Você certamente já sabe quem foi Charles Darwin. E não é à toa que ele aparece nos livros de biologia e história. Nascido no ano de 1809, em Shrewsbury, esse naturalista inglês ajudou a mudar os rumos da humanidade. O que talvez você não saiba é o impacto que isso teve na vida dele – e em sua história.
Hoje, quando vemos filmes ou séries de época relacionadas à Europa, fica evidente: durante séculos, foi a religião que dominou e ditou os costumes, as práticas e os comportamentos da sociedade no continente. A ciência era vista com maus olhos. A explicação para todos os fenômenos do mundo tinha relação com o divino – inclusive a própria existência humana.
Até que Darwin ousou quebrar os paradigmas e afirmar: o ser humano é resultado de um processo evolutivo, e não uma criação divina. Mas como ele chegou a essa conclusão? Quais foram as consequências? É isso que iremos desvendar agora. ?
Quem foi Charles Darwin, autor da Teoria da Evolução
Se tivesse cumprido o desejo de seu pai, Charles Darwin teria se tornado clérigo da Igreja da Inglaterra. Foi com esse objetivo que ele partiu para a Universidade de Cambridge, aos 16 anos, para fazer um Bacharelado em Artes. Mas a religião nunca despertou a paixão do jovem, que desde pequeno fora um colecionador apaixonado pela natureza.
Precisamente em 31 de dezembro de 1831, Darwin abandonou a vida religiosa e aceitou um convite do botânico John Stevens Henslow para participar de expedição científica a bordo do navio Beagle. O início de uma jornada transformadora, que tinha por objetivo mapear a costa da América do Sul.
Descobertas a bordo do Beagle
Durante cinco anos, Darwin navegou pela costa do Pacífico e sul da América, aportando em diversos continentes e ilhas – inclusive no Brasil. Durante o percurso, exerceu funções de botânico, zoologista e geólogo, documentando coleções de rochas e plantas, além de espécies e fósseis de animais.
Em uma parada nas ilhas Galápagos, o pesquisador fez uma descoberta importante. Ao analisar os diferentes grupos de pássaros, percebeu que cada ilha resguardava uma espécie diferente, adaptada de acordo com as características do ambiente onde vivia. Uma compreensão que embasou a teoria da Seleção Natural.
Darwin percebeu que características favoráveis ao ambiente tornam-se mais comuns em gerações sucessivas de uma população de organismos que se reproduzem, ao mesmo tempo em que as características desfavoráveis hereditárias tornam-se menos comuns. Eis a base para a evolução das espécies.
A Origem das Espécies
Quando regressou à Inglaterra, em 1836, Darwin estava munido de diversos registros documentados sobre as observações feitas a bordo do Beagle. Assim, ele passou a descrever suas teorias sobre porque as espécies se modificam com o passar do tempo e algumas, inclusive, desaparecem.
O gênio naturalista sabia que sua teoria seria bastante controversa. Por isso, guardou suas ideias somente para si e seus amigos mais próximos, até 1858. Foi nesse ano que Darwin descobriu que outro naturalista, Alfred Russel Wallace, estava desenvolvendo uma teoria semelhante sobre a evolução das espécies.
Para não perder o crédito por suas descobertas, então, Charles Darwin lançou o controverso livro “A Origem das Espécies” – que até hoje é a explicação científica dominante para a diversidade de espécies no mundo.
Charles Darwin: impacto na religião
O livro “A Origem das Espécies” foi um sucesso. Mas isso não significa que foi bem aceito, especialmente no campo religioso. Ao introduzir a ideia de que os seres humanos são apenas a evolução de seus ancestrais comuns, por meio de seleção natural, ele confrontou o pensamento de que estes foram criados à semelhança de Deus.
Invariavelmente, Darwin implementou a ideia de que não há nada de especial sobre os seres humanos, que são apenas mais uma espécie adaptada ao meio. Essa constatação também pesou para ele, que foi criado em uma família abastada e tradicional, dentro de crenças religiosas.
O confronto entre sua tese científica e a religião apareceu para Darwin em alguns dos momentos mais críticos de sua vida: dos 10 filhos que teve, três morreram ainda na infância. O falecimento prematuro de sua filha Annie, aos 10 anos, foi uma das perdas mais marcantes para o biólogo, que chegou a desenvolver Síndrome do Pânico.
Charles Darwin morreu em 19 abril de 1882, vítima de um ataque cardíaco. Suas descobertas foram tão revolucionárias, que até ele próprio chegou a questioná-las. Hoje, porém, sua tese científica é incontestável. Mesmo com teorias contrárias à religião, o cientista foi enterrado na abadia de Westminster, próximo a Isaac Newton.
A vida do pesquisador foi retratada em filmes como “A Criação” e “O Desafio de Darwin”, ambos de 2009. Vale a pena assistir 😉
E aí, entendeu um pouco melhor quem foi Charles Darwin e quais foram suas contribuições para a ciência? Já conhecia a história desse lendário cientista inglês? Deixe um comentário 😀