A London Bridge foi a primeira ponte de Londres. A primeira versão dela surgiu ainda na época dos romanos, quase 2 mil anos atrás. Mesmo assim, é confundida com uma ponte bem mais recente, a Tower Bridge, um dos principais pontos turísticos da capital britânica.
London Bridge não é Tower Bridge
Por que a confusão? Ela decorre de três instâncias: a proximidade, a importância e o nome.
As duas pontes localizam-se bem perto uma da outra. A London Bridge se situa entre a Cannon Street Railway Bridge e a Tower Bridge. Ela atravessa o Rio Tâmisa para conectar a City of London e a Southwark. A London Bridge tem maior importância histórica, pois sua primeira versão foi erigida ainda pelos romanos.
Mas a Tower Bridge tem maior importância turística, devido ao seu apelo visual. E o nome das duas contém “Bridge”, o que pode ser terrivelmente confuso para o turista desavisado.
> Veja a localização das duas pontes
Para chegar: as estações Monument e London Bridge estão, respectivamente, no lado norte e sul da ponte.
A primeira London Bridge
Os primeiros traços de uma ponte onde hoje se localiza a London Bridge surgiram por volta do ano 50 DC. Os romanos erigiram ali uma ponte de madeira, para fins militares. Nos anos seguintes, outras versões mais modernas foram construídas, até que os romanos abandonaram Londinium (como a cidade era chamada).
Muitos anos depois, por volta de 1000 DC, os saxões resolveram reconstruir a ponte. O intento, porém durou pouco, pois logo um navio a derrubou. Novas versões surgiram e logo caíram, devido a um tornado e a um incêndio.
Casas ao longo da ponte
Uma nova ponte, maior e feita de pedra, foi completada no reinado de John, em 1209. O Rei permitiu que, ao longo da ponte, fossem construídas casas. Assim, em pouco tempo, os dois lados da ponte estavam tomados por lojas, o que deixava pouco espaço para o fluxo de pedestres e charretes. Em certos momentos do dia, levava-se uma hora para se realizar a pé a travessia. Por isso, a maioria dos pedestres preferia utilizar um ferry para chegar ao outro lado do rio.
Cabeças ao longo da ponte
Durante cerca de 300 anos, uma cena estarrecedora para os padrões atuais era comum na ponte: em estacas, as cabeças de traidores executados eram exibidas para os transeuntes. Em 1598, um visitante alemão passou pela Ponte de Londres e contou mais de 30 cabeças à mostra. A prática foi abolida em 1660, após a restauração da monarquia, no reinado de Charles II. Alguns anos depois, as lojas e casas que povoavam a ponte também foram proibidas.
8 mil pedestres por hora
No século 19, ficou aparente a necessidade de uma nova ponte. A antiga contava quase 600 anos de idade. A nova Ponte de Londres foi construída 30 metros a oeste da original, com com cinco grandes arcos de pedra. A inauguração ocorreu em 1 de agosto de 1831. Em 1896, estimou-se que a ponte era o local com a maior densidade de pessoas na capital britânica, com 8 mil pedestres e 900 veículos atravessando por hora. Menos de 100 anos depois da inauguração, em 1924, o lado leste da ponte encontrava-se 9 cm mais baixo do que o oeste. Decidiu-se, então, construir uma nova ponte.
London Bridge à venda
Um parlamentar genial teve a ideia: vender a ponte. E encontrou um comprador: Robert P. MucCulloch, que desembolsou quase 2,5 milhões de dólares pela estrutura. Cada peça foi numerada e enviada por navio para o Arizona, onde todas foram reunidas em uma ponte que atravessa o Lago Havasu City.
Versão atual da ponte
A ponte atual foi inaugurada pela Rainha Elizabeth II em 17 de março de 1973. Ela foi construída para ter uma vida duradoura e para se manter completamente funcional. Assim, poucos ornamentos podem ser vistos. Talvez esse seja o motivo de ela ser relegada na preferência dos turistas.
Mas aqueles que conhecem sua história pelo menos tiram uma foto e imaginam com algum assombro onde ficavam as cabeças dos traidores executados antigamente…
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