Wanderlust: inspire-se na Volta ao Mundo em 80 dias de Mr. Fogg

Volta ao Mundo em 80 Dias
Capa do original. Foto: Domínio Público

Você concorda que é impossível ler a história da Volta ao Mundo em 80 Dias, romance de Júlio Verne, e não sentir a empolgação tomar conta? A obra desperta aquela vontade crescente e indescritível de largar tudo, fazer as malas e partir rumo ao desconhecido.

O termo wanderlust, de origem germânica, descreve um desejo irrefreável de vagar pelo mundo sem propósito exato, apenas para a descoberta de algo novo. Ele expressa bem o que queremos dizer ao mergulhar no universo do livro.

Se identificou? Então aproveite para recordar conosco os destinos percorridos por Mr. Fogg, o personagem dessa aventura que se passa no fim do século 19. Mas é bom avisar: vai ser difícil não começar a planejar sua próxima viagem

Volta ao Mundo em 80 dias: a história

Lançado em 1873, o livro conta a história de Phileas Fogg, um refinado cavalheiro inglês com uma vida absolutamente entediante. Seus dias eram resumidos em jogos de carta e leituras de jornais no clube londrino Reform Club.

Ilustração da aposta de Fogg, por Alphonse de Neuville e Léon Benett. Foto: Domínio Público
Ilustração da aposta de Phileas Fogg, por Alphonse de Neuville e Léon Benett. Foto: Domínio Público

Até que a notícia de um roubo a banco resulta em uma aposta ousada. Para espanto de seus companheiros de carta, Fogg estima que, àquela hora, considerando os avanços do transporte na época, os ladrões poderiam estar em qualquer lugar do planeta. Diante da incredulidade dos cavalheiros, afirma que ele mesmo seria capaz de rodar o mundo em 80 dias.

Assim foi lançado o desafio, com 100 milhões de libras em jogo. Só que, no período vitoriano, pegar um avião para percorrer todos os continentes não era uma possibilidade. Por isso, com a ajuda de seu criado Jean Passepartout, Mr. Fogg embarca em um trem rumo ao Sul da Europa e depois em um vapor para a África, os dois primeiros meios de transporte em um complexo itinerário cheio de desafios.

A jornada se torna ainda mais eletrizante por conta de um policial que parte em seu encalço achando que o excêntrico viajante seria, na verdade, um ladrão de bancos em fuga. Mas calma: se você ainda não leu o livro, não queremos dar spoilers. O que podemos antecipar é que ele oferece uma boa dose de aventura e, no fim, uma wanderlust quase irresistível.

Roteiro da volta ao mundo em 80 dias

Para cumprir o percurso no tempo estipulado, Mr. Fogg elabora um itinerário de quase 9 mil quilômetros. Saindo de Londres, os principais desembarques ocorrem em Paris, Brindisi, Suez, Bombaim, Calcutá, Singapura, Hong-Kong, Yokohama, São Francisco, Nova Iorque e Liverpool.

Vale relembrar um pouco de alguns dos cenários e verificar curiosidades sobre eles – sem deixar Londres de fora, é claro, já que é lá onde tudo começa.

1. Londres

A capital britânica é o pano de fundo para o desenrolar da história. O Reform Club, onde Mr. Fogg jogava, foi fundado em 1836 e existe até hoje. Mas é um gentlemen’s club, um clube privado, ou seja, você provavelmente não vai conseguir entrar lá. Uma possibilidade é observar a parte externa: o prédio, discreto, fica na rua Pall Mall, 104. 

Outra curiosidade interessante é que existe em Londres uma franquia de pubs inspirada no livro, o Mr Fogg’s Residence and Tavern. O Mapa de Londres visitou o Mr Foggs de Mayfair, região que abriga o clube do personagem. A atmosfera do local transporta o visitante direto para o fim do século 19.

