Você tem alguma ideia de quem foi Oliver Cromwell? Até hoje, as ações desse personagem chave na história do Reino Unido proporcionam intensos debates. Principalmente por ter protagonizado um dos episódios mais relevantes da história da Inglaterra: a Revolução Puritana, ou simplesmente Guerra Civil Inglesa (1642-1651). ⚔
Mas, antes de chegar à parte do conflito, vamos recapitular: de onde veio Oliver Cromwell? Que papel ele assumiu na política da Inglaterra? Quais foram suas motivações religiosas? De que forma suas ações resultaram em mudanças no país? É sobre isso que vamos falar a seguir. ?
Preparado para um mergulho na história?
Quem foi Oliver Cromwell?
Nascido em 25 de abril de 1599, em Huntingdon (Inglaterra), Oliver Cromwell era filho de um pequeno proprietário rural. Desde cedo, foi educado dentro das premissas da religião puritana – como é chamada a religião calvinista no país. Durante a Reforma Protestante, inclusive, sua família teve algumas terras confiscadas pelo Estado.
Entender todo esse contexto é importante para compreender melhor os acontecimentos futuros. Na vida adulta, Cromwell se tornou um adversário fervoroso: tanto do anglicanismo, quanto do catolicismo, quanto do poder real. Em 1628, foi eleito para a Câmara dos Comuns e passou a integrar o Parlamento Inglês.
Agora, imagine: Cromwell entrou para o Parlamento justamente quando quem ocupava o trono era ninguém menos que o Rei Carlos I (Dinastia Stuart), um absolutista opressor que desejava concentrar todos os poderes legislativos, executivos e judiciais do país para si. E pior: ainda impunha a religião anglicana aos presbiterianos escoceses.
Tudo aquilo que Cromwell desprezava estava personificado na figura do Rei. A situação ficou ainda mais tensa em 1629, quando Carlos I decidiu dissolver o Parlamento e governar o país autocraticamente, em um regime que perdurou até o ano de 1640 e ficou conhecido como “tirania dos onze anos” (1629-1640).
O Parlamento só voltou a ser convocado pelo Rei quando, em 1640, ele se viu impossibilitado de vencer o exército escocês que ocupou o norte do país revoltado com as tentativas do monarca de impor o anglicanismo sobre ele. Foi assim que Cromwell retornou à Câmara dos Comuns. Mas você pode imaginar que o clima não era nada bom.
As exigências do Parlamento entravam em conflito com as do Rei até que, em 1642, a situação chegou ao limite. Convencido de que era um instrumento de Deus, Cromwell decidiu organizar um exército. Estavam estabelecidas as bases para a Guerra Civil, que eclodiu naquele mesmo ano.
O papel de Oliver Cromwell na Guerra Civil Inglesa
É impossível negar que Oliver Cromwell foi um exímio líder militar. Em 1643, ele criou o lendário regimento de cavaleiros chamado “Ironsides”. Esses soldados são lembrados, até hoje, por sua disciplina e fanatismo religioso. De chefe militar, o político foi promovido ao cargo de General e derrotou as tropas do rei na batalha de Marston Moor.
Durante a Guerra Civil, Cromwell também foi capaz de convocar um novo tipo de exército – que ficou conhecido como “New Model Army”-, composto por camponeses, artesãos e pequenos nobres burgueses. O conflito não era apenas entre Rei x Parlamento, mas também agregava outras questões, como as motivações religiosas (puritanos x anglicanos).
Exímio no campo de batalha, o exército de Cromwell venceu a Batalha de Naseby, em 1645, e o Rei se viu obrigado a fugir para a Escócia. Em 1648, porém, foi capturado pelas tropas de Oliver e trazido de volta para Londres – o que tornou o líder religioso um vencedor incontestável da Guerra Civil.
Vitorioso, Cromwell submeteu o Rei Carlos I a um tribunal, que o condenou à morte. Ele foi decapitado em 30 de janeiro de 1649. Em 1654, o protagonista da Guerra Civil promulgou uma lei unificando Inglaterra, Escócia e Irlanda em um único Estado – a “Commonwealth”. Pela primeira vez, a monarquia era dissolvida e a Inglaterra tornava-se uma República.
Ascensão e queda de Cromwell
No novo modelo de governo instaurado por Cromwell, o poder executivo seria exercido por um Conselho de Estado formado por parlamentares – e ele seria seu presidente. Mas é aí que a história fica interessante: quando essa nova política começou a receber oposição (tanto de conservadores, quanto de populares), o político decidiu dissolver o Parlamento e se autointitular Lorde Protetor dos Ingleses.
Meio autoritário, não é? Pois é, daí que vêm as principais críticas à figura de Cromwell. Ele lutou para acabar com a monarquia, mas quando chegou ao poder, se tornou uma espécie de ditador: apesar de opor resistência aos privilégios da nobreza, concentrou todos os poderes para si, dissolveu o Parlamento e promulgou leis que ditavam costumes a partir dos preceitos do puritanismo.
O governo de Cromwell, porém, não durou muito. Em 1658, ele foi encontrado morto, vítima de uma febre ou, conforme alguns acreditam, de envenenamento. Então seu filho, Ricardo, foi quem assumiu o poder. Com a insatisfação geral dos ingleses, porém, ele perde o posto em 1660. E o que acontece? Se você chutou que a monarquia é restaurada, acertou.
Quem volta a assumir o poder, então, é Carlos II: sim, o filho do antigo rei decapitado. A Guerra Civil foi apenas um capítulo de todas as batalhas travadas entre Monarquia e Parlamento. Se você quiser entender melhor a história completa, sugerimos que leia nosso artigo sobre o período em que a Dinastia Stuart governou a Inglaterra: “Dinastia Stuart e as revoluções inglesas”.
Então, descobriu quem foi Oliver Cromwell? Já conhecia a história dele? Conte para a gente nos comentários. ?