Conheça o Museu de Charles Dickens

Charles Dickens é considerado um dos grandes autores britânicos, talvez o maior do período vitoriano. Em Londres, os leitores podem visitar a casa onde o escritor viveu de 1837 a 1839 e criou os clássicos Oliver Twist e Nicholas Nickleby.

O museu recria a residência de Charles Dickens na Doughty Street e proporciona uma imersão na vida de um autor cuja obra obtém, de Londres, inspiração e cenário para contos e romances. A casa apresenta a maior coleção de objetos do escritor, distribuídos nos cômodos para retratar como o autor vivia naquela época.

Museu de Charles Dickens - Mapa de Londres
Mesa sobre a qual Charles Dickens escreveu Tale of Two Cities, Great Expectations e Our Mutual Friend. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres

Como visitar o Museu de Charles Dickens

Endereço: 48 Doughty Street, London, WC1N 2LX

Horário: Diariamente, das 10h às 17h (última entrada às 16h30)

Ingressos: Adulto 9,5 libras / Crianças 6 a 16 anos ( 4,5 libras) – abaixo de 6 anos: grátis.

Como chegar

Ônibus: 7, 17, 19, 38, 45, 46, 55, 243

Estações de metrô: Russell Square (Piccadilly Line)

Site Oficial (clique)

Encontre no mapa

No andar térreo, a sala de jantar. No subsolo, a cozinha. Nos andares superiores, os quartos, a sala de estar e a sala onde alguns clássicos da literatura foram criados. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres

Para quem o museu é recomendado

Pode parecer um comentário óbvio, mas o Museu de Charles Dickens destina-se apenas aos fãs e leitores do escritor. Alguém que não tenha lido um ou alguns de seus livros ou que já não tenha algum conhecimento de sua história e de sua importância na literatura vai achar o museu bem entediante. Isso porque a casa recria os cômodos utilizados pelo escritor e conta um pouco de sua história, mas não consegue dar uma dimensão exata de quem foi essa figura tão importante para o seu tempo e para a literatura.

O que você vai ver

– Roupas utilizadas pelo escritor

– Ambientes de sua casa

– Cadeiras que ele usava

– A mesa sobre a qual ele escreveu diversos livros

– Bancadas de leituras que ele apresentava em diversas cidades da Inglaterra

– Carta que o autor enviou para o Times em 1849 descrevendo e condenando uma execução pública que ele (e outros 30 mil espectadores) havia testemunhado em Londres

O que você encontra no Museu de Charles Dickens

O museu é bastante simples e acolhedor. Logo na entrada, um funcionário da casa entrega ao visitante um guia impresso, o qual ele pede gentilmente para que seja devolvido ao fim da visita. O guia impresso apresenta, cômodo a cômodo, a contextualização necessária para que cada um dos objetos seja melhor compreendido. Além do guia, os principais móveis recebem indicação com seu propósito e sua história.

Quem foi Charles Dickens

Charles John Huffam Dickens nasceu em Portsmouth, em 7 de fevereiro de 1812, e faleceu em Gravesham, Kent, em 9 de junho de 1870. É considerado um dos primeiros críticos sociais ingleses, já que o tema das relações de trabalho e das desigualdades sociais permeiam sua obra. Experiências pessoais, como a falência de seu pai e os personagens que encontrava em caminhadas noturnas, foram desde cedo incorporadas em suas histórias.

Carta enviada por Dickens para o Times descrevendo e condenando o que uma execução pública que atraiu 30 mil espectadores em Londres: “Fui testemunha da execução em Horsemonger Lane nesta manhã(…) Acredito que a visão foi tão inconcebivelmente terrível quanto a maldade e a leviandade da multidão reunida na execução”

O autor de David Copperfield e Oliver Twist era um caminhante compulsivo. Andava de 15 a 30 quilômetros diariamente. Em algumas ocasiões, levava hóspedes de sua casa para o passeio e lhes impunha velocidades e distâncias cada vez maiores. Atualmente,  percebe-se a influência desse hábito nos textos do autor, que escreveu capítulos inteiros sobre caminhadas pela capital britânica e captou histórias em cada viela, beco e esquina percorrida.

Sala onde foram escritas algumas de suas obras. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres

A Londres do autor

Parte do fascínio que se tem a respeito de Charles Dickens é que ele foi um dos grandes escritores de um período muito peculiar e icônico da capital britânica.  Antes que você comece a imaginar a Londres daquela época, entenda: 1) o império britânico era a maior potência do mundo; 2) a Inglaterra vivia e capitaneava a Revolução Industrial; 3) Londres era a capital dessa combustão econômica e mecanicista; 4) A população da cidade, a maior do mundo, passara de 1 milhão em 1800 para 6,7 milhões em 1900. Devido principalmente à densidade populacional à época, o biógrafo de Dickens, Peter Ackroyd, aponta: “Se uma pessoa do fim do século 20 se encontrasse subitamente em uma taverna daquele período, ela ficaria literalmente doente – doente pelos cheiros, doente pela comida, doente com a atmosfera ao seu redor”.

Em suas incursões noturnas, Dickens não contava com a segurança, a iluminação e a tranquilidade que passeios desse tipo oferecem atualmente. As grandes ruas eram iluminadas por fracas lâmpadas a gás, os varredores não davam conta da quantidade gigantesca de estrume produzido por cavalos que conduziam os veículos, as chaminés não paravam de expelir fumaça de carvão e pick-pockets se imiscuíam a uma horda de prostitutas, bêbados e mendigos trôpegos que se debatiam pelas vielas escuras da cidade. Essa era a Londres de Charles Dickens.

Mais imagens do museu

Sala de jantar. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Esta bancada era utilizada pelo autor para suas leituras públicas pela cidade. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
A sala de leitura tem um traje de Dickens, uma de suas poltronas favoritas e outros objetos e móveis que pertenceram ao autor. Foto: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Caricatura de Dickens e uma chamada para as corridas. Fotos: Gustavo Heldt, Mapa de Londres
Bathroom, sala de leitura e cadeiras utilizadas pelo escritor. Fotos: Gustavo Heldt, Mapa de Londres

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