Como a maioria dos Reis, Charles I, segundo filho de James I, acreditava que o soberano era designado por Deus para comandar o império. E sem a ajuda do parlamento.
A partir dessa premissa, brigou com todo mundo que discordava do pressuposto. Dissolveu o parlamento duas vezes, elevou impostos para promover guerras, casou-se com uma Princesa católica, nomeou o infame George Villiers como Duque de Buckingham e não reconheceu a legalidade do tribunal que o julgou por traição após a segunda guerra civil, em 1649.
O julgamento do Rei Charles I
Apesar do ódio que o Rei Charles I despertava por sua política religiosa, econômica e internacional, muitos súditos ainda o apoiavam. Assim, com o intuito de manter a idoneidade do julgamento, o público não pôde presenciá-lo. Por outro lado, no dia, a maioria do parlamento votaria contra a execução do Rei. Só que essa parcela desfavorável ao exército de Cromwell foi impedida de entrar no prédio e votar.
À acusação de trair a pátria e governar como tirano, o Rei Charles I nem se defendeu, por não reconhecer que seus atos pudessem ser julgados por uma corte. O costume de tirar o chapéu diante dos juizes também não foi praticado pelo Rei.
A sentença de Charles I
Até encontrar um juiz disposto a condenar o soberano foi difícil. O escolhido, John Bradshaw, temia por sua vida. Foi ele quem leu a sentença:
– O referido Charles Stuart, como tirano, traidor, assassino e inimigo público da nação, deve ser executado com a separação da cabeça de seu corpo.
A execução de Charles I
No dia da execução, 30 de janeiro de 1649, um palco foi montado em frente à Banqueting House. Só que ninguém queria ser o carrasco do Rei. Assim, depois de muita insistência e uma boa recompensa financeira, dois homens aceitaram o trabalho, com a condição de vestirem máscaras, a fim de que ninguém reconhecesse sua identidade.
Os relatos da época dão conta de nunca se ouviu um lamento tão grande quanto após a decapitação do Rei Charles I. Mesmo assim, muitos espectadores deixaram a lamúria de lado e correram em direção ao morto, com lenços na mão. Dessa forma, puderam se banhar com o sangue do Rei, considerado divino.