É difícil falar da Primeira Revolução Industrial, que ocorreu entre os séculos 18 e 19, na Inglaterra, sem falar da Revolução Inglesa, que serviu como base para as transformações e evoluções no processo produtivo propostas e empregadas pela Revolução Industrial.
A Revolução Inglesa ocorreu no século 17 e foi a principal fonte de capital usada para financiar a industrialização da Inglaterra anos depois. A soberania inglesa nos mares e influencia política fez com que europeus, incluindo ingleses, chegassem a América e estabelecessem suas colonias, as quais contribuíam com matéria-prima, capital e consumo. Parte desse capital vinha do tráfico de escravos e comércio com outras metrópoles colonialistas, como Portugal.
O acumulo de posses e a ascensão da burguesia fez com que surgisse uma nova classe social, o proletariado. Essa nova classe será a principal mão de obra do sistema de fábricas, pois são camponeses e artesões que antes trabalhavam na zona rural fiando, tecendo e tingindo. Essas pessoas passam a migrar para a cidade em busca de emprego com a redução e quase extinção do trabalho artesanal.
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A Primeira Revolução Industrial na Inglaterra
A Primeira Revolução Industrial pode ser dividida em três fases, respectivamente: artesanato, manufatura e produção mecanizada. Até a segunda parte do século XVIII, a industria de grande porte inglesa, para a época, era voltada para a tecelagem.
Na primeira fase, os artesões dominavam a matéria-prima e instrumentos utilizados para a produção. Na segunda fase, os artesões passam a trabalhar para o dono das fábricas, começa a surgir a divisão do trabalho e produção em série. A terceira fase, as máquinas industriais passam a substituir alguns instrumentos e principalmente, a mão de obra dos artesãos.
Não existia nenhuma legislação trabalhista, então, as pessoas chegavam a trabalhar até 16 horas por dia. Homens, mulheres e crianças trabalhavam nas fábricas em péssimas condições, foi um período caracterizado pela miséria e exploração.
Assim, a sociedade inglesa passava por uma transformação estrutural que mais tarde alcançaria o mundo. Com a instalação do sistema de fábricas ocorreu então, a consolidação do trabalho assalariado, mudança na forma de ver o capital e o trabalho e o controle da burguesia sobre o capital e a produção. Esses aspectos foram os primeiros passos para o capitalismo.
Essa Primeira Revolução Industrial está diretamente ligada à evolução tecnológica, por isso, não se pode deixar de mencionar a invenção da máquina à vapor realizada por James Watt, em 1760.
As consequências da revolução
Com o crescimento das fábricas e a oferta de mão de obra, em 1800, Londres chegou a ter um milhão de habitantes. As cidades expandiram de forma significativa e famílias viviam em construções semelhantes a cortiços. As mulheres representavam mais da metade dos trabalhadores na indústria têxtil, pois tinham um salário menor que o dos homens.
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O mercado se tornou mais competitivo, uma das características base do capitalismo, pois as fábricas, além de atender a demanda local também tinham que servir a internacional. Toda esse crescimento e evolução chegou ao seu ápice e propiciou a segunda revolução industrial em meados do século XIX (19), caracterizada pela energia elétrica, utilização do aço e aparelhos domésticos.