Os bobos da corte eram os melhores comediantes da época medieval. Ao contrário do que muitos pensam, eram, ems sua maioria, pessoas muito inteligentes.
Mas trabalhavam pesado. Além de contar piada, também precisavam cantar, dançar, fazer acrobacias e até malabarismos. As suas vestimentas eram coloridas e chamativas – em alguns casos, até fantasia de burro tinham de usar.
Apesar de toda a exigência, a relação entre o bobo da corte e a realeza era amigável. Houve situações em que o palhaço da corte era considerado o mascote do rei e da rainha.
Os tipos de bobos da corte
Havia dois tipos de bobos da corte na época medieval. Os “naturais” e os “licenciados”. Os naturais eram loucos mesmo, pessoas surtadas, na época consideradas “divinamente inspiradas”, mais propensas à comédia pastelão. Já os licenciados eram pessoas autorizadas a realizar esse trabalho. Em tese, eram os únicos que podiam criticar ou questionar os atos dos reis sem sofrer retaliação, pois o faziam em tom de deboche e piada. Entretanto, se exagerassem, corriam o risco de serem chicoteados.
Shakespeare e os bobos da corte
Durante os séculos 14 e 15, as cortes sustentavam os artistas, como músicos, poetas, escritores, pintores e o bobo da corte. William Shakespeare, um britânico que se tornou um dos maiores romancistas do mundo, destacou o bobo da corte em pelo menos duas de suas histórias.
Nas obras “Noite de Reis” e o “Rei Lear”, o escritor retrata o bobo da corte com um grande potencial. Mostrando que eles são mais do que meros palhaços no castelo e podem, inclusive, influenciar o rei.
O fim dos bobos da corte
A tradição do bobo da corte teve um fim com a queda do Rei Charles I, na Guerra Civil inglesa. Com a mudanças impostas pelo acontecimento, os bobos perderam o seu espaço na corte.
No século 18, poucos países ainda possuíam a figura do bobo. A Alemanha, Rússia e Espanha foram alguns dos países que os mantiveram. Já em outros países, se criou a cultura teatral de bobos da corte viajando e realizando shows.
Algo semelhante se enraizou na Inglaterra: o teatro de fantoches. Foi a forma que os bobos da corte encontraram de sobreviver na Terra da Rainha.
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