Mr Fogg's de Mayfair. Foto: Kamilla Fernandes, Mapa de Londres
Mr Fogg’s de Mayfair reproduz a residência do personagem. Foto: Kamilla Fernandes, Mapa de Londres

2. Suez

No Egito, Suez não é uma cidade que atrai muitos turistas. Mas é um local importante, já que abriga o Canal de Suez, que liga o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho e permite o trajeto Europa-Ásia. Que tal planejar um cruzeiro por lá?

Suez - Volta ao Mundo em 80 Dias
Canal de Suez é um ponto estratégico no itinerário de Mr Fogg. Foto: iStock, Getty Images

3. Bombaim

Bombaim é hoje conhecida como Mumbai, a maior, mais populosa e importante cidade da Índia. É lá que estão os emblemáticos estúdios de Bollywood, que compõem o polo cinematográfico do país. A metrópole também abriga a favela de Dharavi, que se tornou conhecida por conta do filme “Quem Quer Ser um Milionário”.

Mumbai
Bombaim, hoje Mumbai, é a maior cidade da Índia. Foto: iStock, Getty Images

4. Hong Kong

Primeiro, Hong King foi uma colônia do Império Britânico. Depois, foi tomada pelo Japão e só em 1997 foi retomada pela China. É, sem dúvidas, um dos principais centros financeiros internacionais e apresenta uma arquitetura moderna composta por imponentes arranha-céus.

Algumas das atrações locais são o Monastério Po Lin, onde fica uma estátua de bronze de mais de 30 metros de altura do Buda e o “The Peak”, a montanha mais alta de toda a metrópole.

Hong Kong
Hong Kong certamente era menos iluminada no século 19. Foto: iStock, Getty Images

5. Yokohama

Localizada na região metropolitana de Tóquio, Yokohama abriga o edifício mais alto do Japão: o Yokohama Landmark Tower, que tem nada menos que 296 metros de altura. O Estádio Nissan é outra atração do local, já que foi palco da final da Copa do Mundo FIFA de 2002.

Yokohama
Yokohama Landmark Tower é o prédio mais alto da cidade e do Japão. Foto: iStock, Getty Images

6. São Francisco

Mundialmente conhecida por suas ladeiras e bondes elétricos, San Francisco é a sexta cidade mais visitada pelos turistas nos Estados Unidos. É lá que está a Golden Gate Bridge, a famosa ponte vermelha e a Union Square, uma praça que é cartão-postal da cidade.

Golden Gate em São Francisco
Golden Gate é um dos cartões postais (atuais) de São Francisco. Foto: iStock, Getty Images

7. Nova York

Difícil resumir todas as atrações da cidade mais populosa dos Estados Unidos. Mas, se você passar por lá em sua perambulação pelo mundo, não se esqueça de visitar a histórica estação Grand Central, passear pelo Central Park e contemplar a vista do Empire State Building. Os musicais da Broadway, a Times Square e a China Town são outros pontos imperdíveis da cidade dos táxis amarelos.

Nova York
Mr Fogg não viu naquela época os yellow cabs, ícones da Nova York de hoje. Foto: iStock, Getty Images

Volta ao mundo: quanto tempo levaria hoje?

Phileas Fogg apostou 100 milhões de libras que daria uma volta ao mundo em 80 dias. No fim do século 19, a empreitada era um desafio enorme. Mas com a tecnologia atual você poderia visitar muitas vezes cada continente nesse período de tempo.

Então, você acha que ganharia a aposta se o tempo fosse reduzido para um mês? Ou para duas semanas? Bom, de acordo com uma projeção do portal One World, hoje seria possível fazer uma volta ao mundo em apenas seis dias.

Mas, se essa grana toda não estiver em jogo, percorrer o trajeto com pressa não tem graça, certo? Se você tivesse 80 dias, poderia explorar muito mais cada local por onde Mr. Fogg passou. Especialmente sem um policial na sua cola.

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E aí, já começou a planejar sua volta ao mundo? Qual sua opinião sobre o livro de Julio Verne? Deixe o seu comentário.

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