História do metrô de Londres, o mais antigo do mundo

A história do metrô de Londres é muito interessante.

Com mais de 150 anos, o metrô tem capítulos de pioneirismo em tecnologia, transporte, mapas, propaganda e muito mais.

O Metrô de Londres foi o primeiro sistema metroviário do planeta.

Atualmente, configura-se como o terceiro maior em extensão, depois do metrô de Xangai, na China.

Um dos símbolos máximos de Londres apresenta números impressionantes: 400 km de extensão, 270 estações, 11 linhas, 4.070 veículos e mais de dois milhões de passageiros diários.

A demanda pelo transporte subterrâneo é tão grande, que uma série de melhorias está prevista até 2025.

Estação de Metrô de Baker Street
Estação de Baker Street é uma das mais antigas de Londres. Foto: Mapa de Londres

História do metrô de Londres

Em 1863, o vapor da locomotiva tomou conta da estação de Paddington, em Londres, e condensou uma ideia considerada absurda por muita gente na época: um trem subterrâneo.

Um século e meio depois, essa invenção exótica empreende mais de 1 bilhão de viagens por ano e se configura como a principal engrenagem por baixo de um sistema de transporte que não polui o visual da cidade mais encantadora do planeta.

Na incrível jornada de mais de 150 anos, essa inovação vitoriana nunca se transformou em unanimidade.

Há londrinos que detestam o metrô – e muita gente faz de tudo para nunca colocar os pés em seus vagões.

Entre os motivos, estão a confluência gigantesca de seres humanos e eventuais interrupções de serviço, provocadas principalmente por defeitos nas linhas e greves dos funcionários.

Mesmo assim, sem a adoração de todos, o Tube é parte fundamental de Londres.

O símbolo do metrô, seu mapa e o bordão mais famoso do transporte, Mind the Gap, são ícones reconhecíveis em qualquer canto – e lembranças de uma viagem inesquecível.

Das primeiras passagens, vendidas por 2 pence (2 centavos), até hoje, quando cada ticket sai por mais de 2 libras, o metrô realizou uma viagem fantástica ao coração de milhões de pessoas.

Mas como foi que tudo começou?

A construção do Underground começou em meados do século 19, devido à necessidade de locomoção a lugares muito distantes.

Em 1854, seis terminais foram construídos: London Bridge, Euston, Paddington, King’s Cross, Bishopgate e a Waterloo.

No dia 10 de janeiro de 1863, a linha que ligaria a estação de Paddington à Farringdon Street Via King’s Cross foi inaugurada, a Metropolitan Railway, a primeira linha de metrô do mundo.

Daí em diante, o metrô londrino só cresceu.

A segunda linha, a de Hammersmith and City Railway, foi aberta a 13 de Junho de 1864.

Com alguns meses de funcionamento, o metrô já computava 26 mil passageiros por dia.

Os primeiros túneis foram construídos com um método nada convencional hoje em dia, o método “cortar-tapar”.

Para construir os túneis, os operários escavavam desde a superfície o local por onde o metrô haveria de passar, construíam a linha férrea e tapavam a construção com terra, aplainando novamente a superfície.

Devido a este método de construção, varias casas e estabelecimentos tiveram que ser destruídos.

No dia 7 de dezembro de 1869 a primeira linha subaquática entrou em circulação, a East London Railway, que corta o rio Tâmisa 23 metros abaixo da sua superfície.

As primeiras operações com comboios elétricos começaram em 1890.

Antes disso, os trens eram movidos por energia a vapor, o que causava uma grande fumaça dentro dos túneis, devido à queima do carvão.

Para contornar o problema, ao longo das linhas e principalmente nas estações foram feitas aberturas que davam para a superfície.

História do metrô de Londres na Segunda Guerra

Durante a Segunda Guerra Mundial, o metrô foi utilizado como abrigo aos ataques aéreos e como pernoite para desabrigados.

No inicio das ocupações clandestinas, o governo tentou desencorajar a população, mas com o avanço da guerra, acabou por disponibilizar beliches ao longo da ferrovia, latrinas e acesso fácil à comida.

Oito grandes tuneis foram construídos abaixo das linhas do metrô para servirem como abrigo.

Cada túnel poderia abrigar até oito mil pessoas, e foram construídos com o intuito de que virassem linhas ferroviárias após à guerra.

