial.
Categoria especial de policiais
Ao longo da história, a Scotland Yard se tornou símbolo de proteção aos cidadãos e pessoas públicas pelas ruas da cidade, através de diferentes estratégias, como as patrulhas comunitárias. Pela primeira vez, em 1842, agentes policiais à paisana passaram a monitorar os quatro cantos de Londres.
No começo, algumas pessoas até se sentiam desconfortáveis pela presença dos “espiões” da Scotland Yard. Mas, com o tempo, a população em geral passou a confiar no trabalho da Polícia Metropolitana.
Um artigo da BBC reforça que algumas dessas características e ações marcantes fizeram com que a imagem da Scotland Yard, na mente do público, fosse concebida como uma categoria especial de policiais. Os agentes são considerados detetives, peritos profissionais para a investigação de transgressões violentas e assassinatos.
Foi assim que a história da Scotland Yard começou a se enraizar no imaginário e na cultura popular. Detetives da polícia passaram a aparecer na ficção, a exemplo do Inspector Bucket na obra Bleak House (1853), de Charles Dickens, e do Sargento Cuff, em The Moonstone (1868), de Wilkie Collins.
Abalo na reputação da Scotland Yard
No início, os agentes fictícios de Yard eram retratados quase como super-heróis, capazes de resolver os casos mais complicados. Mas isso mudou a partir de 1887, quando Arthur Conan Doyle publicou “A Study In Scarlet”, a primeira história sobre Sherlock Holmes.
Nela, a reputação dos investigadores já aparecia mais batida. Claro: caso contrário, Sherlock não precisaria existir. Na figura do Inspector Lestrade, a polícia londrina é retratada como bem intencionada, porém sem muita graça ou imaginação para resolver crimes.
Nesse período, a constatação de que na vida real a Scotland Yard não era tão eficiente quanto no imaginário foi reverberada pelos – até hoje – não solucionados casos de assassinatos em série de Jack, o Estripador (1888). Foi um grande abalo para a reputação da força policial de Londres.
Hoje, porém, com um moderno sistema de vigilância e monitoramento por vídeo que compreende os quatro cantos da capital britânica, a Scotland Yard é considerada uma das mais eficientes forças policiais do mundo. E aí, o que achou dessa história? Qual é sua obra de ficção favorita que envolve a polícia londrina? Comente!