Por sorte, o Transport For London e o sindicato dos funcionários do metrô de Londres entraram em um acordo na manhã de segunda-feira. Assim, a segunda greve em duas semanas, prevista para começar na noite de ontem e se estender até a noite de quinta-feira, foi devidamente abortada. Excelente notícia para qualquer leitor que está de malas prontas para vir a Londres.
Infelizmente, isso não quer dizer que não haverá outras interrupções no serviço do metrô nos próximos meses. E agora você vai entender por quê.
O futuro do metrô de Londres
A Prefeitura de Londres está determinada a reduzir custos e a modernizar o serviço do metrô.
Para o viajante e usuário do metrô, o que isso quer dizer na prática?
1. A partir do próximo ano, o metrô de Londres vai funcionar 24 horas na sexta e no sábado. Inicialmente, apenas as principais linhas serão operadas. Gradualmente, todo o sistema deve ampliar seus horários no fim de semana.
2. A partir de 2015, ocorrerá o fechamento gradual dos guichês de venda de bilhetes nas estações de metrô. O usuário terá que comprar as passagens ou carregar seu Oyster Card apenas nas máquinas. Atualmente, de acordo com o Transport for London, apenas 3% da compra de passagens ocorre nos guichês de venda. Segundo o órgão, essa medida levará mais funcionários para perto dos passageiros, orientando-os com qualquer dúvida e resolução de problemas.
3. Em lugar dos guichês de venda encontrados hoje em quase qualquer estação, as principais estações de metrô terão Centros de Informação para o Visitante, que servirão para vender passagens e orientar o usuário em sua viagem. Paralelamente, o número de máquinas de venda de passagens aumentará consideravelmente. Segundo o TFL, toda estação terá funcionários do metrô – todos equipados com tablets com sistemas de comunicação com a central e com capacidade de resolver problemas dos usuários.
4. No futuro, os trens não terão mais motorista. Isso ainda não vai ocorrer em 2015, mas é um plano audacioso do TFL para o futuro do metrô de Londres. Para o usuário, a medida vai significar mais agilidade nas viagens. Para o London Underground, redução de custos e praticamente uma anulação da ameaça de greve que tanto assusta os usuários atualmente.
Para os funcionários do metrô, o que a modernização do sistema acarreta:
1. Com a extinção dos ticket offices, 950 empregos serão eliminados. A London Underground garante que não haverá demissões involuntárias. Os funcionários que se aposentarem não serão substituídos, os que toparem uma demissão voluntária serão recompensados e os que não quiserem saber de deixar o LU serão realocados para outras áreas do Underground com o mesmo salário, segundo o órgão do transporte de Londres.
2. Com a eliminação dos motoristas dos trens, haverá uma redução ainda maior no número de empregos – mas isso nem está em debate ainda. Os sindicatos já garantiram que, se isso de fato acontecer, haverá uma “guerra”. Na prática, os sindicatos perderão muito de seu poder de greve quando não houver mais motoristas e o sistema for controlado por um central. O TFL afirma que os sindicatos lutam contra a modernização e o futuro do metrô.