As linhas serviram de abrigo não só para desabrigados e refugiados, mas também como esconderijo para políticos e personalidades importantes.

As linhas do Underground podem ser classificadas de acordo com dois tipos, as de pouca profundidade, na superfície ou cinco metros abaixo dela, e as de grande profundidade, cerca de vinte metros abaixo da superfície, embora esta profundidade varie bastante em determinados pontos da cidade.

O clima dentro dos tuneis pode ser algo bastante desagradável devido a profundidade dos tuneis e ao fato de eles serem mal ventilados.

Na onda de calor que atingiu a Europa em 2006, chegou a ser registrada a temperatura de 47°C.

Ao longo da rede metropolitana existem cartazes espalhados por toda parte, que orientam os usuários a trazerem consigo garrafas de água sempre que utilizarem o metrô.

Datas de inauguração dos metrôs na história

O Metrô de Londres foi criado em 1863, na época com seis quilômetros de extensão.

Não apenas é o mais antigo do mundo, como bateu Budapeste, a segunda colocada, em 33 anos.

Depois, os franceses inauguraram o seu em 1900.

Nova York chegou mais tarde, em 1904.

Compare a data de inauguração de metrôs pelo mundo:

  • Londres – 1863
  • Budapeste – 1896
  • Paris – 1900
  • Nova York – 1904
  • Buenos Aires – 1913
  • Tóquio – 1927
  • Osaka – 1933

O fascínio pelo metrô de Londres

O fascínio pelo metrô de Londres decorre de diversas peculiaridades que esse sistema de transporte apresenta. Entre elas, estão:

  • Mind the gap (Por todo lugar, se ouve e se lê a frase, que orienta o passageiro a cuidar com o vão entre a plataforma e o trem na hora do embarque e do desembarque)
  • As propagandas dentro dos trens (Sempre bem humorados, os anúncios do metrô chamam a atenção e distraem a turba estressada nos horários mais tensos)
  • A facilidade do uso (à primeira vista, pode parecer complicado entender as linhas e as estações, mas em duas ou três viagens já se pega o jeito)
  • O mapa do metrô (Minimalista, entrou para a história do design).

História do metrô mal-assombrado

Há muitas histórias de fantasmas e assombrações nas estações de metrô de Londres.

Um documentário, o Haunted London Underground, mostra relatos de dúzias de funcionários, ex-funcionários e passageiros que ouviram, viram ou sentiram influências sobrenaturais nos trens e nas plataformas.

Grande Praga

Como a história de Londres é ainda mais longa do que a do seu metrô, houve alguns obstáculos para a ampliação, escavação e construção dos túneis e estações.

Um deles era a grande quantidade de covas encontradas ao longo do caminho, muitas delas com um número incrível de ossadas, originárias principalmente da tragédia de 1665, a Grande Praga, que matou 20% da população na época.

Liverpool e Aldgate

Não havia grande controle da localização e da existência desses cemitérios embaixo da terra.

Por isso, não é de surpreender que os trabalhadores do metrô se espantavam ao achar ossos durante as escavações.

Dizem que algumas estações tiveram de ter sua construção alterada para se adequar a covas gigantescas, que demandariam ainda mais tempo para a escavação.

Liverpool Street Station e Aldgate, por exemplo, foram construídas sobre grandes ossadas.

Assassinatos e suicídios

Além do sangue pré-metrô, também precisam ser contabilizados assassinatos, mortes acidentais e suicídios durante e após a construção do tube.

Nas últimas décadas, as estações serviram de alvo para bombardeios nazistas durante a Segunda Guerra e para ataques terroristas em diversas ocasiões.

Fantasmas

Como a assombração advém, teoricamente, de seres humanos que já faleceram, a associação do metrô londrino com fantasmas, espectros e gritos do outro lado faz sentido para quem tende a acreditar em eventos extraordinários.

E se estiver com receio de embarcar no metrô em Londres, não se preocupe.

Você pode acreditar ou não no lado de lá da história, mas a verdade é sua viagem pelo subterrâneo de Londres será tranquila, rápida e sem sobressaltos.

A única assombração que você vai encontrar é no metrô da madrugada, no retorno das festas, quando o fator etílico entra em ação e os passageiros estão de fato mais para lá do que para cá.

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