Quem passeia pelos parques e jardins de Londres se depara com uma grande quantidade de esquilos, talvez até maior do que de pombos.
Em alguns parques, como St. James’s Park, ao lado do Buckingham Palace, os esquilos de Londres parecem estar totalmente acostumados com a presença das pessoas, que frequentemente os alimentam e os deixam subir pelo seu corpo em busca de mais amendoim. Em troca, quem dá comida ganha fotos com esses divertidos animais silvestres.
O que muita gente não sabe é que o esquilo cinza que se vê nos parques tem origem americana, em vez do cada vez mais raro esquilo vermelho, natural do Reino Unido.
Sabe por quê?
A história dos esquilos de Londres eu descobri no Guardian. Em 1876, um banqueiro que morava no Henbury Park, em Cheshire, soltou na natureza um par de esquilos que trouxe de uma viagem de negócios nos EUA. E em pouco tempo, os esquilos não-nativos da região viraram moda, e outras pessoas acabaram seguindo esse exemplo.
Mais de um século depois, estima-se que existam mais de 5 milhões de esquilos cinza no Reino Unido (lembrando que a população de Londres é de 8 milhões). Assim, algumas pessoas enxergam os esquilos como uma espécie de praga. Estudiosos alegam que, para preservar os nativos esquilos vermelhos, seria necessário exterminar os esquilos cinzas, que são acusados de transmitir um tipo de varíola capaz de matar os vermelhos em poucos dias.
Atualmente, há cerca de 150 mil esquilos vermelhos no Reino Unido, 75% deles na Escócia. Por isso, um projeto, apoiado pelo Príncipe Charles, está criando zonas protegidas para os esquilos vermelhos, livres dos cinzas, em Cornwall. Se nada fosse feito, os esquilos vermelhos seriam extintos em menos de 20 anos.
Fotógrafo brasileiro em Londres, Fernando é um bacharel em recursos humanos que se apaixonou pela fotografia em 2008, no Peru, e desde então não largou mais a câmera. Conheça o seu trabalho.