Brasileiros que viajarão a Londres para as Olimpíadas, na metade deste ano, já devem começar a comprar libra esterlina. Embora a cotação deva se manter estável nesse período, entre R$ 2,70 e R$ 2,80 nos indicadores, o aumento da procura nas semanas que antecedem os Jogos pode levar a uma escassez da moeda no mercado e à consequente valorização da divisa, alerta Alfredo Meneghetti Neto, economista da Fundação de Economia e Estatística e professor da PUCRS, de Porto Alegre.
– O ideal é que essa preparação, esse planejamento comece no mínimo seis meses antes da viagem – orienta o economista. – O turista pode se valer de Visa Travel Money e adquirir uma quantia em espécie. Essa compra deve ser feita o mais rápido possível para quem tem o propósito de acompanhar as Olimpíadas.
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A tendência para os próximos meses não indica uma desvalorização maior do pound, ou seja, não haveria vantagem em esperar mais. Essa desvalorização só ocorreria, segundo o economista, em caso de um evento trágico nas Olimpíadas ou na economia britânica. Um estudo recente da Universidade da Coruña, na Espanha, simula a resistência das principais moedas em um teste de movimento extremo de preços no mercado de câmbio. Nele, a libra esterlina seria a mais afetada.
– Vamos supor que, durante as Olimpíadas, aconteça um atentado em uma estação de metrô. A gente sabe da qualidade da Scotland Yard, uma das polícias mais preparadas do mundo. Mas vá que aconteça. O estudo mostra que, nesse caso, a libra, completamente desvinculada do euro e da política econômica europeia, tende a não resistir e sofrer acentuado declínio – salienta o economista.
Por isso, compre logo suas libras e torça pela eficiência da Scotland Yard.
Outras moedas
Não foi só em relação ao Real que a libra esterlina perdeu força. Em relação ao dólar americano, a libra teve recuo de 30% desde o início da crise imobiliária de 2008. Em relação ao euro, o Pound perdeu 17%. De acordo com analistas consultados pelo Daily Mail, estas são algumas das razões para a desvalorização da moeda britânica:
– O Reino Unido saiu da crise de 2008 mais vagarosamente do que o restante da Europa e os Estados Unidos
– Os juros básicos da economia, em 0,5%
– O crescente déficit público da economia britânica
– A provável intenção do Banco da Inglaterra em manter a moeda desvalorizada para sustentar e alavancar as exportações.