Reino Unido e o Brexit: perguntas e respostas

O resultado do plebiscito do Brexit neste ano determina que o Reino Unido deixará a União Europeia. Mas esse processo de saída é complicado e demorado. A questão é tão essencial ao futuro do reino e do bloco, que o então primeiro-ministro David Cameron, que defendia a permanência, renunciou ao cargo, em prol de Theresa May, que fica a cargo de todas as negociações com Bruxelas.

Theresa May
Manifestantes pedem para ficar na União Europeia: “MAY WE STAY?”. Foto: iStock, Getty Images

Reino Unido e o Brexit: perguntas e respostas

A seguir, confira as dúvidas mais comuns a respeito do Brexit, do Reino Unido e da União Europeia:

Países que fazem parte do Reino Unido também fazem parte da União Europeia?

O Reino Unido, como um todo, faz parte da União Europeia. Mas, com a votação que definiu a saída do bloco, o reino inteiro deixará de integrar a UE. O momento em que isso vai acontecer ainda não está acertado. Com a renúncia de David Cameron, Theresa May assumiu como primeira-ministra e terá a tarefa de coordenar o processo do Brexit.

Países do Reino Unido podem ficar na União Europeia mesmo com o Brexit?

Talvez, mas para isso eles teriam que deixar o Reino Unido. A situação é pouquíssimo clara neste momento. Pelo que se sabe até agora, o Reino Unido de Theresa May ainda não acionou a cláusula de saída do bloco econômico. Quando essa cláusula for acionada, o que deveria acontecer em breve, há um prazo de dois anos para todas as negociações até a concretização da saída de fato.

Para que um país do Reino Unido permaneça na União Europeia, terá que definir por sua independência do Reino e depois costurar um acordo direto com a UE. Essa é uma hipótese plausível para a Escócia, por exemplo, que já declarou sua intenção de realizar um novo referendo a respeito da permanência no Reino Unido. Recentemente, um referendo desse tipo foi feito com uma margem mínima de vitória para a permanência. A aposta é de que, com o fator Brexit na equação, a resposta das urnas seria diferente.

Qual é a tendência para a economia do Reino Unido com o Brexit?

Às vésperas da votação, o noticiário foi inundado com dados e previsões de que a economia inglesa e do Reino Unido entraria em colapso após o Brexit, a libra despencaria e tudo seriam ruínas. Na prática, já se considera que os alarmistas tenham exagerado. A forma gradual como se dará a saída da União Europeia tende a atenuar movimentos bruscos da economia. De qualquer forma, a libra de fato se desvalorizou bastante desde a votação. Para os brasileiros, por exemplo, ela já está bem mais acessível. Ou seja, já dá para pensar em estudar em Londres de novo.

A grande dificuldade agora é entender como o Reino Unido vai costurar seus acordos com a União Europeia para de alguma forma participar do Mercado Comum Europeu sem ser um membro. Não serão negociações fáceis, e os prováveis resultados estarão no meio do caminho entre o que os mais pessimistas e os mais otimistas esperam.

Por que o Reino Unido optou por deixar a União Europeia?

Não é uma pergunta fácil. Na verdade, os principais argumentos utilizados pela campanha do Brexit eram os seguintes:

  • Ser membro da União Europeia custa caro. Podemos investir esse dinheiro no sistema de saúde e em empregos para os britânicos.
  • A imigração saiu do controle no Reino Unido. Precisamos deixar a União Europeia para retomar o controle das fronteiras e adotar um regime de imigração que favoreça pessoas que possam fazer a diferença por aqui, através de um sistema de pontuação como o da Austrália.

Essas duas afirmações, sobre o custo de ser membro da União Europeia e sobre a imigração descontrolada, podem ser rebatidas de diferentes formas. Mas é fato que um sentimento meio patriótico e meio xenófobo está cada vez mais em voga no Reino Unido. Aparentemente, a maioria dos britânicos vê o Brexit como uma forma de retomada de controle de sua soberania.

Na prática, a decisão pode custar caro. De um jeito ou de outro, o Reino Unido depende de mão de obra estrangeira, e o custo de se manter na União Europeia, ao que tudo indica, era coberto pelos benefícios advindos das transações comerciais com o bloco.

É importante lembrar também que essa decisão não foi de todos os britânicos. Londres e a Escócia, por exemplo, votaram pela permanência. E você, já imaginou como votaria? Ficou com dúvidas sobre essa história? Deixe um comentário e aguarde os próximos capítulos do Brexit.

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